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Coluna Marcelo Chaves
Coluna Marcelo Chaves

Arquiteto Samuel Lamas fala de trabalho e empreendedorismo

Marcelo Chaves

07/11/2018 11h56

Fotos: Haruo Mikami

Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Università degli Studi di Roma, que fica na Itália, o atual diretor criativo da Lamas Arquitetura e Engenharia, Samuel Lamas bateu um papo com a coluna sobre a carreira de arquiteto e sobre sua primeira coleção de mobiliário. Confira abaixo a entrevista.

De onde surgiu a vontade de estudar e trabalhar com  a arquitetura?

Quando pequeno acompanhava meu pai nas obras. Ele é engenheiro civil e percebia sua paixão pelo ofício. Na escola gostava de desenhar, tocar piano mas também me interessava por Física e Geometria. A Arquitetura me pareceu a melhor – e talvez a única – escolha para exercer esses interesses. Ela é arte e também não-arte. Arte pois deve emocionar, ter poesia. Não-arte pois está condicionada a uma função.

No último mês você lançou uma linha própria de móveis, como foi o processo de criação e a escolha do conceito? Quantas peças compõem a coleção?

As peças são fruto de um exercício de minimalismo. Todos os componentes estruturais são indispensáveis para sua estabilidade. Com raciocínio geométrico e simplicidade, 15 peças foram criadas com ferro, couro e madeira. Os materiais se expressam de forma autêntica e valores intrinsecamente ligados ao universo da engenharia como estrutura, sustentação e equilíbrio encontram plena expressão nos móveis.

Quais são as suas principais referências?

A estética modernista brasileira traduzida com sotaque contemporâneo.

Qual a principal diferença entre trabalhar com arquitetura e a criação de móveis?

O processo de criação é muito parecido. A arquitetura deve atender múltiplas funções e tem outra escala, portanto leva-se mais tempo para concluir. O cliente define um programa de necessidades e as equipes de serviços são complexas.
O design de mobiliário é um processo mais rápido. As funções são enxutas, o cliente não participa da criação mas a peça deve ser comercializada, portanto deve atender às expectativas de um maior número de pessoas.

Brasília é uma cidade conhecida pelos belos monumentos que abriga. De que forma a arquitetura da cidade te influencia?

Brasília tem espírito simples e monumental, sua arquitetura muitas vezes se esconde nas copas das árvores. Os pilotis nos permitem caminhar livremente, em qualquer direção. Não tem paredes nas superquadras e os blocos brancos parecem flutuar. Os janelões trazem a paisagem para dentro de casa. O Cerrado tem uma força enorme, as árvores lembram bonsai gigantes. Árvores eletrizadas. Todo mês tem uma flor que brota. É uma sinfonia de cores durante o ano, é muito inspirador.

A coleção de móveis superou suas expectativas? Quais são os próximos objetivos? Já tem uma data pra lançar uma segunda coleção?

Estou muito satisfeito com a repercussão. A loja Quadra, que vende com exclusividade em Brasília, tem feito um trabalho lindo. Me sinto feliz e honrado em ver o DNA brasiliense ao lado do melhor do design nacional e italiano. Agora minhas peças também são comercializadas nos Estados Unidos e Europa pela 1stdibs, o maior marketplace de design, arte e joias do mundo . Ainda sem data para lançar a segunda coleção, mas certamente vem novidades por aí.

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