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Histórias da Bola
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Gilbertinho

Arquivo Geral

28/08/2018 13h28

Se filho de peixe, peixinho é, Gilberto Cardoso Filho encarnou bem o ditado popular. Também, presidiu e foi campeão pelo Flamengo. No comando rubro-negro, esteve entre 1989 a 1990, quando os mandatos eram de duas temporadas, e de 8 de julho a 14 de outubro de 2002, segurando a barra devido ao afastamento de Edmundo Santos Silva.

O primeiro mandato do Gilbertinho foi de sucessos. A rapaziada entregou-lhe dois canecos, das Copas do Brasil e São Paulo Junior-1990, ambos representando a primeira conquista do clube nas respectivas competições.

A Copa do Brasil estava sendo disputada pela segunda vez e o Fla saiu dela invicto, com seis vitórias e quatro empates, além de mostrar o ataque mais positivo, marcando 20 gols, à média de dois por jogo. Mostrou, então, que o Gilbertinho sabia, como o pai, montar grupo para vencer em casa e fora. Confira: 21.06 – 5 x 1 Capelense-AL (c); 05.07 – 4 x 0 Capelense (f); 10.07 – 2 x 0 Taguatinga-DF (c); 15.07 – 1 x 1 Taguatinga (f); 25.07 – 1 x 1 Bahia (f); 1 x 0 Bahia (Juiz de Fora-MG); 13.09 – 3 x 0 Náutico-PE (c); 16.10 – 2 x 2 Náutico-PE (f); 01.11 – 1 x 0 Goiás (Juiz de Fora) e 07.11 – 0 x 0 Goiás (f).

Para ser campeão, Cardoso Filho entregou a sua rapaziada ao treinador Jair Pereira, que disputou a finalíssima diante de 45.504 pagantes, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, escalando – Zé Carlos Araújo; Aílton, Vítor Hugo, Rogério Lourenço e Piá; Uidemar, Leovegildo Júnior, Zinho e Bobô (Nélio); Renato Portaluppi e Luís Carlos Tofolli, o Gaúcho, que cedeu vaga, no decorrer da partida, a Marcos Correia dos Santos, o Marquinhos – foi o time, que não pode ter na foto dos campeões o autor do gol do título (saído no jogo de ida), o zagueiro Fernando, expulso de campo, em Juiz de Fora. Nascido no Rio de Janeiro, em 25 de fevereiro de 1980, Fernando Santos, tinha ótima estatura para a sua posição, 1m91cm de altura, o eu lhe permitia ganhar a maioria das bolas aéreas em que intervinha.

De outra parte, para ganhar a taça do futebol júnior, Gilberto Cardoso Filho confiou nos trabalhos técnicos de Ernesto Paulo, que revelou atletas que chegaram à Seleção Brasileira, casos do zagueiro Júnior Baiano, do atacante Paulo Nunes e dos meias-atacantes Marcelinho Carioca e Djalminha – todo o grupo teve: goleiro: Adriano;defensores: Mário Carlos, Júnior Baiano, Tita, Piá, Rogério, Edmilson e Selé; meio-campistas: Marquinhos, Fabinho, Marcelinho Carioca, Luís Antônio, Fábio Augusto e Rodrigo Dias; atacantes: Djalminha, Paulo Nunes, Nélio e William.

Coincidentemente como na Copa do Brasil, o gol campeão foi marcado, também, por um zagueiro, Júnior Baiano, no 31 de janeiro, em Flamengo 1 x 0 Juventus-SP, com a decisão da chamada “Copinha” rolado no estádio do Pacaembu, da capital paulista, na 21 edição da festa da garotada. Júnior Baiano foi titular da zaga da Seleção Brasileira vice-campeã da Copa do Mundo-1990.

Confira a campanha: 1 x 1 Botafogo de Ribeirão Preto-SP; 1 x 0 Nacional; 2 x 0 Central Brasileira; 2 x 1 Criciúma e 0 x 0 Santos, com 5 x 4 nos pênaltis; 3 x 1 Tuna Luso-PA; 1 x 1 Portuguesa de Desportos, com 4 x 1 nos pênaltis; 1 x 2 Juventus; 7 x 1 Corinthians; 3 x 0 Internacional-RS e 1 x 0 Juventus.

Gilbertinho, que perdera a mãe desde um de vida, tinha 16 de idade e ouviu o jogo, em casa, pela Rádio Continental, não tendo podido acompanhar o pai devido ter provas finais, no Colégio São Bento, no dia seguinte. Cursava o quarto período do antigo curso ginasial e recebeu a noticia do infarto por intermédio de tias. Não consegui fazer as provas e caiu para um antigo processo chamado por “segunda época”, isto é, uma segunda chance de ser aprovado nos estudos do período.

O que aliviou mais a alma de Gilberto Cardoso filho foi ver milhares de pessoas – cerca de 50 mil – acompanhando o último trajeto do seu pai, dentre os presentes remadores dos rivais Botafogo e Vasco, o treinador vascaíno Flávio Costa, que trabalhara com Gilberto Cardoso, no início do seu primeiro mandato no Flamengo, além de gente do futebol, remo, vôlei, e basquete.

Guguta, que marcou a “cesta assassina” dos 45 x 44 Sírio Libanês da noite do 25 de novembro de 1955, não se sente culpado por nada. Entende que foi causa de muita emoção, conforme disse ao site oficial do Flamengo. De sua parte, o treinador Togo Renan Soares, o Kanela, declarou ao jornal “O Globo” acreditar que, se o Flamengo não tivesse vencido aquele jogo do basquete, talvez, Gilberto Cardoso, não resistido, da mesma forma.

O basquete pentacampeão carioca da “Era Gilberto”-1951/52/53/54/-55 chegou a deca, diante do mesmo Sírio, em 19 de dezembro de 1961, por 58 x 62, tendo no ato final de 1955, o capitão do time rubro-negro, Zé Mario, oferecido a vitória ao iniciador daquela história, conforme está em “O Globo” do dia seguinte ao título.

Gilberto Cardoso Filho jamais esqueceu. que, no 4 de abril de 1956, data da decisão do título carioca-1955, seis meses após ficar sem o seu pai, o sucessor dele na presidência rubro-negra, o português José Alves de Morais, e todo o time de futebol rubro-negro foram à chamada última morada de Gilberto, acompanhados por cerca de dois a três mil torcedores “que pularam o muro para colocar a faixa de campeão no meu pai”, lembrou ao site oficial do Fla.

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