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Histórias da Bola
Histórias da Bola

PRIMEIRO URUBU NA REDE

Arquivo Geral

23/07/2017 15h00

Atualizada 24/07/2017 15h06

A perda da Copa do Mundo, em 16 de julho de 1950, para os uruguaios, de virada, dentro do Maracanã, fora a grande trejédia sentimental brasileira do século 20. Como levantar o astral de um povo tão apaixonado pelo futebol? Nada em vista, pelos dias seguinte. Até que os dirigentes do Flamengo e do Bangu tiveram a ideia de um amistoso, entre os seus clubes, evidentemente, no mesmo local da “catástrofe”.

Uma temeridade, asseguravam muitos, achando que só compareceriam ao então chamado Municipal as duas equipes, os seus cartolas e o trio de arbitragem. A torcida do Flamengo, porém, era muito apaixonada para deixar às moscas o estádio onde os seus ídolos estariam preliando. Esqueceu, rapidamente, da pixotadas do escrete nacional e decidiu ajudadar a levantar moral do povo brasieiro. Saudou, esfusiantemente, Cláudio, Juvenal, Bigode, Biguá, Bria, Válter, Aloísio, Arlindo, Hélio, Lero e Esquerdinha, quando a briosa representação rubro-negra adentrou, pela primeira vez, ao tapete verde do Municipal.

Quem mais precisava daquele agito era o lateral-esquerdo Bigode que, por ser negro, fora acusado de ter sido um dos principais respnsáveis pela derrota ante os uruguaios. Iventaram, inclusive, que o capitão da “Celeste”, Obdúlio Varela, o havia esbofeteado e ele não reagido – Varela desmentiu isso, para o Jornal de Brasília, em 1995. Maldade!

Era indiscujtível: ninguém lembrava mais das decepções de um domingo antes. E, enquanto, lá dentro das quatro linhas, os atletas posavam para os fotógrafos, batiam bola e concediam entrevistas, a galera rubro-negra, em imenso maior número, fazia a sua festa. Nem ligou para “sua senhoria, o árbitro” – Mário Gonçalves Vianna –, tirando o “toss”. Só aquietou-se e sentou-se quando foi feito o “kick-off”.

Rolou a “maricota”, como a bola fora apelidada pelos “speakers” radiofônicos, e a pugna seguia equilbrada. Até que, aos 33 minutos, Aloísio colocou o garoto do placar para trabalhar. Anotou Flamengo 1 x 0. Era o primeiro tento rubro-negro no Maracanã, futuro e charmoso apelido do Estádio Municipal, onde, aos 43, o mesmo Aloísio repetiu a dose, para o prmeiro “half time” terminar Fla 2 x 0.

Para aumentar a alegria em vermelho e preto, aos seis minutos da etapa final, Lero também compareceu ao “filó”– as redes ainda não eram de nailon. Só aos 73, cobrando pênalti, os banguenses conseguiram o seu tento de hora, marcado pelo ex-vascaíno Djalma. Não importava. Para a torcida rubro-negra, naquele 23 de julho de 1950, sim, estavam inauguradas as redes do maior estádio do mundo – há 67 temporadas.

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