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Sem Firula

Domínio europeu

Arquivo Geral

21/12/2016 13h09

Na Copa do Mundo estamos assim: desde 2002, na Coreia do Sul/Japão, quando o Brasil derrotou a Alemanha na decisão, só deu Europa.

Em 2006, a Itália sagrou-se campeã batendo a França; em 2010 deu Espanha, derrotando a Holanda; e, em 2014, foi a vez da Alemanha (vencendo a Argentina na final realizada no Maracanã). No Mundial de Clubes, nos últimos dez anos, a situação é ainda pior: apenas uma vez, com o Corinthians, a Europa não faturou o troféu. Foram campeões desde 2007 o Milan, Manchester United, Barcelona, Internazionale, Barcelona (de novo), Bayern de Munique, Real Madrid, Barcelona (mais uma vez) e, neste domingo, Real Madrid (completando uma tripleta espanhola). E, com um detalhe: em três das finais o rival da equipe europeia não era da América do Sul. Acho que já passou da hora de os times sul-americanos pararem para pensar, não é mesmo?

Não há dúvida de que a diferença econômica entre os dois continentes é gritante. Tanto que quando um jogador se destaca por aqui vai rapidinho para lá. Apesar de toda a crise, para as contratações parece não faltar dinheiro. Ainda mais agora que os árabes e chineses descobriram que investir no futebol europeu é bom negócio. Se os homens do petróleo há algum tempo gastam seus dólares comprando equipes na Europa (Inglaterra principalmente, inclusive ajudando a construir estádios e batizando-os), agora chegou a vez da China, que vem investindo pesado principalmente na Itália – quem sabe a turma do calcio voltará aos anos de conquista da década de 90 do século passado?

Dois grupos investidores chineses aportaram em Milão. Os novos controladores do Milan prometeram US$ 100 milhões em contratações na janela de janeiro. Para não ficarem atrás, os novos donos da Internazionale (também chineses) falam em US$ 150 milhões – ressaltando, nos dois casos, que se aparecer um grande disponível seu valor não será incluído na promessa feita. Tipo… Um Messi, um Drogba, um Cristiano Ronaldo…

E eles não se incomodam em admitir erros, não. Agora mesmo Gabigol, que saiu do Santos outro dia, pode voltar porque não consegue espaço na Internazionale de Milão. Claro que o empresário do jogador fala em boicote e poucas chances, mas a grande realidade é que o jogador não se adaptou – e sua liberação abre espaço para novidades. Enquanto isso, eles continuam dando as cartas no futebol, levando, de barbada, os títulos em disputa.

O bode

Acho que todos conhecem a história do chefe de família que reclamava que sua casa era muito pequena para abrigar mulher e filhos e foi pedir conselho ao sábio da tribo. Recebeu a recomendação de colocar um bode na sala. Tempos depois, voltou ao sábio e protestou, dizendo que com o bode estava insuportável viver na casa. O sábio, então, mandou que tirasse o bode e, em três dias, voltassem a conversar. O chefe da família retornou ao sábio e disse que a casa ficara confortável, com todos os filhos e a mulher felizes com o espaço – que era o mesmo de antes do bode. Mais ou menos isso está acontecendo na Copa São Paulo de juniores. A prefeitura paulistana realizou uma licitação para contratar hotéis para abrigar algumas delegações. Um repórter descobriu que a licitação estava arranjada e denunciou. O que faz a prefeitura? Simplesmente diz que não pagará mais a hospedagem de diversos times, tornando praticamente inviável a participação daquelas equipes (incluindo, neste grupo, um time de refugiados do Haiti que tem sede no Rio de Janeiro). Solução simples, não é mesmo? Não seria mais efetivo (e correto) procurar saber quem quis fraudar a licitação e fazê-la corretamente?

Mercado

Como sempre acontece neste período sem jogos (no Brasil), crescem as especulações quanto à contratações. Este ano, porém, temos uma novidade: tão fortes quanto os comentários sobre que jogador vai para onde estão os boatos sobre o entra-e-sai de treinadores. E o disse-me-disse só não está mais forte porque o Palmeiras, campeão nacional, anunciou logo Eduardo Baptista (ex-Ponte Preta) como substituto de Cuca; e o Grêmio, depois de alguns problemas, confirmou Renato Portaluppi, caso contrário… O Corinthians continua sem comando desde que demitiu Osvaldo de Oliveira. Falam em Rueda, técnico do Atlético Nacional. Mas… Com a garantia de disputar a Libertadores e mandando e desmandando em Medellin, será que ele aceita o risco? Difícil… Outros grandes clubes mudaram de mãos ou estão buscando novos treinadores. O Internacional precisa definir seu comandante para 2017. Comandante que terá a missão de tirar o Colorado da Série B. O Atlético Mineiro fechou com Roger Machado e, agora, começa a pensar no time. O São Paulo, com Rogério Ceni, já contratou um goleiro. O Fluminense trouxe de volta Abel Braga e, agora, vai dispensar para depois começar a contratar. E por aí vamos, esperando os boatos que se concretizarão e eliminando os que não passam de simples balões de ensaio.

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