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Sem Firula

O futuro

Arquivo Geral

09/12/2016 7h00

Vou começar, hoje, pelo final. Com a definição do campeão da Copa do Brasil, o futebol brasileiro já tem ideia quase perfeita de como ficará sua representação na Libertadores da América de 2017, “a maior Libertadores da história” (pelo menos em tempo de duração). Com a saída confirmada dos times mexicanos, o Brasil ganhou mais uma vaga na fase de grupos, de imediato – vaga que ficou para o Atlético Mineiro, que terminará o Brasileiro em quarto lugar. Com o título da Chapecoense, na Sul-Americana, um lugar é do time do Oeste catarinense. O Grêmio, campeão da Copa do Brasil, também terá direito de acesso direto à fase de grupos. Completam a relação de seis o Palmeiras, campeão nacional, e Flamengo e Santos (que definirão neste domingo quem fica em segundo, quem fica em terceiro no Brasileiro). Mas não fica só nisso.

Há, ainda, duas vagas em jogo no Brasileiro, para a pré-pré-Libertadores. Hoje, os lugares estão com o Atlético Paranaense (quinto colocado, 56 pontos ganhos) e Botafogo (mesmo total, perdendo no desempate pelo número de vitórias). A sétima posição, com grandes chances de beliscar um lugarzinho, é do Corinthians, que está com 55 pontos ganhos. No domingo, o Furacão recebe o Flamengo na Arena da Baixada; o alvinegro carioca vai colocar as faixas no Grêmio campeão da Copa do Brasil em Porto Alegre (time reserva, provavelmente até sem o técnico Renato Gaúcho no banco) e o Timão vai a Belo Horizonte enfrentar um Cruzeiro que nada mais aspira no torneio. Como o oitavo lugar é do Grêmio e o nono é da Chapecoense, a briga pelas duas vagas está restrita a estes três. Favoritos? Acredito que a situação mais complicada será a do Atlético Paranaense – isto porque o vice-campeonato vale uma boa diferença de grana para o Flamengo. E só.

Fim de jejum

Na partida que registrou o recorde de público na nova Arena Olímpico (completou quatro anos de existência), com mais de 55 mil pagantes, teve festa antes, durante e depois do jogo – a mais efusiva, claro, foi quando o árbitro encerrou o jogo e o título se confirmou. Teve também emoção com as homenagens prestadas à Chapecoense, aos colombianos, ao Atlético Nacional e às vítimas do acidente aéreo que dizimou o time catarinense – aliás, deve-se destacar a superação psicológica do goleiro atleticano Victor, que estava visivelmente abatido durante o minuto de silêncio. Teve confusão, também. Um pouquinho no intervalo e muita, quase desandando para a violência quando o jogo terminou. Futebol? Quase não teve. A partida foi ruim, burocrática, com todos os jogadores mais parecendo cumprir um ritual pré-determinado do que, efetivamente, disputando uma final.

Nada disso, porém, importa ao torcedor do Grêmio. Há 15 anos seu time não conquistava um título nacional. Neste período, até mesmo no seu Rio Grande do Sul as conquistas andam escassas. E as lágrimas de emoção e tristeza que foram vistas durante as homenagens à Chapecoense se transformaram em alegria para a galera “do rei das copas”. Aliás, interessante ver nas mãos dos torcedores (como havia mulheres nas arquibancadas, faço questão de registrar) faixas com os dizeres “queremos a Copa”. Foram atendidos. Como, por sinal, prometera o treinador Renato Gaúcho assim que assumiu a equipe, substituindo Roger Machado. Só não entendi porque a filha do técnico ganhou uma medalha. E não era a do pai, que mantinha a sua no peito.

Chape, seriedade

Continuam as manifestações de solidariedade para com a Chapecoense. Se a torcida do Atlético Nacional publica nas redes sociais frases como “orgulho de ser vice-campeão da Chapecoense”, atos mais efetivos surgem de todos os cantos. O Barcelona, por exemplo, desejando ajudar “no reerguimento esportivo e profissional da equipe brasileira” já confirmou que convidará a Chapecoense para participar do Torneio Joan Gamper, um dos atrativos da pré-temporada do time catalão – será em agosto de 2017.

Chape, para aliviar

O trauma jamais passará, mas é importante voltar a lidar com a vida, afinal de contas ela segue. Torcedores rivais anunciaram que Flamengo e Corinthians estão disponibilizando quatro árbitros e seis auxiliares (os bandeirinhas) para ajudar a Chapecoense a remontar seu time. Não há informações se os nomes são em comum acordo ou cada um dos times citados indicará os de sua preferência… E antes que critiquem o colunista pela brincadeira, aviso que a cada nova notícia, a cada foto dos sobreviventes, as lágrimas escorrem por meu rosto. Mas, como escrevi, a vida segue – e a alegria precisa voltar a fazer parte de nossa rotina.

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