Os deputados distritais conseguiram. Tanto bateram o pé que chutaram a votação do substitutivo da Lei do Silêncio para fora de 2018. O presidente da Câmara Legislativa, deputado Joe Valle, retirou o projeto da pauta na tarde de ontem, depois de não conseguir consenso nem quórum para a análise da matéria.
Ano de eleição
A maioria dos parlamentares não quer correr o risco de perder um voto que seja em ano de eleição. Os que dizem votar pelo aumento dos atuais decibéis perderiam com as representações da sociedade. Os que apoiavam a diminuição do barulho não querem arriscar um desgaste com o setor cultural. “A Casa não se sente bem em votar esse ano. Durante a reunião interna ficou claro esse desconforto com a proposição”, diz Cristiano Araújo (PSD, foto).
Sem consenso, caso segue para a Justiça
Autor do primeiro projeto substitutivo à lei, Ricardo Vale (PT, foto) quer protocolar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei em vigor, em conjunto com o segmento cultural do DF. “Os deputados não querem nessa legislatura, falam que é porque é ano de eleição, mas então porque não votaram em 2015, 2016, fim do ano passado? Essa é a desculpa de agora.”
Tentativa de acordo sobre gestão do Icipe
O Instituto do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Icipe), o Ministério Público do Distrito Federal, a Procuradoria do DF, o secretário de Saúde do DF e os réus no processo de interrupção na gestão do Hospital da Criança feita pelo Icipe foram intimados pelo magistrado da 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para audiência de conciliação. O objetivo é analisar o pedido de descontinuação dos efeitos da sentença que suspendeu a gestão. A audiência será no dia 24, às 14h.
Contas em análise
Dos cinco processos relativos à análise das contas anuais do Icipe no Tribunal de Contas do DF (TCDF), apenas dois estão fechados. De 2013, com contas julgadas regulares, apesar das ressalvas; e o de 2014, arquivado por ter as contas também aprovadas. Três estão em fase de análise inicial pelo corpo técnico do TCDF (2014, 2015 e 2016). A prestação de contas de 2017 está prevista para ser entregue até 31 de maio.
Sai pesquisa, entra chapa
O grupo composto pelos pré-candidatos ao Palácio do Buriti Alírio Neto (PTB), Izalci Lucas (PSDB), Wanderley Tavares (PRB) e Gondim Carneiro (PMB) desistiu de chegar a um consenso após uma pesquisa de intenção de voto. A estratégia agora para chegar a um nome de peso para a disputa será a apresentação de uma proposta de chapa, com até seis nomes, entre titulares e suplentes. A chapa que mais agradar os partidos será oficializada pela coligação. As propostas serão apresentadas até sexta-feira.
Comoção geral
A morte da jornalista Valéria Velasco (foto) comoveu amigos, familiares e políticos do DF. Valéria foi vítima de um aneurisma na aorta abdominal sofrido há 13 dias.
“A passagem de Valéria de Velasco torna Brasília menor e mais triste. Nós perdemos uma voz em defesa da cultura de paz e das vítimas de violência, imprescindível p/ nossa construção cidadã. Valéria está entre aquelas pessoas q Guimarães Rosa diz q não vão embora, ficam encantadas.” Erika Kokay
“Valéria foi uma pessoa que conseguiu transformar uma desaventura na vida dela em algo bom. Nos conhecemos na época da minha monografia, acompanhei o Convive (Comitê Nacional de Vítimas de Violência), ONG que ela criou para ajudar famílias vítimas de violência, e quando fui secretário criamos o Pró-vítima e a convidei para ser subsecretária. Atendia 20 mil pessoas por ano. Um trabalho fantástico, uma marca real de cidadania.” Alírio Neto
“A jornalista Valéria de Velasco nos deixa a imagem de uma profissional competente, séria, mas principalmente a de uma mulher forte que enfrentou as agruras da vida com coragem e determinação. Se tornou, na adversidade de uma perda trágica de um filho, militante ativa contra a violência em Brasília.” Rodrigo Rollemberg
