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Brasília

O outro lado

Arquivo Geral

27/09/2016 6h00

Atualizada 26/09/2016 11h54

Encerrada a partida entre Corinthians x Fluminense, a crônica esportiva paulista iniciou uma caça às bruxas contra a arbitragem de Anderson Daronco. Inicialmente, foram perguntar ao zagueiro Gum, do tricolor carioca, o que ele achara da arbitragem, fazendo questão de dizer que ele estava impedido no lance do gol de Cícero. Irônico, Gum disse que Daronco tivera uma boa atuação, mesmo tendo deixar de marcar um pênalti claro a favor do Fluminense (lance em Marcos Junior, ainda no primeiro tempo). Sobre o possível impedimento, disse não saber, mas achava que não estava. Depois, movidos pela dignidade de corrigir o futebol brasileiro, os repórteres foram falar com o treinador corintiano. Sem dar “spoiler”, como dizem os jovens atualmente, tiveram de ouvir que o Corinthians achava não ter havido a falta que resultou no gol – nenhuma citação ao tal impedimento.

Na coletiva dos treinadores, um repórter de uma rádio de São Paulo quis colocar o treinador Levir Culpi contra a parede. Mesmo com toda a sua experiência, Levir deu, sim, uma exagerada na resposta – e, depois, acabou desautorizado pela assessoria do Fluminense, que chegou a pedir desculpas ao repórter (como dizia Nelson Rodrigues, “perdoa-me por me traíres”). Mas não parou aí. Nos programas esportivos pós-jogo, procuraram o impedimento no lance do gol, mas aí não mais de Gum. Bem mais tarde, foram encontrar um pênalti em Balbuena (que durante a partida ninguém falou ou achou que aconteceu). Resumo da história: tem razão o Corinthians de protestar? Talvez, apesar de nem entre os corintianos haver concordância sobre os erros. Tem razão o Fluminense em protestar? Sem dúvida, porque ninguém contesta o puxão que Marcos Junior levou.

Colorado agoniza

Já disse o poeta que o samba agoniza, mas não morre. O mesmo, porém, não se pode dizer do Internacional. O tricampeão brasileiro, único com título invicto, “campeão de tudo”, como faz questão de dizer, o Colorado está cada vez mais afundado na zona do rebaixamento do Brasileiro da Série A. Brasileiro que chegou a liderar, mas depois passou 14 jogos (isso mesmo, 14 jogos) sem uma vitória sequer. Com apenas 30 pontos ganhos, o Internacional não parece ter forças, dentro de campo, para virar o jogo – é bom lembrar que em pelo menos duas partidas nas quais conquistou pontos neste período “ruim” o Internacional contou com a colaboração dos árbitros, ou seja, a situação poderia estar pior.

No próximo sábado, o Internacional terá o chamado “jogo de seis pontos”. O Figueirense, seu rival, está ali, na briga direta contra o rebaixamento. O jogo será em Porto Alegre. Vantagem? Neste momento, com sinceridade, não sei. Talvez fosse interessante que dirigentes e jogadores iniciassem uma campanha do tipo “sem vocês não conseguiremos”, para levar ao Beira Rio apenas quem deseje, efetivamente, apoiar a equipe. Vai ser uma partida tensa. Tensão que pode ajudar o Figueira, para quem um empate será ótimo, mesmo que o Cruzeiro derrote o Grêmio e o jogue, de novo, para dentro do Z-4. E será ótimo porque manterá o Internacional atrás. Cada vez mais pressionado, agonizando, quase morrendo.

Time de aço

Volta Redonda é conhecida como a Cidade do Aço. Fica lá a Companhia Siderúrgica Nacional. A cidade tem um time de futebol que já foi vice-campeão carioca (ou fluminense, como queiram os mais exigentes e corretos defensores da língua). A cidade tem um bom estádio, o Estádio da Cidadania, que não enche de modo algum, nem mesmo com clássicos do futebol carioca. Sem Maracanã e Engenhão, Flamengo, Fluminense e Botafogo jogaram lá diversas vezes neste Brasileiro – sempre com público inexpressivo. Decidiram mudar de sede. O rubro-negro vem operando milagres em Cariacica (ES); o Botafogo gastou uma grana e ajeitou o estádio da Portuguesa, na Ilha do Governador; e o Fluminense preparou Edson Passos, estádio do América, para ser seu alçapão.

No próximo sábado, porém, acredito que o Estádio da Cidadania vá viver um momento único. Às 21h (se não mudarem o horário), o Volta Redonda, o Voltaço, estará disputando com o CSA de Alagoas o título brasileiro da Série D. Isso mesmo: o Volta Redonda pode sagrar-se, no próximo fim de semana, campeão brasileiro. A vaga na Série C, onde encontrará com o Macaé (outro que tem bom estádio, mas não consegue enchê-lo) já está assegurada. Agora, porém, é hora de pensar num título. Histórico. No primeiro jogo, com o Rei Pelé, em Maceió, lotado, o Voltaço segurou o 0 a 0. Uma vitória simples vale o troféu. Mais importante, porém, é a possibilidade de ver o estádio cheio. Isso não tem preço.

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