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Brasília

Emoções em novo horário

Arquivo Geral

16/10/2016 12h03

Hoje tem horário de verão. As regiões Sul e Sudeste, que concentram a maioria das equipes que participam do Brasileiro da Série A, estão, desde a zero hora (horrível esta expressão) com horário diferenciado. Uma hora à frente do restante do país. Para minimizar os problemas decorrentes dessa mudança “legal”, as partidas de futebol começarão às 17h. E são bastante interessantes os jogos programados para este domingo pelo Brasileiro.

Num G-6 agora dominado pelo Rio de Janeiro (Flamengo, Botafogo e Fluminense compõem o grupo), o Botafogo receberá o Atlético Mineiro querendo provar que sua ascensão não é um mero acaso. Para o Galo, qualquer tropeço pode significar o adeus ao sonho do título e, pior, a aproximação do Santos, tirando-o da terceira colocação e colocando-o na pré-Libertadores (em 2017, como se sabe, teremos a pré e a pré-pré Libertadores…). E já que falamos dos representantes cariocas, o que dizer do jogo entre Internacional e Flamengo, em Porto Alegre? Alguém duvida que a o Beira Rio estará lotado para empurrar o Colorado para fora do Z-4? Só que uma derrota colocará por terra todo o esforço feito pelo rubro-negro para reduzir a distância para o Palmeiras, que enfrentará outro desesperado (Figueirense), também fora de casa. Os três primeiros colocados jogarão longe de suas torcidas.

O Santos, que não tem nada com isso, firmou-se em quarto lugar e torce contra os três. Vai receber o Grêmio, na centenária Vila Belmiro, atento aos resultados dos rivais (sua partida começará às 19h30). Pode sair da rodada em terceiro lugar e, melhor: a apenas quatro pontos do primeiro lugar (se vencer e Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro perderem). Alguém tem dúvida de que a Vila estará lotada?

Outra Vila que deveria estar cheinha, não fosse a atitude do Coritiba (correta?) de não utilizar sua cota de ingressos devido ao elevado preço (R$ 2000, é a Capanema, em Curitiba. Poucas vezes o Atle-Tiba provocou tantas emoções num Brasileiro. O Furacão, desbancado do G-6, precisa vencer para voltar ao grupo de elite; o Coxa, ameaçado pelo Z-4, não pode perder. Situação semelhante viverão Sport e Vitória, no clássico rubro-negro nordestino. Quem perder pode (eu diria que não há dúvidas) entrar no Z-4. E faltando tão poucas rodadas para o fim do Brasileiro…

Meios e fins

A CBF avisa que irá conversar com os clubes antes da convocação para os jogos de novembro das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Estão programadas partidas contra a Argentina (dia 10, quinta-feira, no Mineirão) e contra o Peru (dia 16, em Lima, mas pode ser no dia 15). Os jogadores convocados ficarão, pelo menos, dez dias à disposição da seleção brasileira – até agora o Brasileiro será interrompido entre os dias 6 e 16 de novembro, ou seja, os jogadores que atuam por aqui talvez percam a 35ª rodada.

Aí, eu pergunto: o torcedor brasileiro admitirá, por exemplo, que a seleção atue desfalcada contra a Argentina, perdendo a oportunidade de deixar o time dirigido por Edgardo Bauza ainda mais “enrolado” do que está? Sim, porque a Argentina, hoje, está em quinto lugar. Dependendo do resultado da partida contra o Brasil, poderá cair para a sétima colocação – e o risco de não se classificar (pelo qual passamos até outro dia) será enorme.

Acredito que a CBF vá propor desmembrar a rodada. Se o jogo for dia 15 (há está possibilidade), já no dia 16 os jogadores estariam, teoricamente, disponíveis – mas em que condições? Talvez uma das propostas seja passar as partidas dos times com atletas convocados para quinta-feira. Resolve? Não. Vejam o caso do Flamengo, na semana que passou. Pediu para adiar a partida contra o Fluminense para poder contar com Muralha e Guerrero. O goleiro estava à disposição, mas o atacante voltou sentindo dores nas pernas e acabou não atuando. O mesmo pode acontecer em novembro.

E não pensem que é apenas nas eliminatórias da América do Sul que este tipo de problema acontece. Na Europa é a mesma coisa. A diferença é que o Velho Continente é “menor”, o desgaste nos deslocamentos não é tão grande e os jogadores “estão por lá”, não precisam atravessar o oceano (quando atuam em times europeus) ou ir de um ponto a outro do continente como acontece por aqui quando se vai à Venezuela ou ao Chile, por exemplo. A iniciativa da CBF parece ser interessante, mas até a página 3 de um livro gigantesco. Cada um vai querer defender os seus interesses. E é aí que mora o perigo. Só espero, com sinceridade, que nossa seleção não fique enfraquecida.

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