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Gus Oliveira

O que eu penso sobre a nova equipe de CS:GO da INTZ.

Arquivo Geral

28/09/2018 16h28

Foto (Reprodução / Facebook da INTZ)

Hoje foi confirmado que a organização da INTZ comprou os jogadores da ex-NTC e ex-NoTag. Além disso, eles conseguiram “herdar” a vaga da SK na ESL Pro League (o que, inclusive, foi muito provavelmente ou muito gentil por parte da SK, ou um recado da organização dizendo que não está interessada em possuir uma equipe de CSGO por agora).

Antes de começar de fato esse texto, eu gostaria de deixar uma coisa bem clara: eu sou muito fã de ter uma organização brasileira jogando a ESL Pro League. Acho que isso valoriza ainda mais o cenário brasileiro, além de claro, valorizar a marca INTZ. Porém, há alguns questionamentos.

Primeiro, outras organizações brasileiras já se aventuraram ao tentar a vida lá fora. A paiN foi a primeira, e não conseguiu se manter por falta de verbas. Vou repetir: a paiN não conseguiu se manter nos Estados Unidos porque não tinha dinheiro. Agora, temos a Team One, que está no Canadá. Aparentemente, está dando certo. A grande questão será se a INTZ conseguirá manter uma equipe no Canadá financeiramente. Além de salários, a organização terá que pagar aluguel de casa, etc. E convenhamos, o dólar não está 1 para 1.

Além dessa questão financeira, há a questão da qualidade da equipe. É claro que a equipe conta com felps e kNg, que já estão consagrados no mercado – o primeiro com vários títulos sob a tag da SK e da antiga Ie o segundo sendo vice-campeão de Major com a Immortals – além do horvy, um jogador respeitado pelas suas performances na FPL. Porém, o seu desempenho no servidor é inconstante. Eles tiveram resultados “oks” no Brasil. O último campeonato que jogaram, inclusive, foi o qualificatório para a IEM Chicago 2018. Eles chegaram na final com alguma dificuldade. Mas na final, foram derrotados pela Luminosity. Essa mesma Luminosity que está na ESL Pro League.

Apesar disso tudo, faz muito tempo que eles não jogam algum campeonato. Não tem muito como saber como está o nível deles, principalmente o nível deles comparado ao nível da elite norte-americana. Eles têm talento o suficiente para conseguir chegar lá e, inclusive, roubar uma vaga nas finais. A dúvida é saber se esse talento está conseguindo se juntar e jogar como um time.

INTZ divulga no Twitter a compra da equipe (Foto: Reprodução / Twitter da INTZ)

Na minha visão, a INTZ está apostando alto nessa compra. E, claro, com aposta alta, vem um grande risco, mas também vem uma grande recompensa. O time pode simplesmente dar uma liga absurda, conseguir classificar para as finais da ESL Pro League e, ainda por cima, conseguir vagas em grandes campeonatos fora do Brasil – como, inclusive quem sabe, um Major. Nesse cenário – que seria o melhor possível – a INTZ de repente teria sua logo sendo exposta nos maiores campeonatos do mundo para que todo mundo possa ver. E isso, definitivamente, se pagaria. E se não se pagasse, neste cenário, eles com certeza conseguiriam alguma boa grana com a venda dos 5 jogadores para qualquer outra organização gringa.

Porém, há o outro lado. O lado de ser uma organização brasileira – que tem todos os seus ganhos em real (que na última cotação, estava $1 – R$ 3,98), ver uma equipe que não dá liga, é rebaixada na primeira temporada e não consegue classificar para os grandes campeonatos. Uma temporada de ESL Pro League é o suficiente para conseguir seu dinheiro investido de volta? E esse nem é o pior cenário possível.

O pior cenário possível é palavras serem ditas nas redes sociais pelos seus jogadores e acabar tendo mais um prejuízo surreal. Apesar de que eu não acredito que esse pior cenário possível irá acontecer.

No mais, não tem como cravar se a INTZ fez um bom negócio ou não – até porque a gente não consegue ter acesso ao salário que eles estão pagando para os jogadores, quanto eles pagaram para os jogadores que (se) estavam em contrato com a SK. Sem contar que não temos acesso ao contrato da organização com os jogadores para saber quem está realmente pagando a estadia dos 5 no Canadá. Mas é definitivamente animador ter, mais uma vez, três equipes brasileiras jogando uma temporada da ESL Pro league. E se tudo der certo, a Team One consegue subir, a INTZ não desce, e teremos 4 equipes brasileiras ano que vem disputando a ESL Pro League. Na verdade, esse é o melhor cenário possível.

 

Abs,

Gus Oliveira.

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