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Gus Oliveira

O realizador de sonhos

Arquivo Geral

23/11/2018 11h19

Desde 2014, quando foram jogar o ESWC 2014, a equipe de Fallen e companhia carregam em seus ombros um sonho muito maior que apenas o deles. O sonho de todos os brasileiros que amam o CS e queriam que o Brasil fosse mais uma vez protagonista na cena.

Tiveram uma caminhada como poucos. Imagine, bons times e bons jogadores que moram em regiões que já são socioeconomicamente confortáveis e, mais que isso, já tinham um bom investimento no CS, com bastante dinheiro e grandes organizações. Você jogar CS:GO no Brasil, com poucas oportunidades e tendo que se dedicar para o jogo apenas parte do seu tempo, parecia impossível. Sempre pareceu impossível.

Saíram do país, jogaram sem a certeza que daria certo. Deixaram para trás amigos, família, e uma situação mais confortável para tentar viver o sonho de todos.

No jogo da MiBR de ontem eu fiz um experimento. Aproveitei que o coldzera deixou a stream dele ligada na sala de stream enquanto jogava no palco, e assisti ao jogo da MiBR enquanto via o chat da stream dele. Isso me deu reações em tempo real do público que estava assistindo. Lógico, foi assustador. As pessoas falam cada bobagem no momento da emoção que chega a ser surreal.

Mas sabe? Eu entendo um pouco.

Não vou dizer que eles estavam corretos – até porque obviamente eles estavam errados. Mas a gente sabe que ser jogador profissional no Brasil não é uma tarefa muito fácil, para dizer o mínimo. Além de ser muito bom, você tem que ter muita sorte – e também privilegiado. Então, todos veem nesses jogadores seus próprios sonhos sendo realizados.

Foi assistindo eles enquanto via o chat que eu percebi o que de fato eles representavam.

A hoje MiBR foi quem abriu as portas do CS no Brasil para fora. Se hoje mais pessoas têm a oportunidade de ser jogador de CS profissional, foi porque eles trouxeram os olhares para cá. Foi porque o FalleN abriu a Gamersclub. Foi porque a Golden Chance existiu e levou a GamesAcademy para fora.

Jogos como o de ontem, em que, por sinal, a MiBR ganhou da Astralis de maneira incrível, me fazem lembrar dessas coisas. De que não importa muito se eles estão em primeiro no ranking da hltv ou se estão em oitavo. O que importa é que eles levaram o nome do nosso país para a boca de todos os narradores e comentaristas gringos mundo afora. Já mostraram para o mundo que o CS no Brasil, mesmo com todas as suas dificuldades, é gigante. E deixaram o medo na cabeça deles: se algum dia o CS aqui tiver metade do investimento que tem lá fora, não vai existir time no mundo que possa bater com o tier 2 daqui.

Então, por tudo isso, muito obrigado, MiBR.

No mais, no resta esperar.

Abs,
Gus Oliveira.

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