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Histórias da Bola
Histórias da Bola

Tião com asas nos pés

Arquivo Geral

10/01/2019 11h49

Como bola se joga com os pés, hoje, esta coluna deixa a redondinha no canto e sai no “pé-2” da rapaziada. Afinal, o dono deles merece. Está esquecido, mas quem pesquisar nas semanárias antigas, como em “Manchete Esportiva”, que esteve penduradas nas bancas pela segunda metade da década-1950, verá grandes “tira chapéu” para Sebastião Mendes.

Este foi um dos símbolos da gestão flamenguista do presidente Gilberto Cardoso. O hoje chamado “pedestrianismo” – antes corrida a pé – é a mais tradicional prova atlética deste planeta. Coisa tão antiga que vem de 776 Antes de Cristo (AC), quando Coroebus, nascido em Elis, venceu a única disputa da primeira Olimpíada, a corrida do estádio, em l184 metros de linha reta.

Em tempos mais modernos, o primeiro corredor a virar lenda foi Emil Zatopek, da antiga Tchecoeslováquia (1922 a 2000). Venceu e quebro os recordes olímpicos nos Jogos de Helsinque, na Finlândia-1952, cravando 14min06s06, nos 5.000m; 29min17s nos 10.000 e 2h23min4s na maradona. Tornou-se sinônimo de fera das pistas. Quando chamaram Sebastião Mendes de “Zatopek brasileiro”, ele disse: “Apelido que elogia, não é apelido, é título.

Sebastião Mendes não se mascarava, pois sabia estar muito distante daquele “título”. Em teremos relativos, ele era o “Gilberto Carodoso do atletismo”, de tão apaixonado que era pela coisa. Fazia daquilo um culto. De sua parte, Gilberto sorria quando não via ninguém nas pistas brasileiras não alcançando o seu atleta, dos 1.500 a 5.00 metros rasos, provas das quais era o recordista, bem como nos 3.000m.

Sebastião Mendes deu a largada em sua carreira em 5 de janeiro de 1952, em provas preparatórias para o Campeonato Sul-Americano. Em 27 de abril, colocou a primeira medalha no peito, na prova “Horto Florestal”, em 3.000m. Em 25 de maio, foi registrado, oficialmente, pelo Flamengo, junto à Federação Metropolitana de Atletismo. Mas a sua estreia como flamenguista se deu só em 28 de junho, disputando e vencendo os 3.000m da prova do Campeonato Carioca de Estreantes. Na categoria Novíssimos, foi prata, nos mesmos 3.000 metros. No Carioca Junior, em em 10 de agosto, venceu os 5.000m, cravando 15min.52s3, o primeiro recorde.

Se fora grande a alegria de Gilberto Cardoso pelo sucesso do seu atleta, este levou para o clube a prata dos 5.000 e dos 10.000m, e o bronze da “steeple chase”, do Campeonato Carioca principal, reunindo atletas com mais estrada.

Em 1953, Sebastião Mendes estreou no Campeonato Brasileiro de Atletismo, sem medalhas, mas, a partir de 1954 e até 1955, ninguém o segurava. Enquanto Gilberto Cardoso viveu a sua última noite de vida, ele manteve o recorde carioca dos 1.500 m (3min58s7); o brasileiro dos dos 3.000m (8min39s6); o carioca dos 5.000 (15.08s2) e a melhor marca carioca do “steeple chase” (9min30s3).

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