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Histórias da Bola
Histórias da Bola

DORI KRUESCHNER

Arquivo Geral

14/02/2018 13h00

Há pesquisadores que consideram o primeiro título brasileiro de campeão mundial de futebol filho d engenharia tática húngara. Lembram que o sistema 4-2-4 já era executado pelos húngaro muito antes de ser praticado no Brasil; que o treinador campeão mundial-1958, na Suécia, o gordo Vicente Feola, aprendera muito com o húngaro Bela Gutmann, no São Paulo FC, e que o organizador tático da bola canarinha fora o “magiar”Dori Krueschner.

Este foi o primeiro treinador europeu a trabalhar no futebol brasileiro, em 1937, comandando o time do Flamengo, que vinha muito mal. Três meses depois, seus métodos chamavam a atenção geral e as suas vitórias valiam grandes elogios até de jornais paulistas, como “A Gazeta de São Paulo”, para a qual Dori “preparava muito bem a sua turma e a instruía convenientemente” – não falava português e precisava de interprete.

Dori Krueschner conhecia futebol de tê-lo vivido dentro dos gramados. Fora atleta e chegara a defender a seleção húngara, por 16 vezes. Somava 18 temporadas como treinador, quando o Flamengo o buscou. Antes, além de sua terra, treinara times na Alemanha e na Suíça, tendo sido campeão por onde passou. Tinha aversão a lhe considerarem treinador. Preferia ser visto como um “manager”, isto é, gerente.

Para Kreuschner, um time só progrediria se o grupo fosse disciplinado. Ele viu o jogador flamenguista de bom nível técnico, mas cobrava maior disciplina tática, comum aos europeus. O recado foi ouvido por vários treinadores brasileiros, tendo Flávio Costa sido um dos que mais se beneficiaram disso. Tanto que tornou-se o mais vitorioso entre as décadas-1940/1950.

Quando o escrete nacional partia para a Copa do Mundo-1938, na França, época em que o futebol brasileiro era muito bagunçado, administrativamente, sobretudo, Dori Kruescher concedeu uma entrevista pela qual previu que só com união, organização, o time poderia ter sucesso – não levou nada disso e foi eliminado com um só jogo – 1 x 3 Espanha.

Dori Krueschner, também mencionado por Izidor Krüschner, contratado pelo presidente José Bastos Padilha para mudar o futebol brasileiro, inovou, taticamente, na preparação física e implantou uma variação do esquema 3-4-3, o WM, com três defensores, dois meias de velocidade, dois pontas e um centroavante. Conquistou a Taça da Paz, no mesmo 1937 de sua chegada, mas a pressa do cartola brasileiro só lhe deu tempo para comandar o time rubro-negro em 71 partidas, com 39 vitórias, 11 empates e escorregadas.

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