Em 22 de novembro completam-se 108 anos da Revolta da Chibata, liderada em 1910 pelo marinheiro João Cândido. Fontes estimam que naquela época a ‘Armada” era composta por 50% de negros, 30% de mulatos, 10% de caboclos e 10% de brancos. Se atualizarmos os conceitos, podemos unir as categorias de negros, mulatos e caboclos para concluir que maioria dos quadros era de afrodescendentes, comandados por uma minoria de brancos, oriundos das elites.
A revolta eclodiu por uma reação dos marinheiros indignados com os castigos físicos (chibatadas) a quem ainda eram submetidos, duas décadas após a Lei Áurea – os castigos físicos haviam sido abolidos no Exército em 1890. Esses marujos também recebiam salários irrisórios e eram alvos de outras humilhações.
João Cândido além de liderar os marinheiros demonstrou competência como comandante de embarcação, por esse motivo, recebeu o codinome de Almirante Negro. Na realidade, ele contava com a patente de marinheiro, sequer tinha conseguido a promoção a cabo, primeira graduação.
Apesar desse protagonismo, o Almirante Negro foi expulso da Marinha. Nunca mais conseguiu arrumar emprego fixo e passou o resto da vida trabalhando como estivador na Praça XV, no Rio de Janeiro, e fazendo trabalhos informais. Morreu em 1969, aos 89 anos, no anonimato.
Divulgação
Arte produzida pela Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) em homenagem a João Cândido