Imagine a Seleção Brasileira em campo e a camisa 10 não sendo de Pelé. Quem viu, pouco viu após a Copa do Mundo-1958. Vamos lá!
Em 7 e 10 de setembro de 1957, quando o treinador do escrete nacional era o gaúcho Sylvio Pirillo, a rapaziada enfrentou a Argentina, no Maracanã e no Pacaembu, pela Copa Roca, e manteve o caneco por aqui.
No “Maraca” o menino Pelé, Pelê, Telê – qual era mesmo o seu nome? Pucos sabiam – entrou no segundo tempo e marcou um gol, em sua estreia canarinha e passaporte para a glória. Em “Sampa”, saiu jogando, titularaço, devido à boa atuação no RJ, e marcou o primeiro tento.
Na linha brasileira desse segundo jogo, Maurinho era o camisa 7; Mazola o 9; Luizinho “Pequeno Polegar” o 10 e Pepe o 11. Logo, sobrou a 8 para o guri, de 16 de idade, uma ferinha.
Naquela partida, Pelé apanhou pra valer dos “hermanos”, que distribuíram socos e pontapés à vontade. Afinal, como eles haviam vencido o primeiro jogo, por 2 x 1, e não se conformavam em ver o Brasil na frente do placar, levando a decisão para a prorrogação – esta ficou no 0 x 0 e deixou a taça por aqui mesmo, no saldo de gols.
Conta a revista carioca “Manchete Esportiva – N 87, de 20 de julho de 1957 – que Pelé, Mazzola e Luizinho formaram um “trio infernal”. Sobre o gol do garoto, escreveu que o ponta-dIreita Maurinho serviu ao lateral-esquerdo Oreco, que lançou Mazzola, tendo, depois, a bola chegado a Pelé, que não vacilou – encaçapou.
Minutos seguidos, Djalma Santos desperdiçou uma cobrança de pênalti, mas, no segundo tempo, Luizinho teve pé mais certo: 2 x 0. Na avaliação da semanária carioca, Pelé foi um dos três melhores da partida, juntamente com Oreco e Luizinho.
Gilmar Djalma Santos e Bellini; Oreco,Zito e Jadir; Maurinho, Pelé,Mazzola (Del Vecchio), Luizinho e Pele foi o time “brasuca”, em jog aptado pelo inglês John Husband e assisido por 40 mil pagantes.
