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Histórias da Bola
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O “prevento” Gama

Arquivo Geral

06/05/2018 12h09

Até 1999, muito provavelmente, o torcedor do Gama não deveria saber o significado da palavra “prevento!” que, no linguajar jurídico, significa ter preferência o juiz que primeiro manteve contato com a ação.

Foi esta palavrinha esquisita que começou a livrar o “Periquitão” do rebaixamento ao Campeonato Brasileiro-2000,tornando-o o primeiro clube a desafiar a ditatorial Confederação Brasileira de Futebol-CBF.

Tudo começou quando, na noite de 4 de agosto daquele 1999, em São Paulo 6 x 1 Botafogo, quando o atacante são-paulino Sandro Hiroshi atuou irregularmente. Fora negociado pelo Rio Branco, de Americana-SP, com o seu passe pertencendo ao Tocantins-TO.

O Botafogo pediu os pontos perdidos na partida, os recebeu, salvou-se do rebaixamento à Série B do Brasileirão e rebaixou o Gama, que nada tinha a ver com a história e ficara ultrapassado na contagem de pontos do torneio.

O Gama, no entanto, não amofinou. Representado pelo PFL-Partido da Frente Liberal e o Sindicato dos Treinadores de Futebol do Distrito Federal, reclamou os seus direitos na Justiça Comum e ganhou todos os embates contra a CBF.

A primeira vitória gamense foi a manifestação do Ministério Público, encaminhando parecer ao Superior Tribuna de Justiça-STJ, para definir os seus interesses do “Periquito” no DF. O subprocurador-geral da República, Moacir Guimarães Moraes Filho defendeu manter a decisão do juiz Jansen Fialho Filho, do DF, de o Gama seguir na Série A do Brasileiro, tornando nulas todas as ações proferidas por juízes do Rio de Janeiro.

Moraes Filho levou em conta, também, que a CBF não pedira que a justiça do DF fosse considerada incompetente para o julgamento da ação civil pública por Jansen Fialho.

O julgamento que fez a palavra “prevento” entrar na vida do Gama, lotou, pela primeira vez, o plenário da segunda seção do STJ. O clube foi representado pelo advogado Paulo Goyaz, defendendo que o Tribunal de Justiça Desportiva da CBF contrariara o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol-CBDF, repassando três pontos ao Botafogo (também, dois ao Internacional, outro “grande” que lutas contra o rebaixamento), por o São Paulo ter escalado Sandro Hiroshi, irregularmente.

A segunda seção do STJ era presidida pelo mineiro Sálvio de Figueiredo Teixeira, tendo o relator da matéria sido o também mineiro Nilson Vital Naves. Os outros ministros votantes foram o paulista Raphael de Barros Monteiro; o paraense Carlos Alberto Menezes Direito e o gaúcho Ari Pargendler.

Até o Gama garantir vitória contra a CBF, rolou muito mais rolos, o que veremos depois.

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