Nas últimas semanas começaram finalmente a temporada final de 2018 das ligas profissionais de CS nas regiões NA e EU. Como todos sabem, temos nas ligas norte-americanas três times brasileiros competindo por vagas nas finais presenciais dos dois campeonatos – na ESL Pro League, a MiBR, Luminosity e INTZ, enquanto na ECS League, MiBR e a Luminosity. Depois dos primeiros jogos temos algumas noções de em qual nível essas 3 equipes chegaram para disputar esses campeonatos, então vou tentar dar um panorama do que poderemos talvez esperar delas no restante do campeonato.
Para começar, é preciso afirmar algumas coisas porque as vezes as pessoas não entendem isso e me sinto no dever de tentar explicar:
1-Essas ligas são campeonatos realmente grandes. Duram meses. Isso significa que as equipes que a disputam têm bastante tempo para conseguir melhorar – ou talvez piorar – nesse tempo. Ou seja, não necessariamente porque uma equipe está ruim agora significa que ela vai ser ruim para o resto do campeonato;
2-A INTZ até agora jogou apenas 1 série – e foi logo contra a MiBR, equipe indiscutivelmente top 2 no campeonato. Então não dá para termos certeza de como está o nível dela com relação às outras equipes, mas já deu para ter um gostinho.
Foto: Reprodução / Facebook da Luminosity
Vamos começar falando, então, da Luminosity.
A equipe dos gêmeos foi a brasileira que começou mais devagar no campeonato. Depois de passar um tempo aqui no Brasil amassando todas as equipes que jogaram por aqui, ela teve um início de certa forma decepcionante.
Ela já jogou 3 séries na ESL Pro League e 5 séries na ECS. Das 3 na ESL, ou seja 6 jogos, ela teve 5 derrotas – para Rogue (2-0), MiBR (2-0) e Liquid (1-1). Esse último, inclusive, foi a única vitória da equipe no campeonato até agora. Já nos 10 jogos da ECS, ela perdeu 7 – para Liquid (2-0), Rogue (2-0), eUnited (1-1), Azio (1-1) e Cloud 9 (1-1). Essas últimas já mostraram um pouco da sua evolução.
Mostrando os números brutos, agora é necessário dar uma analisada neles. As derrotas contra MiBR e Liquid eu não vou levar muito em conta. Porque isso já era o esperado. Essas duas equipes são top 5 do mundo e, claro, muito acima das demais da liga norte-americana. Com isso sobraram Rogue, eUnited, Azio e Cloud 9.
Contra a Rogue ela teve seu primeiro jogo na temporada e foi completamente destruída com um duplo 16-5 na ESL Pro League. Mas a partir dela, já foi claro uma melhora para a ECS, onde ela também perdeu de 2 a 0, mas dessa vez 19-17 e 16-14.
Contra a Azio e a eUnited e, principalmente, Cloud 9, ela teve sua recuperação. Já mostrou menos bagunça e mais foco dentro do jogo.
Sem querer entrar em muitos detalhes (se vocês quiserem que eu entre mais a fundo me digam nos comentários que eu faço um post específico), eu acho que podemos esperar da Luminosity algo melhor do que ela já demonstrou. A minha visão é que o tempo que ela passou aqui no Brasil treinando foi bastante prejudicial para o nível internacional dela, e até conseguir se readaptar aos times lá fora os resultados seriam um pouco piores do que o normal mesmo. Agora que ela parece estar se readaptando, já vimos uma melhora significativa, inclusive nos resultados.
A Luminosity, se continuar essa evolução, deve brigar para tentar conseguir uma vaga nas finais tanto ESL Pro League como da ECS. Mas não acho que seja isso que vá acontecer. Nessa temporada, tenho a impressão de que eles vão ficar naquela “meiuca” e se manter no campeonato.
Foto: Reprodução / Facebook da MiBR
MiBR
A MiBR é, sem dúvida, top 2 do NA e eu já falei isso aqui. Saber quem é melhor entre ela e a Liquid, só o tempo dirá. Minha opinião é que hoje eles têm um nível bastante parecido com uma leve vantagem, por causa de resultados e tempo junto, para a Liquid.
A MiBR começou com uma derrota muito surpreendente para a Ghost – jogo esse que, honestamente, acho que foi uma casualidade. Acho que a Ghost jogou muito acima do nível dela (o Wardell principalmente) e acho que a MiBR jogou num nível abaixo do que é o seu normal. Fora essa derrota, a MiBR passou o carreto (exceto contra a Liquid). O jogo mais difícil que ela teve – excluindo o da Liquid e Ghost – foi surpreendentemente contra a INTZ, onde teve que vencer no overtime.
Como disse, o nível da MiBR e da Liquid estão bastante acima dos restantes dos times no NA, então esses resultados já eram esperados. O que nós temos mais que nos preocupar agora é saber se a equipe vai manter o yNk. Continuando assim, a MiBR deve garantir vaga nas finais tanto da ESL Pro League quanto da ECS de maneira bastante tranquila.
Foto (Reprodução / Facebook da INTZ)
INTZ
A INTZ, como eu disse, é a equipe com mais incógnitas para nós até o momento. Ela jogou apenas uma série – 2 mapas – na ESL Pro League. Mas eu gostaria de falar um pouco sobre esses mapas. Para começar: eles jogaram contra a MiBR. Então o esperado era, sem dúvida alguma, uma derrota rápida e fácil em ambos os mapas. Não foi bem isso que aconteceu.
Eles jogaram tanto a Dust 2 quanto Inferno. E foi na Dust 2 que aconteceu a surpresa que me fez ficar animado para o restante do campeonato: perdeu, mas foi no overtime: 19-15.
A INTZ, das 3 equipes brasileiras, é a que mais vai ter que ralar e isso é fato. O único campeonato nos quais eles estão é a ESL Pro League, então eles terão que jogar em todos os qualificatórios possíveis para tentar conseguir vagas em outros campeonatos grandes. Portanto, a conclusão lógica é que eles provavelmente vão ter uma vida muito difícil na ESL Pro League.
Se eles conseguirem se classificar para as finais seria uma surpresa maravilhosa e enorme. O que posso dizer, porém, é que sua primeira série lá fora foi bastante animadora. Penso que eles vão brigar para não cair, mas torço para eles brigarem por uma vaga na final presencial.
Estou ansioso para o restante do campeonato. No mais, é isso.
Abs,
Gus Oliveira.
Se você não me conhece, sou colunista de esporte eletrônico no Jornal de Brasília e também tenho um canal no youtube sobre CS. Se quiser me conhecer melhor:
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