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Campos sintático e semântico, uni-vos!

Arquivo Geral

15/05/2018 11h14

Falamos de concordância por aqui. Vamos lembrar a exigência natural de gênero e número serem iguais para nomes (substantivos, adjetivos, numerais, artigos), e ainda se inclui a pessoa no campo da concordância verbal. Como temos a compreensão semântica e sintática caminhando paralelamente, muitas vezes elas deixam de dar as mãos e acabam brigando.

A semântica e a sintaxe

As palavras semântica e sintaxe não fazem parte da lista de termos que usamos a qualquer momento. Então, talvez não se saiba completamente o que signifiquem. Vou repassar, grosso modo, seus significados, pra conseguirmos trabalhar bem nesse texto. Claro que, para aprofundar seus conceitos, você vai precisar consultar e ler mais um pouco. Faça isso.

Quando falamos de sintaxe, aludimos às relações entre os termos de uma oração. Isso quer dizer que a organização sintática tem a ver com a posição das palavras e suas dependências umas das outras: concordâncias, referenciais, proximidade, etc. Já no campo semântico, pensamos naquilo que significam as palavras ou os termos conjuntos, as expressões ou até mesmo frases. Dessa forma, uma mesma palavra pode carregar vários campos semânticos. Por exemplo, se eu falar “manga”, sozinha, você se lembra de fruta ou camisa? Difícil, não é?

As diferenças que explicam alguns (chamados) erros

“Meu amigo está saindo com um mulherão muito bonita”. Você já ouviu frase parecida? Esse artigo “um” é também chamado determinante. Isso porque ele vai designar a relação de gênero e número, influenciado pelo “mulherão”. Veja só agora a diferença: quando você ouve “mulherão”, na sua cabeça vem o gênero feminino, influenciado pelo sexo, claro. Mas, sintaticamente, a palavra é masculina. O que prova que gênero gramatical nada tem a ver com gênero social ou biológico. O mulherão é bonito.

Veja só agora dois casos bem comuns de diferença na questão do número. Frases que eu já ouvi e, talvez, você também: “A gente fomos ao jogo” e “Os pessoal já vieram do mercado”. Sintaticamente, “a gente” e “pessoal” são de número singular. Mas, de novo, quando você escuta essas palavras, logo vêm à sua cabeça aquele montão de gente. Uma galera. Assim, em alguns casos, o falante junta número semântico com exigência de concordância sintática e… bum! Explodiu a frase ao flexionar o verbo. No caso do pessoal, até o artigo foi.

Bom é que eles se unam

Sendo assim, busque uma forma de unir os dois campos sem que você se sinta incomodado ao produzir o discurso, ou tenha dificuldade para ter certeza de que o seu interlocutor entenda. Troque o mulherão por outro termo, já que o “bonito” pode trazer dúvida. Mulherona é uma boa. Quanto a “pessoal” e “a gente”, se causar problema, melhor usar “eles” e “nós”. Pra evitar a explosão.

De qualquer forma, cuide para que, na sua cabeça, esteja a ideia da palavra, mas que ela não atrapalhe as relações sintáticas, que podem ser diferentes.

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