Na semana passada, quando falamos do prefixo super-, os exemplos foram super-homem, superorganizado, supercampeão e super-realista. Entretanto, faltou dizer por que uns são com hífen e outros juntos. Por isso, hoje, veremos regras do hífen em geral.
Os primeiros casos
De antemão, sobre o uso do hífen logo após o Novo Acordo, posso assegurar que está mais fácil. Já que, antes, se deveria saber o comportamento de cada prefixo. Agora há regras mais gerais (apesar das exceções para animar a vida).
Primeiro, quando o prefixo se liga a palavra que inicia com “h”. Sempre use hífen, como em super-homem. Segundo, quando a letra final do prefixo é igual à do início da palavra: super-realista, micro-ondas. Lá no caso do super-, as outras ficaram juntas por estarem fora dessas regras.
A lista dos prefixos específicos
Com esses da listinha você sempre deve usar hífen, não importa a palavra com que se liga: além-, ântero-, aquém-, ex-, êxtero-, ínfero-, póstero-, recém-, sem-, sota-, soto-, súpero-, vice-, pós-, pré-, e pró-. Como em “além-túmulo”, “vice-presidente” e “recém-casado”.
Cuidado com as três últimas, pós-, pré- e pró-, pois algumas palavras já são juntas, como predestinação, posfácio e prometáfase. Atenção também para re- e co-, esses sempre vêm colados à palavra: “reeleição”, “coordenação”. Ainda que, no caso do co-, algumas podem coexistir, como “coerdeiro” e “co-herdeiro”.
Outras regras para inclusão de hífen
No conjunto sub-, sob-, ab- e ob-, além das regras gerais anteriores, inclua o “r”. Isso por questão fonética: imagine-se falando “sub-raça” (o correto) e “subraça” (inexistente). Adote também para o prefixo ad-: “ad-rogar”. Nos prefixos pan- e circum-, inclua “n” e “m”, para os dois, e qualquer palavra que inicie com vogais: “pan-americano”, por exemplo.
Lembre-se de que palavras de origem tupi-guarani e compostos de animais, plantas e cores também vêm com hífen: anajá-mirim, lobo-guará, flor-de-lis e rosa-shocking (ah! Não é “rosa-choque”). Além do caso de que já trabamos: onomatopeia com repetição de sílabas: mi-mi-mi, ti-ti-ti.
Casos sem hífen
Sem hífen ficam as locuções, como dor de cabeça e dona de casa, mas há severas exceções, como água-de-colônia. Prefixos que terminam com vogal e se juntam a palavras que começam com “r” ou “s” fazem dobrar as letras: biorritmo, ultrassom, correlação e rerreeleição. As que perderam noção de composição ficam juntas, como “mandachuva” e “paraquedas”. Por fim, lembre que “não” e “quase”, agora, ficam separadas da palavra: “não governamental” e “quase morte”. Na dúvida, consulte sempre.