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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Xadrez orçamentário

Arquivo Geral

24/09/2018 7h00

O detalhamento de como os candidatos ao Buriti têm contratado suas despesas revela um pouco de suas estratégias. A líder das últimas pesquisas, Eliana Pedrosa (PROS, foto), tem se concentrado mais em contratar gente para espalhar a palavra nas ruas. Não à toa, em cada esquina de Taguatinga tem alguém segurando uma bandeira da ex-distrital. Alberto Fraga (DEM), que está tecnicamente empatado com outros três nomes na perseguição a Pedrosa, concentra os gastos na sua publicidade de TV e rádio. Ele está apostando pesado que pedir respeito ao governador e entrevistar o Frejat vai levá-lo longe.

Caminhos diversos
Rollemberg (PSB) também tem investido pesado no seu tempo de TV, enquanto Rogério Rosso (PSD) parece mais preocupado em costurar apoios políticos, com muitas doações a outros partidos. Ibaneis (MDB) distribui de maneira mais equânime seus gastos e é o que mais investiu em pesquisas e testes eleitorais. Elas têm retribuído e tratado o candidato com muito carinho. Guillen (PSTU) e Renan Rosa (PCO) não gastaram com nada relativo a campanha e o general Paulo Chagas (PRP) não declarou qualquer despesa. Tem uma turminha que está no pleito a passeio mesmo.

Show me the money
Pedrosa é a que mais investiu em mobilização de rua e militância, tendo reservado 53% de seus gastos até o momento, o equivalente a R$ 323 mil. Fraga é o campeão de investimento em produção de vídeos, de rádio e de TV. Ele destinou 42,35% de todas as despesas até agora com isso, cerca de R$ 600 mil. Rollemberg reservou mais da metade de suas despesas para contratar serviços, mas os quase 40% do total de recursos utilizados com publicidade de TV e rádio representam o maior valor absoluto dentre todos os postulantes: R$ 1,4 milhão. Rosso doou R$ 150 mil a outros candidatos ou partidos, o que representa 44,52% de suas despesas até agora. O maior desequilíbrio é de Miragaya (PT), que gastou mais de 70% (R$ 81 mil) do total de recursos já despendidos somente com o programa de TV e Rádio de campanha. Se os 3% de intenção de voto são desoladores, o jingle da campanha é gostosinho de ouvir. Todos os dados são do TSE.

Venham a mim as aliançazinhas
Wasny de Roure (PT) é o único líder petista que tenta voos maiores nestas eleições. O deputado distrital já havia comentado que as derrotas políticas recentes do partido levaram os quadros mais fortes a tentarem assegurar um mandato com candidaturas a cargos proporcionais. Um exemplo é a ex-vice-governadora Arlete Sampaio, que tentará entrar para a Câmara Legislativa. Era esperada que a ousadia de Wasny, portanto, fosse acompanhada de uma mobilização da sigla em torno da candidatura majoritária dele, mas os nomes do partido parecem ter só duas prioridades: eles próprios e Lula, digo, Haddad.

Mui amigo

Assim, o postulante ao Senado tem articulado apoio até com concorrentes, como é o caso de Chico Leite (Rede), e de nomes que já foram oponentes, como o ex-distrital Peniel Pacheco (PDT), que seria o nome do seu partido ao Governo de Brasília, mas foi preterido quando a Executiva Nacional impôs coligação com Rollemberg.

Cabeça para baixo

Aliás, a fuga dos quadros mais fortes para o pleito proporcional criou uma inversão em relação a outras coalizões. No PT-DF, como os postulantes a deputados têm mais capital político que a maioria dos majoritários, são os proporcionais que precisam aparecer ao lado dos majoritários para tentar alavancar apoio. Não parece estar dando muitos frutos para os estreantes Miragaya e Marcelo Neves.

Separação

Um dos motivos para hoje Ibaneis Rocha encabeçar uma chapa própria, que recentemente surpreendeu nas pesquisas, foi o fato de Fraga ter rejeitado ser preterido na disputa pelo Buriti. Ambos faziam parte da coligação que Jofran Frejat (PR) deixou em frangalhos ao desistir do pleito – ele ainda não explicou direito o motivo, e talvez nem vá. Na época da cisão, Fraga acusou Ibaneis de ter rachado o grupo, enquanto o ex-presidente da OAB-DF afirmou que não aceitaria ser vice de alguém da velha política como o ex-PM. A Yoko Ono do grupo, porém, teria sido José Roberto Arruda.

Quem riu
Quando Ibaneis parecia distante da cadeira no Buriti, Fraga certamente deve ter achado que riu por último. Agora que estão tecnicamente empatados, o democrata desdenha a candidatura do oponente ao sugerir que a campanha do emedebista é artificial. Fraga ainda crê que estará no segundo turno, independentemente da ascensão do ex-aliado.

Sabatina
O Jornal de Brasília sabatina hoje, a partir das 15h, o deputado distrital e candidato à reeleição Wellington Luiz (MDB), que também é secretário-geral de seu partido no DF. O ex-policial é bastante identificado com pautas de Segurança Pública e é crítico ferrenho do atual governo. Haverá transmissão ao vivo nas redes sociais do jornal.

Ibaneis do povão

Ibaneis Rocha (MDB) intensificou a aproximação com a população. “Você tem que ouvir a comunidade. O grande problema da maioria das políticas públicas, onde se joga dinheiro fora, é porque você investe onde não está tendo necessidade. Então quando eu estou aqui, abraçando as pessoas, eu também estou ouvindo a comunidade. É assim que se faz um bom trabalho”, afirmou em visita a Feira de Samambaia no domingo (23). Em seguida, no aniversário da Colônia Agrícola 26 de setembro, em Brazlândia, reforçou a importância da proximidade entre o gestor e os líderes comunitários, como no caso do processo de regularização fundiária.

Sem fake

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou a retirada de postagens “fake” contra Ibaneis Rocha. Segundo o candidato, o material foi publicado por um apoiador do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “No caso concreto, a publicação apontada não possui elemento que permita identificar a legítima contraposição de ideias do candidato que concorre a cargo eletivo e, dessa forma, não merece abrigo no principio constitucional da liberdade de expressão”, argumentou o desembargador eleitoral Jackson Domenico na sentença.

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