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Histórias da Bola
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FUTEBOL COROADO

Arquivo Geral

03/05/2017 17h56

1 – O Flamengo havia pedido ao Santos para disputar um amistoso com o sueco AIK, a fim de livrá-lo de prejuízo maior com a vinda dos europeus ao Brasil. O “Peixe” quebrou o galho do “Urubu” e os levou para uma partida na Vila Belmiro. Como tinha sete s convocados para a Seleção Brasileira que iria Campeonato Sul-Americano, o técnico Luís Alonso Peres, o Lula, decidiu escalar Pelé no time titular. Em 12 de janeiro de 1957, foi o primeiro jogo internacional do “Rei”. Rolou no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, e o placar econômico, Santos 1 x 0, sem a força máxima e com gol, de falta, batida Feijó. Pelé esteve bem, mas ainda distante do filó. Sua turma: Manga, Wilson e Feijó; Fioti, Urubatão e Cássio; Alfredinho, Pelé, Ney, Guerra e Carlinhos. O AIK teve: Ekengren, Nell, Carlsson, Nyberg, Anlert I, Anlert II, Andersson, Skiald, Johansson, Karlsson e Liander.

2 – Depois do jogo, o presidente do Flamengo, Fadel Fadel e o seu supervisor, Jaime de Almeida, saíram para jantar. No restaurante, encontram-se com um ex-jogador do basquete flamenguista, o dono da pensão onde Pelé morava. O cara fez o que pode para convencer o cartola a levar o seu inquilino. “O Flamengo não é berçário, meu querido”, disse Fadel Fadel”, respaldado pelo seu supervisor: “Moleque dessa idade, que chegam sendo os melhores do mundo, nós temos aos montes na Gávea”, complementou Jaime de Almeida.

3- Waldemar de Brito, treinador do garoto Pelé’, em Bauru, queria trocar de cidade. Era fiscal de trabalho e desejava exercer a função na capital. Recorreu ao deputado Athyê Jorge Cury, presidente do Santos e ex-goleiro do clube. “Se você me conseguir isso, Athyê, lhe trago o melhor jogador do mundo”, prometeu. “Não precisa ser o melhor do mundo, Waldemar. Basta ser bom como você foi”, respondeu o cartola-deputado que dias depois, marcou audiência com o governador Jânio Quadros. Mas o visitou em um daqueles dias em que o homem estava do jeito que o diabo gosta. Ao dizer-lhe a que viera, Jânio explodiu: “Está vendo este monte de papeis aqui? É só pedidos de favores. Vocês acham que o governador não tem o que fazer? – e rasgou a papelada diante de Athyê.

5 – Mais alguns dias passados, Athyê tentou de novo. Daquela vez, Jânio Quadros estava dócil e atendeu-lhe. Em agosto de 1956, quando Waldemar de Brito, já trabalhando na capital paulista, adentrou à sala da presidência do Santos, levando Pelé e apresentando-o a Athyê como o melhor jogador do planeta, ouviu: “Waldemar, você me traz uma criança?”, cobrou Athyê. Tempinho depois, o presidente do Vasco, Antônio Calçada, iria a Santos comprar o passe do meia Válter Marciano. Modesto Roma, diretor do futebol santista, ofereceu-lhe Pelé. “Um garoto, de 16 anos, Modesto! O Vasco precisa é de craques, de gente experiente”, respondeu Calçada.

6 – Era maio de 1957 e o Vaco, com o seu time A excursionando ao exterior, pediu ao Santos alguns reservas, emprestados, para completar uma equipe que disputaria o Torneio Morumbiu. Entre os enviados, estava o desconhecido Pelé, que a imprensa carioca achava que o nome fosse Telê. No primeiro jogo, contra o português Belenenses, o moleque, de 16 anos, comeu a bola e marcou três gols. O Maracanã não acreditou no que assistiu. Muito menos o presidente do Vasco. Encerrada a pugna, Calçada estava na boca do túnel que levava aos vestiários e, quando Pelé passava, ele o parou e perguntou-lhe pelo nome. “Pelé!”, respondeu o garoto. Assim que o moleque atrevido desceu para tomar banho, Calçada foi até Augusto da Costa, o ex-lateral, ex-capitão vascaíno e técnico da equipe, e o indagou: “Quem é este Pelé?” Augusto passou uma mão pela careca, pediu a um repórter para esperar um pouco, e respondeu: “Presidente, é aquele garoto que o Santos lhe ofereceu e o senhor não quis”. Três meses depois, Pelé estava na Seleção Brasileira. Em 15 de outubro de 1958, quatro meses após a Copa do Mundo, Pelé, atingiu a marca de 123 tentos em 124 partidas, quase um gol por jogo.

7 – Pelé encarou o Vasco da Gama desde 7 de abril de 1957, nos 4 x 2 do seu 15º jogo pelo time A do Santos. Ainda não era titular e nem marcado gol. Comemorava-se o 45º aniversário santista, na “Semana Alvinegra”, que incluiu o Corinthians. Dali, até 1974, foi assim: 07.04.1957 – Vasco 2 x 4 Santos; 01.06.1957 – Vasco 2 x 3 (28º jogo e 1 gol, totalizando já 15); 22.03.1958 – Vasco 1 x 0 (88º jogo); 17.05.1959 – Vasco 0 x 3 – 175º jogo, 1 gol e total de 188); 24.04.1960 – Vasco 0 x 0 – 270º jogo/294 gols); 02.03.1961 – Vasco 1 x 5 (342º jogo – 342 gols); 13.04.1961 – Vasco 2 x 1 (349º jogo – 380 gols); 16.02.1963 – Vasco 2 x 2 (472º jogo, 2 gols, totalizando 555); 04.04.1965 – Vasco 3 x 0 (592º jogos – 695 gols); 01.12.1965 – Vasco 1 x 5 (644º jogo – 778 gols); 08.12.1965 – Vasco 0 x 1 (646º jogo, 1 gol no jogo e total de 780); 26.03.1967 – Vasco 2 x 1 (715º jogo, 1 gol e total de 835); 29.09.1968 – Vasco 3 x 2 (822º jogo – 923 gols); 10.12.1968 – Vasco 1 x 2 (842º jogo, 1 gol e total de 937); 19.11.1969 – 1 x 2 Santos (912º jogo 1 gol e 1000º da carreira); 17.10.1970 – (980 jogo, tinha 1.053 gols); 24.10.1971 – Vasco 0 x 2 (1.061º jogo- 1094 gols); 28.11.1971 – Vasco 0 x 0 (1066º jogo – 1095 gols); 09.12.1971 – Vasco 0 x 4 (1069º jogo – 1095 gols ainda); 14.10.1973 – Vaso 1 x 1 (1201º jogo – 1188 gols); 21.07.1974 – Vasco 2 x 1 (1242º jogo, 1 gol e total de 1214).

8 – O Santos queria agradecer à torcida carioca, pelo apoio durante os jogos em que conquistou o bi mundial interclubes, oficial da FIFA, vencendo o italiano Milan, no Maracanã, por 4 x 2 e 1 x 0, sem Pelé, contundido. Antes de um jogo contra o Fluminense, todos os jogadores santistas homenagearam um clube carioca e Pelé entrou em campo com a camisa do Olaria. A partida (22.03.1964), pelo Torneio Rio São Paulo, apitada por Eunápio de Queiroz, teve gol de Pepe, aos 8 minutos do 2º tempo, 39.575 pagantes e renda de Cr$ 19 milhões, 827 mil, 585 cruzeiros. SANTOS: Gilmar; Ismael, Olavo e Lima (Aparecido); Joel e Mengálvio; Peixinho, Rossi (Lima), Toninho, Pelé (Coutinho) e Pepe (Batista). Técnico: Lula. FLUMINENSE: Marcio; Carlos Alberto Torres, Procópio, Altair e Nonô; Oldair (Denílson) e Joaquinzinho; Ubiraci (Calazans), Manoel (Luiz Henrique), Moraes e Escurinho. Técnico: Fleitas Solich.

9 – Pelé, antes de vestir a jaqueta do Olaria, havia vestido uma outra de time carioca: a do Vasco da Gama, pelo Combinado Vasco-Santos, que disputou o Torneio Morumbi-1957, contra Belenenses-POR, Dínamo Zagreb-Iug e Flamengo. Na noite de 19 de novembro de 1969, voltou a vestir uma camisa vascaína, durante as comemorações pelo seu milésimo gol. Teve o número 1000 às costas.

10 – Pela edição de 19.11.2009, o jornal carioca “Lance” homenageou Pelé, sobre os 40 anos do “Gol Mil”, marcado em 19.11.1969, no Maracanã, de pênalti, contra o Vasco da Gama. Para que os leitores soubessem mais, o diário disponibilizou o link www.lancenet.com.br/pele-gol-mil e publicou uma infografia, entregando os times que foram as maiores vítimas do maior goleador brasileiro, que se declara torcedor vascaíno. Pelé chegou ao milésimo, os 29 anos de idade, com a média de 1,09 tento por jogo. Contra o Vasco, havia marcado nove, até aquela data. A matéria do ‘Lance” destacou, também, um gol em 21.11.1964, debaixo de chuva fina, na Vila Belmiro. Fora o seu oitavo, nos 11 x 0 Botafogo de Ribeirão Preto, pelo Campeonato Paulista, ante de 9 mil almas. O primeiro tempo terminou em 7 x 0, com cinco bolas no barbante mandadas por ele. Depois do jogo, eleito o melhor em campo, Pelé recusou a homenagem, e considerou que o goleiro do “Botinha”, Galdino Machado, era o merecedor daquilo. Segundo ele, evitara uma goleada por uns 20 e tantos gols.

11 – Pelé não sabe quantos comerciais ele já fez, entre impressos e filmados. Ele é um dos melhores vendedores do planeta. Só não faz propaganda de bebida alcoólica e de cigarros. Uma, da operadora de celulares “Vivo”, prometia premiar o cliente com uma camisa da Seleção Brasileira e uma chamada do mito. Quem não queria ouvir uma palavra do “Rei?” E, de quebra, levar uma camisa 10 canarinha?

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