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01/11/2016 7h00

Atualizada 31/10/2016 10h23

Quando a Conmebol anunciou o crescimento da Libertadores da América, ampliando as vagas do Brasil de quatro para seis muita gente falou que a entidade estava “destruindo”, de uma só vez, duas competições: a Libertadores e o Campeonato Brasileiro – isso mesmo com a CBF anunciando que as duas novas vagas do país seriam definidas pela competição nacional. Sinceramente fiquei sem entender o que os “doutores” avaliavam como destruição. Neste fim de semana, no qual tivemos jogos no sábado para liberar o domingo para as eleições, perdi alguns minutos para avaliar como está, efetivamente, o Brasileiro. E, amigos leitores, acreditem: a decisão de ampliar o número de vagas do torneio continental, com o aumento de posições via Brasileiro, está salvando a reta final da nossa principal competição.

Se estivéssemos, hoje, restritos ao G-4 de antes, estaríamos com cinco rodadas a disputar e rezando para que o Palmeiras perdesse quase tantos jogos quanto perdeu até agora (em 33 partidas realizadas, o Verdão foi derrotado seis vezes, incluindo a partida contra o Santos, realizada justamente no sábado). Isso para que Flamengo, Santos e Atlético Mineiro pudessem, ainda, sonhar com uma reação espetacular na reta final e roubar-lhe o troféu. Pouco, não é mesmo? Pior… Com seis pontos de vantagem sobre o Botafogo, que está em quinto lugar, o Galo poderia entrar em campo, até o fim do Brasileiro, apenas para empatar, contando com os tropeços do rival carioca, é claro, que mesmo assim fecharia na Libertadores – enquanto o adversário, que realiza um segundo turno de alto nível, não teria condições de sonhar com um lugar na competição continental. Errado ou não? Pois é…

Quando a CBF, tão criticada, “matou no peito” e garantiu as duas novas vagas para o Brasileiro, talvez involuntariamente assegurou emoção para as últimas rodadas de sua principal competição. Quem afirmou que o correto seria passar um dos novos lugares para o vice-campeão da Copa do Brasil certamente não acompanha os Brasileiros das Séries C e D, que logo após o primeiro mata-mata da fase pós-grupos perdem muito de seu interesse: todo mundo quer a vaga para a divisão “superior”. Um título, neste caso, pouco acrescenta, a não ser a inscrição nas paredes do estádio – isso quando o time tem estádio. Garantida a ascensão, tem muita gente que começa a reformar a equipe, já pensando na temporada seguinte. Isso aconteceria com a Copa do Brasil se os dois finalistas soubessem que irão à Libertadores.

É claro que algumas questões ainda precisam ser definidas e esclarecidas, de preferência com alguma rapidez. Com a Libertadores durando nove meses, e com mais clubes envolvidos, como ficará a classificação para a Sul-Americana, por exemplo? E o ir-e-vir para a Copa do Brasil (não vai dar mais para esperar os eliminados da Libertadores voltarem)? As possíveis vagas das competições regionais (Copa do Nordeste e Copa Verde, sem falar a pretensão da Copa da Primeira Liga) na Sul-Americana… Claro que há muito o que resolver, mas que o aumento de vagas da Libertadores e do Brasileiro para a Libertadores fez bem para o Brasileiro, lá isso fez. E quem pensar diferente, estejam certos, não sabe como o futebol brasileiro se encontra atualmente.

Grandes em crise

Quem vê as campanhas de Internacional, Cruzeiro e São Paulo no Brasileiro certamente pensa que apenas no Brasil os chamados “grandes” andam com problemas. Nada disso. Na Inglaterra, por exemplo, o Manchester United ocupa um modesto oitavo lugar, com apenas quatro vitórias em dez partidas. Times com investimento muito inferior estão à sua frente, e com um futebol muito mais consistente, até o momento. Ah… O Leicester, campeão da temporada passada, pelo visto virou abóbora e está em 11º lugar, tendo conquistado apenas 12 pontos até agora.

Na Itália, sofrem com más campanhas equipes como a Internazionale de Milão (12ª colocada com 14 pontos ganhos em 11 partidas realizadas) e a Sampdoria (uma posição abaixo do time milanês, com o mesmo número de pontos, perdendo no saldo de gols).

O Campeonato Francês é outro que apresenta surpresas para os supertimes até agora. O Paris Saint-Germain, que ano passado nadou de braçada e ganhou o título com várias rodadas de antecipação está em terceiro lugar, nada menos do que seis pontos atrás do Nice (29 a 23). E isso com apenas 11 jogos disputados – entre eles está o Monaco. O Lyon, com novo estádio e tudo mais, vem em oitavo lugar e o Olympique de Marselha não engrenou até agora: ocupa a 10ª colocação, com 14 pontos ganhos.

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