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Histórias da Bola
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Telemeninas

Arquivo Geral

18/01/2019 12h56

Desde 18 de outubro de 1950 que a primeira TV brasileira – Tupi-SP – estava no ar. Um mês depois, inaugurou-se a có-irmã do Rio de Janeiro. Não demorou para o telejornalismo esportivo marcar presença na telinha. No 15 de outubro, Jorge Amaral narrou e Ari Silva comentou Palmeiras 2 x 0 São Paulo, direto do estádio do Pacaembu, na capital paulista. Entre os cariocas, a primeira narração foi de Antônio Maria, em Vasco 2 x 1 América, direto do Maracanã e que deu o título estadual aos vascaínos.

Como no rádio, o telejornalismo esportivo era algo muito distante das mulheres. Só pelo final da década-1960 elas começaram a aparecer, representadas por Sheila Tardeli, participando das jornadas narradas por José Cunha, para a Tupi-RJ. Em 1969, quando a emissora lançou o progrma “Ataque & Defesa”, com Ruy Porto, ela, ainda, ajudava na produção.

Mulheres “vamo que vamo!” Em 1970, Marilene Dabus chegou no meio da rapaziada, como auxiliar de redação de Sérgio Cabral, para o programa “Jornal da Bola, da TV Continental-RJ. Em 1973, Miriam Delamare era tradutora de textos do primeiro time do “Esporte Espetacular”, da Globo. Em 1977, Rosemary Araújo, ex-atleta de vôlei, tornou-se a primeria apresentadora femina de programas esportivos, em “Stadium”, da TV Educativa-RJ (atual TV Brasil), focando esportes olímpicos e paralímpicos.

Vale ressaltar que “Stadium” está no ar desde aquela época, quando era diário. Depois, ficou semanal e, em 2016, novamente, ser diário. É o 12 mais na tigo da TV brasileira, entre os esportivos, tendo, na década- 1980, sido do SBT e da TV Gazeta.

Nos passos de Rosemary, as próximas apresentadoras teleesportivas da TV brasileira só vieram em 1983, no programa “Show do Esporte”, da TV Bandeirantes – Sílvia Vinhas, Elis Marina, Sandra Annenberg e Simone Melo, entre outras, se revezavam nas apresentações.

O primeiro grande lance das meninas da telinha, no entanto, já havia rolado desde 1978, quando Maria Luiza terminou o seu estágiom na TV Globo e pediu uma chance ao diretor de jornalismo, Armando Nogueira, como repórter esportiva. Experimentada pelo editor esportivo Hedyl Valle Júnior, foi aprovada e escalada para cobrir a Copa do Mundo-1978, na Argentina.

Maria Luiza deu conta do recado, direitinho. E tornou-se objeto de admiração geral de jogadores – principalmente dos iranianos -, jornalistas e povo argentino, que jamais vira visto mulher fazendo aquilo. Foi entrevistada pela TV do país e distribuiu autógrafos pelas ruas da cidade onde estava.

A “Malu” abriu caminho para Monika Leitão, estagiária desde 1978, e Isabela Scalabrini. Esta, em 1979, também, após estagiar na Globo e passar seis meses apurado notícias, passou a fazer matérais para o “Globo Esporte”, de várias modalidades, exceto o futebol, assunto só para homens na emissora.

Enviada aos Jogos Pan-Americanos-1983, na Venezuela, Scalabrini mandou ver legal, até colocando matérias no “Jornal Nacional”, um dos principais programas da emissora. Garantiu passagem para cobrir os Jogos Olímpicos-1984, em Los Angeles-EUA, e em Seul-1988, nos Jogos da Coreia do Sul. Também, para a Copa do Mundo-1986, a segundo que o México promoveu.

Com a competência mostrada, ela foi enviada a vários Mundiais de vôlei e de basquete. Depois, esteve apresentadora do “Globo Esporte” e de “Esporte Espetacular”. Em 1992, trocou o esporte pela reportagem geral.

De sua parte,– Monika Leitão, também, começou fazendo matérias para o “Globo Esporte”, quando o dietor da Divisão de Esportes era Ciro José e os editores Hedyl Valle Júnior, Michel Laurence e Luiznho Nascimento.

Por mostrar segurança nas entradas ao vivo em vários telejornais, em 1980, ela foi enviada para ser a primeira mulher brasileira a cobrir os Jogos Olímpicos de Moscou. No mesmo 1980, esteve em Porto Rico, cobrindo o Pré-Olímpico de Basquetebol, mas não se entusiasmou muito, pois casou-se, em 1981, e decidiu abandonar a carreira.

Monika decidiu voltar à TV, em 1994, apresentando programa na TV Record-SP. Voltou à Globo, ficando por uma temporada como repórter, em São Paulo. Depois, transferiu-se para a Globo-RJ e foi ser, em 1996, produtora de “Esporte Espetacular” e participante de coberturas de grandes eventos internacionais, como X-Games; Volvo Ocean Reace – regata volta ao mundo – e Homeless World Cup.

Atualmente, temos mulheres reportando, comentando e até narrando, como ocorreu na recente Copa do Mundo da Rússia – grande jogada delas na latinha.

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