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Histórias da Bola
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O Vesgo

Arquivo Geral

16/04/2018 13h58

Mário Sérgio, que olhava para um lado e lançava a bola para o outro, era chamado pelos colegas de ‘Vesgo’. No futebol de salão, a rapaziada o via como um mágico das quadras. Parecia passar cola em seu pé esquerdo, para a bola pesada ali ficar grudada. Em 1969, ele migrou para os gamados, rumo ao Flamengo, mantendo a técnica.

Em 1970, Mário Sérgio já estava no time principal rubro-negro, mas para escala-lo como titular o treinador Yustrich (Dorival Knipell) exigia-lhe cortar os longos cabelos. Como o “Homão“ não gostava de cabeludos, aos 21 de idade, ele foi mostrar o seu veneno a torcida do Vitoria da Bahia, fase que considera ter sido a melhor de sua carreira. Em 1975, voltou ao Rio de Janeiro, para defender o Fluminense, a “Máquina“ do presidente Francisco Horta, repleta de craques, entre eles Rivellino.

Se no Fla não ficou porque queria viver na onda da juventude, do Flu, Mário Sérgio saiu por fazer musiqunhas sacaninhas com o nome do chefe. Os cartolas não gostaram e Horta o incluí em um troca-troca com o Botafogo.

Após queimar cartuchos em três grandes clubes cariocas, o próximo passo de Mário Sérgio foi exilar-se na Argentina, no Rosário Central, em 1979. Mas este era muito pequeno para o tamanho do futebol. Por isso, não completou nem uma temporada entre os “hermanos” e foi resgatado pelo timaço do Internacional, que defendeu até 1981, período em que ficou campeão brasileiro-1979 e campeão gaúcho.

Que Mário Sérgio jogava muito, não se discutia. Mas ele não era convocado para a Seleção Brasileira. Nem mesmo quando estava no São Paulo, entre 1981 e 1982. Com 31 de idade, era considerado o melhor jogador ‘brasuca’, mas demorou pouco no Morumbi, de onde seguiu para a Ponte Preta, ficando com a ‘Macaca’ entre 1982 a 1983.

Pelo mesmo 1983, ele voltou aos ‘Pampas’ e ajudou o Grêmio Porto-Alegrense a ganhar o Mundial Interclubes, juntamente com os craques Renato Gaúcho e Paulo César Lima, deixando para trás o alemão Hamburgo.

Ao episódio das musiquinhas sacaninhas do Fluminense juntou-se a um outro, em 1984, quando ele voltou ao Internacional. O Colorado, campeão gaúcho, trocava faixas com o Grêmio, campeão mundia, e ele recusou-se a envergar a faixa gremista, alegando que seria desrespeito ao torcedor do Internacional.

Rei da confusão

Para muitos, a principal especialidade de Mário Sérgio, além de jogar muita bola, era aprontar bagunças. Em seus tempos de Vitória, por exemplo, fora acusado de dirigir o seu carro completamente pelado pelas ruas de Salvador.

Mesmo ídolo no futebol gaúcho, o Internacional o negociou, em 1984, com o Palmeiras. Com a camisa do ‘Verdão”, após um clássico contra o Sáo Paulo, o exame antidoping o considerou ter usado cocaína, o que ele negava e jurava ser perseguição. Seu time perdeu os pontos e ele levou uma suspensão. Mas permaneceu na casa, até o fim de 1985, para depois defender os pequenos Botafogo de Ribeirão Preto e Bellinzona, da Suíça, ficando por la ate 1986.

Em 1987, aos 37 de idade, Mário Sérgio jogou o primeiro tempo de Bahia x Goiá, na Fonte Nova, pelo Brasileirão, e não voltou para a etapa final. Não gostara de algumas vaias recebidas. Alegou já estar velho demais para aquilo e, por ali, terminou a carreira de craque, para iniciar a de treinador, pelo Vitoria da Bahia e na mesma temporada.

Mário Sérgio foi treinador até 2010, tendo o Ceará Sporting sido o seu ultio time.Seus melhores trabalhos foram para o Corinthians-1995, com 15 jogos invicto, o Atlético-PR-2001 e o São Caetano-2003.

Após sair do lado de dentro dos gramados, tornou-se comentarista (e dos bons) de TV, passando pela Bandeirantes, SporTV e Fox. No 28 de novembro de 2016, ele estava entre os 70 passageiros da empresas aérea Lamia que caiu na Colômbia e matou quase todo o time da Chapecoense-SC.

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