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Cinema com ela
Cinema com ela

Quando o cinema fala dele mesmo

Arquivo Geral

12/04/2018 10h00

Depois de um momento, o cinema aprendeu que o universo ao seu redor não era o suficiente como inspiração. Por isso, falar dele mesmo, não apenas se tornou um hábito delicioso (dependendo do ponto de vista), como também um sub-gênero. O ano mais primoroso deste movimento foi 1950. Dois filmes com os mesmos dilemas: Crepúsculos dos Deuses e A Malvada. O primeiro, dirigido por Billy Wilder narra a história de uma estrela em declínio. Em tons noir que inclina-se para thriller dramático, Wilder soube muito bem usar sua experiência como diretor para expor como A Cidade dos Sonhos é impetuosa com a vaidade.

Crepúsculo dos Deuses, por Billy Wilder

O segundo exemplo e igualmente memorável, é A Malvada, dirigido por Joseph L. Mankiewicz e estrelado pela lenda Bette Davis, este longa-metragem da Era de Ouro hollywoodiana também mostra uma atriz em declínio. Diferente da nuance trágica da outra película citada, esta película retrata Los Angels ácidamente debochada.

A Malvada, estrelado por Bette Davis

O que causou muita revolta em Hollywood foi a transição do mudo para o falado. Alguns atores não conseguiram acompanhar a adaptação e isso pode ser visto no colorido Cantando na Chuva, dirigido e estrelado por Gene Kelly, este musical, sem dúvidas é o mais filme mais divertido de ver Hollywood desfalecer (ou moldar-se).

Cantando na Chuva, dirigido e estrelado por Gene Kelly

Do outro lado do continente, Giuseppe Tornatore mostra seu amor pelo cinema quando seu personagem (o menino Toto) segura um rolo de película de filme e abre um sorriso imenso (foto destaque). O filme é Cinema Paradiso e é considerado uma das obras-primas do cinema italiano.

O italiano Cinema Paradiso

Por fim, alguns (excelentes) exemplos atuais são A Invenção de Hugo Cabret e o mudo O Artista. Ambos concorreram ao Oscar no mesmo ano. Um deles, dirigido por Martin Scorsese em sua experiência bem sucedida com o 3D, homenageia o cineasta George  Méliès. Assim como Cantando na Chuva, O Artista resgata a crise interna dos atores hollywoodianos, nem tão relevante quanto a película de Scorsese, este filme vanguardista soube retratar os acontecimentos com competência. 

O Artista, filme mudo lançado em 2011. Vencedor do Oscar de Melhor filme

 

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