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Coluna Marcelo Chaves
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Eleito o melhor chef pâtissier do mundo, Cédric Grolet fala de seu trabalho ao JBr

Marcelo Chaves

21/06/2018 15h50

Fotos: Arquivo Pessoal

Eleito o melhor chef pâtissier do mundo pela The World’s Best Pastry Chef 2018, o francês Cédric Grolet, chef de confeitaria do Le Meurice em Paris, concedeu uma descontraída entrevista para a coluna. Ele, que é reverenciado mundo afora pelo seu talento e por suas saborosas criações, falou um pouco de seu trabalho. Confira nosso bate-papo abaixo.

No que você se inspira para criar suas sobremesas? Como funciona o seu processo de criação?

Em tudo o que me rodeia: moda, carros, cores, arquitetura, museus, mas especialmente viagens e culturas de todos os diferentes países que visito. Não há coisas fixas de fato. Primeiro penso no sabor inspirando-me com o que a estação me dá, depois cuido da estética da sobremesa e do tempero.

Suas receitas são comparadas a obras de arte, de tão belo o resultado. Concorda com isso?

Considero a confeitaria, em primeiro lugar, artística. Então sim, ela pode representar arte.

Uma dos principais destaques do seu trabalho são os bolos “Rubik”, que têm uma geometria perfeita. De onde surgiu a ideia dessa receita? Você pensa em uma paleta de cores na hora de fazer a montagem do bolo?

Eu formulei a ideia com o “Le Club des Sucrés” em Paris. Eles tinham um tema sobre bolos de viagem (les gâteaux de voyage). Então eu misturei o lado da viagem, o fato de esperar no transporte por várias horas, onde jogamos Rubiks para passar o tempo, e quando demora, começamos a ficar com fome e comemos bolos. Foi misturando os dois que criei o Bolo de Rubik. Quanto às cores, eu me adapto de acordo com os eventos; por exemplo, para o Natal, fizemos tudo branco para lembrar a neve, para a Páscoa já fizemos tudo preto para lembrar o chocolate, na verdade, este bolo é variável ao infinito.

No ano passado, 2017, você lançou um livro, “Fruits”. O que pretendia levar ao público com a obra?

Eu queria escrever um livro primeiro para fazer um balanço de tudo que eu havia criado até agora e saber onde eu estava no meu trabalho. Isso me permitiu deixar as coisas claras em relação à parte da criatividade. Eu quis levar aos clientes e leitores algo simples chamado “Fruts”, a sinceridade da natureza.

Você já recebeu muitos prêmios e títulos importantes, entre eles, foi escolhido como melhor chef pâtissier pela revista Le Chef em 2015, e em 2017 foi eleito melhor do mundo, em Nova York, pela associação Les Grandes Tables du Monde. De que forma você lida com todo esse reconhecimento?

Eu fico extremamente feliz, mas isso também me coloca sob pressão indireta. Porque isso significa que muitos clientes vêm conhecendo todos esses títulos que eu ganhei, então eles estão esperando pelo melhor doce do mundo. Hoje não fazemos apenas doces, temos que fazer o melhor doce do mundo. Eu sempre tento me superar e fazer cada vez melhor.

Você já visitou o Brasil? O que você acha da diversidade de sabores que existe na culinária brasileira?

Não, mas eu adoraria visitar. Ouço falar muito bem das belezas naturais e da rica culinária existente no Brasil.

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