Menu
Brasília

Olímpica 12

Arquivo Geral

08/08/2016 10h51

“A Marta é melhor que Neymar… A Marta é melhor que Neymar…” A musiquinha foi cantada a plenos pulmões, sábado à noite, no Engenhão, durante a vitória da seleção feminina de futebol sobre a Suécia (5 a 1).

Mais, muito mais, do que o possível reconhecimento à alagoana que já foi cinco vezes escolhida a melhor do mundo, o torcedor que lotou o estádio olímpico (mais de 40 mil presentes) enviou um aviso crítico ao mimado dono da camisa 10 da seleção masculina: espera-se mais, muito mais dele. Não bastam algumas jogadas individuais (ele esquece que o futebol é um jogo coletivo), nem são suficientes caras e bocas ao olhar para os telões dos estádios. A galera quer, exige, futebol.

Da mesma forma que os argentinos vivem dizendo que Messi não é na sua seleção nacional o mesmo do Barcelona, nós, brasileiros, também temos esta convicção. Do comprometimento às atuações, Neymar está longe, na seleção brasileira, de ser o jogador que se candidate a ser o melhor do mundo. Bem diferente de Marta, sempre modesta, humilde e jogando muito, muito mesmo.

E o recado da galera não foi a única novidade que a experiência olímpica está proporcionando, não. Não tenho dúvidas em afirmar que, depois do Jogos Rio 2016, a Olimpíada nunca mais será a mesma – e olha que a próxima vai ser no hiper organizado Japão. No sábado, quando nosso medalhista do tiro, Felipe Wu, chegou à reta final, no stand ouviram-se gritos típicos de um estádio de futebol. Parecia final de campeonato.

Só faltou fazerem hola. E, sou capaz de dizer, se a medalha de ouro tivesse saído talvez vivêssemos pela primeira vez uma “invasão” de stand, com os torcedores enlouquecidos buscando carregar o nosso medalhista. Faltou pouco. Alguém consegue imaginar esta cena nos Jogos da Antuérpia, em 1920, quando o também militar Guilherme Paraense ganhou nossa primeira medalha olímpica?

Ontem, aconteceu de novo. E na esgrima. Ali, porém, foi o lutador (ou jogador, como aprendemos a dizer com os Jogos no Rio), que literalmente “correu para a galera”. O gaúcho Guilherme Toldo encarou uma chave complicada, mesmo assim, já depois de sua primeira vitória (um complicado 15 a 14 sobre o austríaco Rene Pranz) fez aquele típico gesto do jogador de futebol que afirma “estar ali” e ser “o cara” (claro que não de forma tão educada).

Depois, passou pelo japonês e grande favorito Yuki Ota e repetiu a dose. Tudo isso com a torcida gritando e sacudindo faixas com seu nome. Dá para imaginar tal situação numa sisuda Paris dos anos 20, por exemplo? Ou em Tóquio, daqui a quatro anos, se Ota conseguir recuperar-se? Por isso, reafirmo, os Jogos nunca mais serão os mesmos após esta passagem pelo paraíso tropical sul-americano chamado Rio de Janeiro.

A participação da torcida, por sinal, é uma coisa que os atletas brasileiros não podem reclamar. Ontem, apesar da decepção no judô (que até agora não faturou uma medalha sequer, o que deve estar frustrando as contas do Comitê Olímpico do Brasil), o público não parou de cantar e gritar “Brasil, Brasil”. O mesmo aconteceu no basquete: depois de uma surra inesquecível no primeiro tempo contra a Lituânia, quando saiu da quadra perdendo por 58 a 29, a seleção reagiu (a diferença caiu para cinco pontos) e a torcida veio junto – pena que não deu para virar o placar.

Virada que o América Mineiro tenta experimentar no Brasileiro. O Coelho, que há tempos é o lanterna do torneio, vem conseguindo bons resultados nos últimos jogos. Ontem, por exemplo, recebeu o Santos e impediu que a equipe da Vila Belmiro retomasse o primeiro lugar, conquistando sua terceira vitória. Cpmo Grêmio e Corinthians ainda não jogaram na rodada (o Timão entra em campo hoje, o jogo do tricolor gaúcho ficou para setembro), o Santos se manteve no G-4, mas pode sair – já perdeu a posição para o Flamengo, que no sábado, vencendo o Atlético Paranaense, acabou dormindo na liderança.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado