O Governo federal começa hoje uma ofensiva em diferentes frentes para tranqüilizar o mercado e garantir que a reforma da Previdência será aprovada. O ministro Paulo Guedes vai à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara amanhã para defender a reforma e tentar acalmar os investidores.
O líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), tem planilha atualizada de votos que garantem a aprovação, disse ontem ao presidente Jair Bolsonaro em reunião no Palácio da Alvorada. A meta, esta semana em que o texto terá o teste na CCJ, é reforçar a aliança em contatos por telefone.
O otimismo do mercado financeiro em relação à reforma arrefeceu nos últimos dias. Quatro fatores contribuíram: a prisão do ex-presidente Michel Temer, o embate do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), com o ministro Sérgio Moro (Justiça), as críticas ao texto da reforma para militares e a articulação cambaleante no Congresso.
Coletiva pós-almoço é ensaio Dória & Maia para 2022
O governador de São Paulo, João Dória Jr – o anfitrião que propôs o encontro – e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, transformaram um almoço de sábado entre os dois em palanque, e fizeram comício em coletiva de imprensa. Nasceu uma chapa presidencial com menos de 3 meses de novo Governo de Jair Bolsonaro.
Dória só contribuiu para jogar mais querosene no paiol do plenário em Brasília, onde o País precisa aprovar a reforma da Previdência. Maia, esperto, soprou para apagar.
Proposta de senador por fim da cota feminina revolta parlamentares
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) virou alvo da ira feminina no Senado. Ele é autor do projeto 1.256/19 que pretende acabar com a cota mínima de 30% de candidaturas de mulheres.
Coronel aponta, no texto da proposta, que mulheres têm sido compelidas a participar do processo eleitoral apenas para assegurar o percentual exigido, numa prática que se convencionou denominar candidaturas “laranjas”.
O senador é alvo de duras críticas tanto na CCJ, onde tramita a proposta, quanto no plenário. Para senadora Leila Barros (PSB-DF), as denúncias de “laranjas” bancadas por partidos não podem ser justificativas para o retrocesso da Lei.
O relator, senador Fabiano Contarato (Rede-ES), já apresentou parecer contrário ao texto.
Mãos ao alto
O Congresso, famigerado assaltante, bota a faca no pescoço do presidente Bolsonaro para condicionar a reforma da Previdência e usa o presidente da Câmara para recados.
General pop
Hamilton Mourão segue cada dia mais popular, ao contrário do presidente Bolsonaro, preso em agendas internas no Palácio. O vice caminhou com seguranças no Parque da Floresta Nacional ontem, na região de Taguatinga, distribuindo acenos e sorrisos.
Novo Mundo
Um fundo Private Equity, com investidores estrangeiros, negocia a compra do tradicional Hotel Novo Mundo, no Flamengo, Rio de Janeiro, que será fechado. A ideia do grupo é transformá-lo em lofts para estudantes.
Atente, cidadão
Não confie em políticos da oposição que criticaram a prisão do ex-presidente Michel Temer com uma conotação de solidariedade. É porque há muita gente na fila, de várias legendas. Fato é que a prisão tem respaldo na Lei, e a Lei é para todos.