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Histórias da Bola
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Professor judoca

Arquivo Geral

18/04/2019 8h48

Atualizada 01/05/2019 12h03

Um professor de judô – Rudolph Hermanny – na Comissão Técnica, cuidando da preparação física, foi uma tremenda novidade na seleção canarinha que tentaria o tri, na na oitava Copa do Mundo, na Inglaterra-1966.

Lá pelas tantas, as contusões começaram a assombrar o escrete. Para o médico Hilton Gosling, que estivera nas campanhas do bi – Suécia-1958 e Chile-1962 -, Hermany não tivera nenhuma culpa, tendo tudo sido por conta da má sorte. De sua parte, o judoca afirmava serem os exercícios físicos por ele ministrados normais, sem nenhuma exorbitância, e com o ritmo intensificado aos poucos. Garantia serem os casos do lateral-direito Fidélis, do apoiador Zito e do atacante Amarildo “comuns entre atletas em treinamento para a perfeição física total”.

Hermany tinha o apoio, também, de Paulo Amaral, o seu antecessor no cargo durante as duas Copas anteriores – em 1966, exercia um outro cargo na Comissão Técnica. Lembrava Amaral que no mais recente Congresso de Medicina Esportiva vigorara a tese de contusões fáceis resultarem de problemas do metabolismo dos atletas, fazedo-o descartar lesões como causa de exercícios fortes com o corpo frio.

Fidélis, no entanto, não tinha a mesma opinião. Ressaltava estar frio, assistindo ao amistoso contra o sueco AIK, e, depois da partida, ao fazer exercícios físicos com as pernas ainda não aquecidas, sentira dor no primeiro pique, e mais dor e queda no gramado durante o segundo.

Amarildo era outro discordante de Paulo Amaral. Afirmava jamais ter sofrido lesões e que corpo frio em exercícios físicos provocava lesões, com facilidade. Mas ele sofrera uma distensão muscular, ao forçar um pique, em treinamento individual.

No dia seguinte, foi a vez de Zito engrossar o time dos contundidos. Levantou uma das pernas para dominar a bola e um músculo se estirou, o que jamais ocorrera em sua carreira. Segundo o massagista Mário Américo, falando à revista carioca Fatos &Fotos, “no tempo de Seu Paulo Amaral hão havia disso. Ou o pessoal estivesse melhor de múculos”, ponderava. De outa parte, informou-se que os exames médicos de todos os convocados não aprontou nenhum problema de fadiga muscular.

Uma crítica surgida em meio às contusões às vésperas do início da Copa-66 foi sobre as constantes viagens do escrete nacional, deixando os atletas por muito tempo com as pernas escolhidas. Por sinal, Amarildo aventou tal possibilidade ter contribuído para a sua distenção muscular.

Com aquilo, não concordava o presidente da Confederação Brasileria de Desportos-CBD e chefe da delegação, João Havelange. Para ele, Amarildo pagara “pelo excesso de esforço exigido pelo futebol italiano”, que o deixara “com músculos intoxicados pelo degaste constante”. Garantia ter “O Possesso” recebido treinamentos dosados, tendo a sua lesão sido causa da “má sorte, aliado à mudança do ritmo de exercícios e contusões mal curadas trazidas da Itáia”.

Sobre Zito, o presidente Havelange imputava-lhe ser “um veterano fazendo um superesforço para reconquistar o seu lugar na Seleção”. E culpava Fidélis pela sua lesão, afirmando ter o lateral “não observado ordens recebidas” e ido frio para os exercícios físicos. “Se tivesse feito os exercícios prévios, teria evitado a contusão”, disse à mesma Fatos&Fotos citada antes e acrescentando: “Se o preparador físico fosse, de um a um, perguntar pelo aquecimento das pernas para os exercícios, perderia muito tempo, da mesma forma se o treinsdor fosse perguntar aos mesmos se nenhum deles esqueceu de calçar as chuteiras”.

Houve uma outra crítica ao preparo da Seleção Brasileira: os atletas não tinham horário certo de dormir, até chegarem para os treinamentos na sueca Estocolmo. As viagens e as noites mal dormidas provocavam até três jantares após a meia-noite, prejudicando a digestão antes de irem para a cama. Estavam há quase dois meses, com seus organismos desintonizados do fuso horário brasilriro.

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