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Morando Fora

Profissionais do século XXI devem ter experiência no exterior

Arquivo Geral

15/09/2018 8h40

Atualizada 04/02/2019 20h46

Ter vivência internacional é, sem dúvida, diferencial no currículo. Mais que isso, é forte indicador de competências imprescindíveis para tempos globalizados. O que era implícito entre os recrutadores de recursos humanos foi comprovado há pouco pelo Instituto de Educação Internacional (IIE), com sede nos Estados Unidos. Pesquisa do IIE mostrou que profissionais que fizeram intercâmbio desenvolveram mais habilidades, expandiram as possibilidades de carreira e foram promovidos.

O estudo analisou mais de 4,5 mil indivíduos que estudaram no exterior desde 2000. Mais da metade identificou os efeitos positivos já mencionados. Entre os que não souberam se o intercâmbio foi, de fato, útil para suas carreiras, foi observado efeitos indiretos: o intercâmbio ajudou na comunicação pessoal, habilidades sociais e na capacidade de entender e trabalhar com diferenças.

O estudo ainda identificou 15 habilidades consideradas primordiais para trabalhadores do século XXI: competências interculturais, curiosidade, flexibilidade/adaptabilidade, confiança e autoconsciência. E foram exatamente essas as habilidades aprimoradas por 70% dos entrevistados. O resultado reforça a ideia de que o intercâmbio ou a vivência no exterior é, mais do que uma experiência, um investimento: as mudanças sociais, econômicas e profissionais são bastante abrangentes, e quem consegue aproveitar ao máximo colhe os benefícios criados longe de casa e fora da zona de conforto.

Morar fora do país ajuda ainda a aumentar seu autoconhecimento. De acordo com um time de pesquisadores das universidades de Rice, Columbia e da Carolina do Norte, entrar em contato com uma cultura e valores diferentes estimula a reflexão sobre si próprio, colocando sob perspectiva os valores e hábitos com que a pessoa cresceu em seu país de origem. Essas reflexões levam a descobertas sobre valores pessoais essenciais.

O estudo comprova que os que estão mais avançados em sua carreira fizeram conexões consistentes entre a experiência de estudar no exterior e o crescimento profissional, e afirmaram que foram contratados ou promovidos por conta de habilidades desenvolvidas durante a experiência internacional. Como consequência, a vivência fora de seus países abriu caminhos e oportunidades que eles não enxergavam antes de viajar. Para acessar o relatório completo, clique neste link.

O negócio ficou tão sério que hoje em dia se fala em Inteligência Cultural. O termo, cunhado pela primeira vez em 2003 em um livro acadêmico, foi retratado um ano depois pela Harvard Business Review como capacidade essencial para o sucesso no século XXI, mas isso é conversa para outra coluna.

Então, você, mãe ou pai, que pode patrocinar a viagem do seu filho para um intercâmbio; ou você, profissional, que anda pensando em trilhar esse caminho, não há dúvidas. Essa é uma parte do segredo do sucesso.


Liliana Tinoco Bäckert é jornalista e tem mestrado em Comunicação Intercultural pela Universidade da Suíça Italiana. Carioca, tem dois filhos, é casada com um alemão e vive naquele país desde 2005, onde também trabalha como treinadora intercultural independente. Decidiu transformar o próprio choque cultural em combustível para ajudar outros brasileiros que já vivem fora ou que pretendem se lançar nessa aventura globalizada.

 

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