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Sem Firula

Lastimável

Arquivo Geral

12/01/2017 13h28

Nunca nada está tão ruim que não possa piorar.

Depois das notícias sobre o abandono do Maracanã no que diz respeito às condições de uso do estádio, somos surpreendidos com o descaso como a empresa (ainda) responsável pela manutenção do espaço vem tratando o Maracanã. Por medida de economia, apenas dois seguranças estão trabalhando – ou estavam. Com isso, o estádio vem sendo invadido por moradores de rua e já se registraram os roubos de bustos (entre eles o que homenageava o jornalista Mario Filho, que dá nome ao estádio), além de aparelhos de televisão e fios.

A situação tende a piorar porque o governo do estado, que deveria pressionar a concessionária está mais preocupado (até diria que com justiça) em resolver os problemas de falta de dinheiro para pagamento dos salários. E o estádio, no qual se gastou mais de R$ 1,2 bilhão para reformar para a Copa do Mundo, se degrada, transformando-se num inesperado elefante branco do Mundial.

Estava conversando com um amigo, também jornalista esportivo (ou ex, como ele faz questão de dizer), e lembramos que a seleção brasileira não joga no Maracanã, o seu principal palco, desde a final da Copa das Confederações, contra a Espanha. Na Copa do Mundo, pela louca tabela montada, só chegaríamos àquele que já foi “o maior do mundo” se chegássemos à final, mas havia uma Alemanha no caminho. E, agora, dia 25, no amistoso contra a Colômbia, a partida será no Engenhão. Estão descaracterizando de vez as nossas tradições.

Como há um grande frisson sobre quem assumirá o estádio com a saída da atual concessionária (ligada à Odebrecht), este colunista faz uma sugestão: por que Flamengo e Fluminense não chamam a CBF e, juntos, os três se associam a alguma empresa para comandar o estádio? A CBF tem expertise neste tipo de situação, tanto que realiza vários de seus jogos amistosos na Inglaterra, para agradar a um parceiro. Por que não trazer este parceiro para arrumar a casa no Maracanã?
E este parceiro, então, poderia fazer também o caminho inverso do que faz com a seleção brasileira: da mesma forma que leva a Canarinho para a Inglaterra para jogar amistosos, poderia trazer alguma seleção europeia para jogar aqui. O que não pode continuar a acontecer é este projeto de destruição do Maracanã, um patrimônio não só do futebol brasileiro, mas de todo o futebol mundial.

Que fase!

Não foi boa, para os grandes paulistas, a terça-feira na Copa São Paulo de juniores. São Paulo (que já conquistou o torneio três vezes) e Palmeiras (que jamais ganhou a Copinha) foram eliminados, respectivamente, pela Chapecoense (nos pênaltis) e pelo Sport.

É claro que perder é do jogo, mas no caso palmeirense… O Verdão é o único dos grandes de São Paulo que nunca ergueu o troféu do torneio que comemora o aniversário da cidade. E, este ano, a confiança era grande – tanto que praticamente toda a comissão técnica do time profissional foi até Araraquara para ver o jogo contra o rubro-negro pernambucano. E o Palmeiras acabou eliminado, perdendo por 1 a 0 (o Sport ainda perdeu um pênalti aos 45 do segundo tempo). No caso do São Paulo, chamou a atenção a vibração dos torcedores com a classificação da equipe catarinense. Pelo visto, o acidente de novembro transformou o time do Oeste catarinense no novo queridinho do futebol brasileiro.

Na surdina

Gianni Infantino conseguiu uma vitória ao aprovar a Copa do Mundo com 48 seleções – promessa de campanha. Mas pode ver seu poder sendo desafiado nos próximos momentos por conta da escolha das sedes dos Mundiais de 2026 (o primeiro com o novo número de participantes) e de 2030 (que comemorará o centenário do torneio). Lembrando silenciosamente que a Copa da Rússia, em 2018, pode ter sido escolhida com algum tipo de corrupção, os europeus trabalham para realizar o Mundial de 2026 no seu continente, numa parceria entre dois ou três países (Portugal e Espanha tentaram, juntos, 2018; a Inglaterra, que também foi derrotada para 2018, admite parceiros para 2026). Só que este trabalho precisará ser muito bem feito.

A China quer bancar a Copa de daqui a nove anos sozinha. Acena com a construção de novos estádios por todo o país e lembra à Fifa que possui um mercado de mais de um bilhão de pessoas ávidas por futebol. O brilho dos dólares interessa à entidade maior do futebol. Só que os chineses precisarão, além dos europeus, bater também a pretensão dos Estados Unidos (derrotado pelo Qatar para 2022), que já assustou os cartolas da Fifa com um monte de prisões e, agora, fala em chamar o Canadá (e até o México) para organizarem a Copa junto com eles. Torcendo para um final feliz estão Uruguai e Argentina, que estão com todos os planos prontos para sediar o Mundial do centenário.

Figuraça

Vampeta, dirigente do Audax, já avisou que vai cobrar caro para quem quiser ver o jogo entre seu time e o São Paulo, pelo Campeonato Paulista. O irônico ex-jogador lembra que é a estreia (oficial) de Rogério Ceni como comandante do tricolor paulista – e isso motivaria os torcedores a comparecerem neste momento histórico. Em compensação, como foi ídolo do Corinthians, jura que pode até abrir os portões (ou criar algum tipo de promoção) na partida contra o Timão “para festejar o aniversário de Osasco”. Não precisa nem dizer o quanto a galera são-paulina está feliz com ele, não é mesmo?

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