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“Fale logo, hômi!”

Arquivo Geral

06/06/2017 11h50

A frase que está no título é fruto de um fato verídico que deu uma grande inspiração para escrever sobre este tema, que tem o nome técnico de topicalização vertical. Tem a ver com tópico, aquilo do que se fala precisamente e do que todo o restante vai tratar. O vertical tem a ver com o nível de abordagem. É o surgimento do tema no texto. Quando isso ocorre em uma frase, chama-se topicalização horizontal.

Cartas e ofícios

A administração pública e também as empresas privadas utilizam muito o expediente de ofício e carta, respectivamente, para se comunicarem de maneira oficial. A expressão agoniada do título aconteceu num momento de ler uma carta dessa.

Veja a história: abriu-se a carta e, logicamente, a leitura começou a ser feita. No primeiro parágrafo, foi explicada a importância do setor público que a enviou. No segundo, abordou-se a necessidade do planejamento de um evento para que o objetivo daquele setor fosse atingido. No terceiro, falou-se de uma pessoa importante, sua formação e sua experiência dentro da área, dizendo que ela seria palestrante na tal programação. Nesse momento, alguém que ouvia a carta não aguentou e gritou: “Fale logo, hômi!”.

Seja direto no objetivo da correspondência

Estamos na era da falta de tempo, do excesso de tarefas por fazer, sem contar a ansiedade tão comum. Quando alguém recebe uma carta, espera, logo, saber qual é a sua intenção. Então, uma correspondência não é o ambiente propício para elaboração de suspense. Seja logo direto. Seria melhor que o escritor da carta tivesse feito algo mais ou menos assim, veja:

Prezado Presidente,

Convido Vossa Senhoria para participar do Seminário “Padronização de procedimentos de investimento”, organizado pela Secretaria Financeira e Tributária (SFT), em 24 de março de 2017, no Salão de Eventos da instituição, situado na Rua das Garças, 25, Guaci, Porto Final.

A SFT tem trabalhado na busca de soluções para o intenso mercado de ações e suas dúvidas frequentes. Os investidores brasileiros têm demonstrado muito receio para escolher em que fundo alocar suas economias.

No Seminário, contaremos com a palestra do especialista em finanças Paulo do Carmo Silva, formado em economia e pós-graduado em investimentos pela USP.

Os tempos atuais exigem rapidez

Até mesmo a linguagem jornalística já utiliza o registro das informações objetivas há algum tempo. O famoso “nariz de cera”, que era comum em matérias de jornais e considerado prolixo, foi trocado pelo lide (ou lead, como pode ser a grafia mais conhecida por muitos), o primeiro parágrafo da reportagem, contendo o resumo de tudo que é importante naquele tema: quem fez, quando foi, como se deu, onde ocorreu e outras informações básicas. O restante da matéria é composto por desdobramentos, entrevistas, opiniões e outras notícias complementares.

O leitor de mídias, seja ela impressa ou que circula por meio eletrônico, hoje em dia, não tem o costume de ler muita coisa. Há uma média de 20 segundos de atenção em uma página. Significa dizer que ele só vai passar disso se a informação for muito interessante para si, ou se for escrita de forma que lhe conquiste a atenção. De qualquer maneira, começar enrolando é um convite para que ele abandone a leitura.

Imagine no meio corporativo

Essa realidade ocorre mais fortemente com as correspondências empresariais ou da administração pública. O tempo urge e é dinheiro, como dizem por aí. Por mais que queiramos transformá-lo em mais utilidade e mais prazer, se a sua correspondência não for logo objetiva, direta e concisa, pode ficar perdida naquela última gaveta do arquivo.

Portanto, trazer o tema principal da sua carta para o primeiro lugar é coisa necessária e colabora para que sua comunicação seja efetiva. Isso favorece a compreensão, a distribuição de tarefas, a resposta satisfatória e a economia de tempo.

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