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Histórias da Bola
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O super rubro-negro Durval

Arquivo Geral

22/03/2017 13h53

O Flamengo já teve vários atletas que marcaram 3, 4, 5 e 6 gols em uma mesma partida, casos de Jarbas, Sá, Benitez, Hermes, Alfredo, Pirillo, Perácio, Leônidas da Silva, Nélson, Evaristo de Macedo, Índio, Dida e até Zizinho e Gérson, que não eram goleadores. No entanto, ninguém, nem Zico, o maior goleador e maior ídolo da história do clube, que deixou meia-dúzia, em Flamengo 7 x 1 Goytacaz (29.03.1979), pelo Estadual, a maior marca de um prélio no Maracanã, mandou mais bola na rede com a camisa rubro-negra do que Durval, em um só dia: 7.

Durval Correia Nunes, alagoano, nascido em 4 de agosto de 1925, em Maceió, esteve flamenguista, entre 1948 e 1951, disputando 130 jogos e marcando 120 gols, em 73 vitórias, 25 empates e 32 derrotas. Ele aparece, pela primeira vez, em uma escalação, em 14 de janeiro de 1948 – Luís, Nílton, Norival, Biguá, Bria, Jaime, Luisinho, Gringo, Durval, Jair e Esquerdinha –, em Flamengo 3 x 4 Seleção Universitária do Chile, no Estádio Nacional, em Santiago. E prosseguiu até Índio (Aluísio Francisco da Luz) tomar-lhe a posição e tornar-se um dos responsáveis pela classificação da Seleção Brasileira à Copa do Mundo-1958, quando o time canarinho buscou, na Suécia, o primeiro dos seus cinco canecos mundiais.

Durval começou a chamar a atenção ao marcar quatro gols em Flamengo 5 x 3 Olaria, amistosamente – jogo 1.125 da história do clube –, em 20 de março de 1949, na Rua Bariri. Adiante, deixou três, em Fla 4 x 4 Brasil de Pelotas-RS, amistoso, em 11 de junho de 1940, e Fla 6 x 0 Canto do Rio, pelo Campeonato Carioca, em 10 de julho – jogos Fla 1.138 e 1.141, respectivamente. E fechou a temporada-1949 marcando cinco vezes, em Flamengo 6 x 2 Corinthians, em 22 de dezembro – jogo Fla 1.171 – pelo Torneio Rio-São Paulo.

O grande feito de Durval, no entanto, aconteceu em 30 de abril de 1950, no caça níquel Flamengo 13 x 1 Campos, na cidade do mesmo nome, onde os rubro-negros jogavam pela 1.191ª vez, reunindo: Garcia, Nilton, Job, Biguá, Bria, Válter, Aloísio, Arlindo, Durval, Beto e Esquerdinha. Um pouco depois, ele marcou quatro, em Flamengo 6 x 2 São Cristóvão, pelo Estadual, em 2 de setembro – jogo Fla 1.210 –, no Maracanã. Mas foi em 14 de janeiro de 1951, em Flamengo 5 x 2 Fluminense, que viveu a sua maior tarde de glória, com três tentos no Fla-Flu – jogo Fla 1.227 –, no “Maraca”, pelo Campeonato Carioca. Um feito raro, mas que não garantiu-lhe nada. Pouco mais de dois meses depois, em 18 de março, ele faria a sua última partida rubro-negra, em Flamengo 4 x 2 São Paulo – jogo Fla 1.235 –, pelo Torneio Rio-São Paulo, no mesmo gramado que o consagrara, tendo por companheiros Pavão, Bria, Bigode e Esquerdinha, entre outros. Hoje, Durval está esquecido, perdido na história do Flamengo.

O mesmo fato ocorre com um outro antigo “matador” da Gávea, o atacante, Nélson Amorim Magalhães, autor de seis gols, em Flamengo 16 x 2 River, de 14 de maio de 1933, pelo Campeonato Carioca – jogo Fla 476 –, na Rua General Severiano – Rolim, Moisés, Alemão (Bibi), Rubens, Flavio , Faia, Marcondes, Nelson, Caio, Tales e Santana foi a formação de um Fla sem ninguém famoso.

Nélson, carioca, nascido em 17 de maio de 1913, não marcou tantos gols por acaso. Era assíduo na rede, até em clássicos, como no Fla-Flu de 3 de julho de 1932, quando marcou três – jogo Fla 445 – em Flamengo 4 x 0, na Rua Paysandu. E, em 19 de junho de 1935, em Flamengo 8 x 0 Modesto – jogo Fla 540 – pelo Torneio Aberto do Rio de Janeiro, nas Laranjeiras, ele compareceu ao filó por quatro vezes. Entre 1931 e 1936, fez 120 jogos flamenguistas, marcando 84 gols, em 72 vitórias, 26 empates e 42 derrotas.

Além de Nélson, com seis gols, só Alfredo, em 25 de junho de 1936, em Flamengo 8 x 2 Estrela do Norte – jogo Fla 587 –, amistoso, em Cacheiro do Itapemirim–ES; Leônidas da Silva – jogo Fla 759 –- em 4 de setembro de 1940, em Flamengo 9 x 0 Portuguesa de Desportos, no Pacaembu-SP, pelo Torneio Rio-São Paulo, e Dida, em 24 de agosto de 1958 – jogo Fla 1.161 – no Maracanã, pelo Carioca, conseguiram a façanha de marcar seis tentos em um único compromisso.

ESTATÍSTICA – Confira outras marcas de “matadores” rubro-negros rubro-negros em uma só partida:

Alfredo (5) – Flamengo 7 x 0 Bandeirante (05.05.1935), na Rua Campos Sales-RJ, e (5) em Flamengo 8 x 1 Bandeirante (02.07.1936), ambos pelo Torneio Aberto-RJ, nas Laranjeiras-RJ.

Leônidas da Silva (5) – Flamengo 7 x 0 Rio Branco (25.04.1937), amistoso, em Petrópolis-RJ. Perácio (5) – Flamengo 8 x 5 América-RJ (13.09.1942), Estadual, no Maracanã; (5) em Fla 12 x 1 Bonsucesso (08.06.1946), Torneio Municipal-RJ; (5) em Fla 8 x 5 Bangu (22.06.1947), Municipal, e (5) em Flamengo 8 x 5 Bangu (22.06.1947), Municipal, nas Laranjeiras.

Hermes (5) – Flamengo 9 x 0 Tamoio (29.11.1950), amistoso, em São Gonçalo-RJ. Evaristo de Macedo (5) – Fla 12 x 2 São Cristóvão (27.10.56), Estadual, no Maracanã. Gérson “Canhotinha de Ouro” (5) – Fla 6 x 0 Seleção Maranhense (25.01.1960), amistoso, no Estádio Municipal de São Luís-MA

Sá (4) – Fla 9 x 2 Byron (07.04 1935), Torneio Aberto-RJ, nas Laranjeiras. Alfredo (4) – Fla 7 x 1 Bonsucesso (11.06.1936), amistoso, na Rua Campos Sales. Leônidas da Silva (4) – Flamengo 6 x 0 São Cristóvão (15.11.1940), Estadual, na Gávea.

Pirillo (4) – Flamengo 7 x 0 Niteroiense (21.04.1943), amistoso, no Caio Martins, em Niterói-RJ; (4) em Fla 7 x 0 Flu (10.06.1945), Torneio Municipal, em São Januário; (4) em Flamengo 10 x 0 Bonsucesso (03.11.1946) Estadual, na Avenida Teixeira de Castro, e (4) em Flamengo 5 x 2 Vitória-BA (24.06.1949), amistoso, Estádio da Graça, em Salvador-BA.

Alarcon (4) – Flamengo 5 x 1 Bangu (06.06.1943), Torneio Municipal, na Rua Figueira de Melo. Vevé (4) – Fla 7 x 1 Bangu (15.10.1944), Estadual, na Rua General Severiano. Adílson (4) – Flamengo 6 x 2 Bangu (05.08.1944), Estadual, na Gávea. Zizinho (4) – Flamengo 5 x 4 Madureira (22.08.48), Estadual, na Gávea.

Moacir (4) – Flamengo 6 x 1 Fast Clube-AM (31.03.1950), amistoso, no Estádio Parque Amazonense, em Manaus-AM. Lero (4) – Flamengo 7 x 1 Barra Mansa (18.06.1950), amistoso, em Barra Mansa-RJ. Benitez (4) – Flamengo 9 x 0 São Cristóvão (12.10.1952), Estasdual, na Rua Figueira de Melo, e (4) em Fla 4 x 0 Bonsucesso (01.08.1953, Estadual, no Maracanã.

Evaristo (4) -– Flamengo 5 x 0 Madureira (01.11.1954), Estadual, no Maracanã. Dida (4) – Flamengo 5 x 2 Canto do Rio (30.11.1955) Estadual, no Estádio Martins, em Niterói; (4), em Flamengo 4 x 1 América-RJ (04.04.1956) Estadual, no Maracanã; (4) em Flamengo 9 x 0 Combinado de Umea-SUE (29. 05.1956), amistoso, em Umea; (4) em Flamengo 8 x 0 Malmoe-SUE (08.05.62), amistoso, em Maolmoe.

Henrique Frade (4) – Flamengo 12 x 1 Brann-NOR (07.06.1956), amistoso, em Bergen-NOR; (4) em Flamengo 7 x 0 Carlos Renaux-SC (01.06.1961), amistoso, no Estádio Augusto Bauer, em Brusque-SC, e (4), em Flamengo 6 x 3 Palmeiras (23.03.1958), pelo Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã.)

TRÊS GOLS – Em um mesmo “match”, o Flamengo teve vários “matadores”, que fizeram isso por várias vezes, como Leônidas da Silva, Pirillo, Perácio, Dida, Zizinho, Jair Rosa Pinto, Caxambu, Gonzalez, Nandinho, Vevé, Vicente, Tião, Vaguinho, Esquerdinha e Moacir, entre outros. O rei, porém, desse quesito, é Jarbas Baptista, nascido em Campos-RJ, em 5 de setembro de 1913, e flamenguista entre 1931 a 1946. Em 371 jogos, com 218 vitórias, 62 empates e 97 quedas, ele marcou 141 gols, sendo oito em um mesmo pega.

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