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Histórias da Bola
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O homem que inventou o Flamengo

Arquivo Geral

30/04/2017 16h10

Atualizada 01/05/2017 16h12

Flamegno e Fluminense iniciam, hoje, a decisão do título da elite do futebol do Rio de Janeiro. Não o faziam desde 1995. Os tricolores entram em camp como os campeões da Taça Guanabara, que decidiram com os rubro-negros, mas não levam nenhuma vantagem, pelo maluco regulamento – o Fla foi eliminado, pelo Vasco da Gama, nas semifinais da Taça Rio, espécie de returno do Campeonato Estadual.

Torcedores rubro-negros ficam irritdos quando alguém diz que eles são filhos dos tricolores. Alegam que, antes de o Flu nascer, o Fla já existia. Realmente: o Fluminense chegou em 21 de julho de 1902 e o Flamengo já estava na praça desde 17 de novembro de 1895. Portanto, sete temporadas antes. Só que, falando-se em clube, vem à mente do torcedor brasileiro, imediatamente, o futebol. Os outros esportes não o comovem tanto. E, neste caso, o Flamengo é, mesmo, filho do Fluminense. Mas nem tanto. Poderia ter sido do Paissandu Cricket Club ou do Botafogo.

Quando a maioria dos jogadores tricolores solidarizaram-se com Alberto Borghert – barrado no time – e saíram com ele, o Flamengo não era a primeira opção para uma nova casa. Foi pensado, mas não procurarado o Paissandu, porque o seu ambiente era muito britânico para a convivência de jovens cariocas. No Botafogo, imaginou-se probelmas à vista, que poderia desintegrar o grupo, devido a existência naquela equipe de jogadores “imbarráveis”, como Mimi Sodré.

JOGO DURO

Alberto Borghert, que era remador do Flamengo, enquanto rolava a bola pelo Fluminense, encontrou pedreira pela frente para criar a seção terrestre rubro-negra. A turma da casa achava a proposta mera aventura de garotos que poderiam, de repente, fazer as pazes com os tricolores e deixar-lhes dissidências de lembranças.

Na década-1950, Borghert admitiu isso à revista “Manchete Esportiva”. Ainda bem que a autorização saiu, mas com a sua patota se responsabilizando pelas despesas que teriam. Segundo ele, se não fosse o Fluminense, o futebol do Flamengo não teria acontecido. Além de cumprir estágio na Segunda Divisão, era preciso ter um estádio, exigia a Liga Metropolitana de Esportes Athléticos. Foi então que o presidente tricolor, Mário Pollo, deu uma forcinha política aos seus ex-pupilos e ainda lhes arrendou o estádio do Fluminense, para a moçada rubro-negra ter onde mandar os seus jogos. Assim, o Flamengo entrou por cima no Campeonato Carioca e estreou fazendo 16 x 2 Madureira, em 3 de maio 1912, com Borghert marcando dois gols.

O inventor do Flamengo começou a jogar futebol pelo Rio Football Club, espécie de juvenil do Fluminense, em 1905, como “full back”, istso é, zagueirão. Mas Belfort Duarte o aconselhou a atacar. Ele topou e, quando chegou ao Flu, já era um bom avante, não demorando a formar a linha de frente do segundo quadro (equipes B), com Haroldo, Peixoto, Gustavinho Carvalho e Francisco Loup. Na estréia, saiu do banco dos reservas para substituir Costa Santos. Tempinho depois, ssagrou-se campeão carioca na “Bezona- 1908”, marcando 10 gols, em Flamengo 22 x 0 América.

TRICOLAGEM

Em 2011, Alberto Borghert ajudou o Fluminense a ganhar o título carioca principal (time A), invicto, sem ponto perdido (critério da época) e levando só um gol, nem imaginava que, no ano seguinte, ele e a rapaziada com a qual jogara pelo Rio FC – exceto Osvaldo Gomes, que não flamengou, em 2011, preferindo ficar tricolor – seriam rubro-negros e estariam enfrentando a antiga camisa – primeiro jogo, em 7 de julho de 1912, com Flu 3 x 2. “Creio que a emçoção derrotou-nos, tínhamos mais time”, afirmou Borghert, ao repórter Ronaldo Boscoli.

Para ele, o Flamengo encontrou dois motivos para ser poular: 1 – “Por não ter estádio, treinavamos em uma praça pública, no campo do Russel, agradando a população das vizinhanças; 2 – “Muitos rapazes de outros Estados estudavam na Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro, tornavam-se nossos jogadores e espalhavam a fama do clube por suas terras. Eu mesmo arrebanhei muitos jogadores”.

Campeão carioca, pelo Flu, em 1911, Borgerth foi vice, pelo Fla-1912/193, e campeão-1914 – primeiro título estadual flamenguista. “Treinávamos (naquele época) no campo do América, com o América sendo o nosso ‘sparring’ (colaborando com o treinamento, atuando contra), lembrou à revista carioca. Em 1915, com o Fla campeão invicto, ele pendurou as chuteiras. O seu próximo jogo seria no campo da Medicina. Mas ainda teve tempo de ser árbitro durante a Copa Roca-1914, na Argentina, onde foi considerado “Rei do Apito”, por atual tão bem.

Borghert participou, ainda, dos jogos internacionais dos inicos do Flamengo, contra ingleses (um deles, contra o Corintians que originou o Corinthians-SP), portugueses e chilenos. O seu melhor Flamengo seria formado (no 3-3-4, sistema tático do seu tempo) por: Marcos ou Amado, Nery e Domingos da Guia; Lagreca, Rubens Salles e Gallo; Julinho, Neco, Welfare, Ademir e Formiga. Ele não escalou-se nesse time, mas o Fla o escalou como seu presidente honorário.

Borghert ainda foi membro do Superiro Tribunal de Justiça; presidente da Federação Metropotana de Futebol (atual FERJ) e diretor da Confederação Brasileira de Desportos-CBD, atual CBF, e do Conselho Nacional de Desportos-CND, extinto ono governo do presidente (da República) Fernando Collor. Como médico, foi assessor do diretor do Pronto Socorro do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto (figura de destaque carioca e patrono de condecoração oferecida pela Assembleia Legislastiva do Estado do Rio de Janeiro); diretor dos hospital Miguel Couto e da Assistência do Meyer ; do Departamento de Assistência Hospitalares; Secretário e Assistência e fundador do Hospital Antônio Pedro. Craque na vida!

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