Menu
Hélio Doyle

Não dá para prever 2018 sem as respostas

Arquivo Geral

07/11/2016 7h40

Sete perguntas ainda sem respostas, entre tantas que poderiam ser feitas, mostram como é precipitado estar já agora fazendo previsões para as eleições de 2018 em Brasília:

1 – Tadeu Filippelli vai passar incólume pelas delações premiadas?
2 – Rogério Rosso será presidente da Câmara dos Deputados?
3 – Celina Leão voltará à presidência da Câmara Legislativa?
4 – Quantos e quais distritais serão denunciados pelo Ministério Público a partir da Operação Drácon?
5 – Izalci Lucas e Alberto Fraga escaparão dos inquéritos e processos contra eles?
6 – Rodrigo Rollemberg conseguirá, em um ano e meio, dar uma virada em seu governo?
7 – Os partidos à esquerda conseguirão se unir em torno de um candidato viável?

Especular agora é só especular

As respostas a essas perguntas são importantes, em diferentes graus, para a definição do quadro em 2018. A essas questões se somam outras, como os desdobramentos de operações contra a corrupção, a evolução ou involução da crise financeira do Estado, o desempenho dos governadores estaduais e dos prefeitos agora eleitos e quem serão os candidatos a presidente da República.
Pode-se ainda falar no sucesso ou insucesso do governo de Michel Temer (foto), se é que Temer irá até o fim do mandato. Ou no julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Ou ainda no que resultará a tão falada reforma política e eleitoral.

São muitas as variáveis que interferirão na definição de candidatos e nos resultados em 2018. Especulações, agora, são só especulações inconsequentes. Ou movimentos de interessados em levantar a bola de alguns possíveis candidatos.

Governo não era só de Agnelo

O vice-governador na gestão de Agnelo Queiroz, Tadeu Filippelli, está entre os que, segundo delações premiadas, receberam propinas das construtoras do estádio Mané Garrincha. Ele nega, como se esperava que fizesse, mas se o Ministério Público considerar as acusações fundamentadas e a Justiça aceitar a denúncia, a pretensa candidatura de Filippelli em 2018 estará inviabilizada.

Filippelli procura afastar sua imagem dos governos de Agnelo e de José Roberto Arruda e se identificar com os de Joaquim Roriz. Mas quase todos em Brasília sabem que ele comandava, na gestão de Agnelo, as áreas de obras, infraestrutura e transportes e, na segunda metade da gestão, a de publicidade. E sabem também o que significa isso.
Esteve sob comando de Filippelli, inclusive, a discutida e suspeita licitação do transporte coletivo.

PMDB do Rio não tem nem desculpa

Além disso, Filippelli e o PMDB em Brasília estão sem argumentos para criticar as medidas do governo de Rodrigo Rollemberg para enfrentar a crise financeira e econômica. As ações anunciadas pelo peemedebista governador Luiz Fernando Pezão (foto) no Rio de Janeiro são inúmeras vezes mais drásticas e afetam negativamente muito mais a população e os servidores do que as mais pesadas medidas do governo de Brasília.

Com a agravante de que Pezão herdou os problemas do governador Sérgio Cabral, também do PMDB, de quem foi vice. Não pode, como Rollemberg, responsabilizar os antecessores pelos rombos. E demorou dois anos para propor seu pacote de medidas.

Fim de programas sociais e subsídios

Pezão não só quer reduzir os salários dos servidores, pelo aumento das alíquotas previdenciárias, como acabar com programas para os mais pobres, como os restaurantes populares, o aluguel social e os benefícios para famílias de baixa renda. Quer também reduzir os subsídios do transporte coletivo, o que significa aumentar as tarifas do bilhete único e passar a cobrar o transporte por barcas para a ilha de Paquetá.

O governador peemedebista do Rio de Janeiro anunciou também que só em 2020 pagará aos servidores os reajustes salariais aprovados em 2014, reduzirá em 30 por centos os valores das gratificações aos comissionados e acabará com o adicional por tempo de serviço.

Mais impostos e nada de perdoar dívidas

O governo do PMDB no Rio também vai aumentar impostos, elevando as alíquotas do ICMS para produtos como gasolina, cerveja, refrigerante, telefone e fumo. Vai também aumentar o preço da energia elétrica para os que consumirem mais. Os empresários fluminenses também não poderão, por dez anos, refinanciar suas dívidas com o fisco estadual, e muito menos receber anistia.
Imaginem a reação do empresariado brasiliense se Rollemberg fizesse isso aqui.

O tempo é curto para mostrar resultados

Diante das medidas dos peemedebistas no Rio, fica difícil para o PMDB de Brasília, Filippelli à frente, criticar as medidas tomadas pelo governo de Brasília e fazer a defesa veemente de servidores e empresários que possam se considerar prejudicados por elas. Ainda mais porque o ajuste fiscal do presidente Temer, do qual é assessor, é também bastante drástico.
Quem conseguir enfrentar a crise com o máximo de eficiência e eficácia e o mínimo de prejuízos para a população em geral e para os segmentos mais fortes é que poderá estar bem situado em 2018. Todos os que exercem funções executivas – presidente, governadores e prefeitos — têm apenas um ano e meio para mostrar isso.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado