Menu
Brasília

Olímpica 19

Arquivo Geral

15/08/2016 11h41

São muitos temas a abordar, temas que merecem algum tipo de registro. Entre eles, como elo, apenas o fato de serem resultados dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Se, pela falta de talento do colunista, parecer um texto sem muito nexo, por favor, perdoem.

É importante, porém, que os fatos fiquem registrados, afinal de contas é a primeira Olimpíada na América do Sul – e, sinceramente, não sei se teremos outra algum dia. No finzinho, para mostrar que hoje é mesmo um dia “bagunçado”, também vamos ter espaço para o Brasileiro.

Vou começar com o sábado. Compareci à arena do vôlei de praia para a sessão das 15h. Dois jogos: um feminino, entre Alemanha e Suíça; um masculino, entre Brasil (Pedro Solberg e Evandro) contra uma dupla russa. A gigantesca estrutura assusta. Ainda mais por ter perdido parte do “envelopamento” e, com isso, ficar os ferros expostos.

Pietro, meu filho mais novo, olhou e de primeira mandou: “Vou precisar subir nessa coisa que nem acabada está?”. A frase foi suficiente para a família que estava atrás de nós, na fila (rápida, devo admitir), começasse a rir. Avisado que estava tudo bem e pronto, encerrou a conversa com um “faço isso pelo meu irmão” – referia-se ao fato de Enzo, o mais velho, estar completando nove anos e comemorando o aniversário vendo uma competição olímpica.

Devo admitir que fiquei envergonhado. O piso de borracha não era “inteiriço”, se é que me faço entender (apenas na saída). Assim, muita gente teve seus tênis invadidos pela areia de Copacabana. Lá dentro, os preços extorsivos já tantas vezes citados – mas sempre com atendimento hiper simpático, apesar da grande dificuldade matemática na hora do troco. Os jogos… Bem, as alemãs passaram com facilidade pelas suíças. A arena encheu para o jogo do Brasil e foi decepção pura. Evandro abusou de errar saques e, ainda por cima, “furou” uma levantada. Pedro Solberg não jogou nada. E fomos eliminados.

À noite, a seleção brasileira masculina de futebol fez o que dela se espera: jogou bola. É verdade que foi perseguida pelos colombianos. É verdade que o árbitro mostrou-se um banana. Mas é verdade, também, que a euforia já desmedida de alguns colegas de imprensa não ajudará em nada. Louvor às declarações de Renato Augusto, que mesmo sem saber do ufanismo de alguns jornalistas alertou para o fato de que nada foi ganho.

E a aparente facilidade de enfrentar-se Honduras na semifinal não pode ser capaz de tirar o foco do time. Principalmente de Neymar, que por pouco não ficou de fora da Olimpíada com a infantil agressão ao colombiano pela falta de esportividade (a Fifa adora usar fair play, mas estamos no Brasil) no lance de sua contusão.

Aliás, um colega cubano escreveu excelente artigo sobre a questão tristeza/alegria. A comemoração brasileira pela classificação de seu time masculino de futebol veio atrelada à tristeza colombiana pela eliminação. A festa argentina no basquete masculino só aconteceu pela derrota brasileira, após duas prorrogações (e o time de Magnano teve a vitória nas mãos). A alegria do boxeador brasileiro provocou tristeza no colega de Cuba. Assim é o esporte.

Ontem, tivemos a satisfação de, pela primeira vez numa Olimpíada, colocar dois atletas no pódio numa competição individual. Diego Hypólito e Arthur Nory fecharam o solo com prata e bronze, respectivamente. Alegria e choro. Muitas lágrimas. Não custa lembrar que Diego caiu nas duas Olimpíadas anteriores. Ele mesmo achava que ficaria de fora dos Jogos no Rio. Entrou e brilhou. Mas, chocante mesmo, foi ver Nory de joelhos e cabeça baixa esperando pela nota do último adversário – se fosse superado, perderia o bronze. Não perdeu. Mais lágrimas. E alegria.

Alegria que, ontem, passou longe da galera corintiana. Seu time simplesmente não entrou em campo contra o Grêmio. O Timão foi atropelado na Arena Olímpico e, mais uma vez, perdeu a chance de furar o rival Palmeiras. Para piorar, perdeu posição justamente para o rival da manhã deste domingo. Não sei, não, mas acho que a situação de Cristóvão, treinador corintiano, é muito ruim. Quase tão ruim quanto a participação da seleção feminina de basquete do Brasil nos Jogos Olímpicos.

Acho que a Confederação Brasileira de Basquete precisa, muito, realizar uma investigação (perdoem, mas a palavra é essa) sobre o que aconteceu. Para quem está de fora, parece que havia o interesse de perder. Tristeza de todos, para alegria de alguém.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado