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Histórias da Bola
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Primeiro gol “gol” de Edmar

Arquivo Geral

05/10/2017 18h14

No futebol brasileiro, os pesquisadores só consideram gol pra valer em estatísticas os marcados como profissional. Assim, esta é uma história da tarde do domingo 11 de outubro de 1978, acontecida no Estádio Adonir Guimarães, em Planaltina-DF.

O tempo estava nublada, com pingos de chuva, e torcedores usando sombrinhas e guarda-chuvas, conferindo Brasília 6 x 1 Planaltina. Quem apareceu assistiu algo marcante no futebol candango: no lance, o meia–atacante Ernani ‘Banana’ viu o ponteiro Wilmar pela entrada da área do time anfitrião, e o lançou. Mas o lateral Marcos chegou primeiro na bola e cedeu escanteio. Wilmar cobrou, da direita, a defesa do “Planá” deixou Edmar livre pra cabecear e marcar o único tento do primeiro tempo.

– Edmar marcou o seu primeiro gol como profissional – observou, o diretor José de Melo, do Brasília Esporte Clube que, na década-1980, mudou de nome, para Brasília Futebol Clube, bem como o escudo.

Edmar, cria dos juvenis do Brasília, formava uma dupla atacante endiabrada, com Wilmar, e já havia batido nas redes por mais de 20 vezes, durante três campeonatos que deram o tri ao seu time. Lançado no time A, pelo seu treinador da base, Ayrton Nogueira, que estava comandando os profissionais, ele começou a encarar as feras que disputavam o Campeonato Nacional,aos 17 de idade. Rápido, avisou que, futuramente, seria um dos grandes artilheiros do futebol brasileiro – e foi, marcando a maioria dos seus gols, principalmente, para Cruzeiro, Taubaté-SP, Grêmio-RS, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Guarani de Campinas-SP, Pescara-ITA e Seleção Brasileira.

Voltando ao gol mais do que histórico de Edmar – como a partida rendeu antigos Cr$ 180 mil cruzeiros e– o público não foi divulgado –, calculou-se 1.800 pagantes e mais de 50 caronas. Daquela tarde, o Brasília saiu do gramado mantendo a liderança do returno do Candangão, que ainda não era chamado assim, tendo Cláudio Garcia (meia do Fluminense campeão carioca-1969) por seu treinador Jorgeney Neri, o Ney (2); Péricles Carvalho, de cabeça, coisa rara para que fora um dos principais craques revelados pelo futebol candango); Edmar, pela segunda vez, complementando jogada iniciada pelo lateral Luisinho, que serviu Ernane ‘Banana”, pela direita do seu ataque. Este ajeitou a bola e a tocou para trás, na medida para o garoto de Araguari marcar o seu segundo gol como profissional; e, finalmente, ‘Banana’ fechando o placar – Zé Afonso marcou para o “Leão da Serra”.

O Brasília do dia teve: Jonas (ex-goleiro do Bonsucesso e do Vasco da Gama); Ferreti (machucado, cedeu vez ao zagueiro Mário), Emerson Braga, Jonas ‘Foca” e Luisinho; Paulinho, Péricles (Albeneir) e ‘Banana’; Wilmar, Edmar e Ney. O Sobradinho era: Edson; Aderbal, Remo, Mauro e Marcos; Paulo Hermes, Baduca e Gaúcho; Quinca, Zé Afonso (Marco Antônio) e Maurício (Tote).

DETALHE: o futebol candango da época era repleto de apelidos, como Banana e Foca, no Brasília. No “Sobrá”, Paulo Hermes era chamado por Peba; Remo, na verdade, fora registrado por Carlos Alberto; Quinca não tinha jeito de não ser Joaquim, e Gaúcho era uma sacanagem por ter nascido no Rio Gande do Norte.

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