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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Uma guinada no governo Rollemberg

Arquivo Geral

02/12/2016 7h00

O governo Rollemberg prepara-se para uma guinada política. Sua primeira demonstração pública virá com a definição do Buriti pelo deputado Agaciel Maia como seu candidato à presidência da Câmara Legislativa. O próprio governador já conversou com ao menos dois presidentes de partidos que o apoiaram em sua eleição. Tornou claro que caminha para aproximação maior com o eixo tucano. Segue aí o rumo de seu PSB, onde é cada vez maior a influência de Márcio França, vice de São Paulo que assumirá o governo com a desincompatibilização de Geraldo Alckmin, sinalizando coligação nacional com o PSDB. Agaciel pertence ao PR, mas tem boa interlocução com o PSDB, o DEM e principalmente com o PMDB, embora essa carta não esteja exatamente em jogo no Distrito Federal.

Nova cara política

Adotando esse rumo, Rollemberg dará nova cara a seu governo, que conta com uma base partidária frágil. À parte o seu PSB, não conta com legendas fortes. O PSD de Rogério Rosso está com ele, mas isso ajuda pouco ou nada na Câmara. O mesmo vale para o SD, que tem candidatura própria, da distrital Sandra Faraj. No Legislativo local, depende mais do PT e de alianças ocasionais do que de partidos. Essa cara nova vale para o plano federal, onde o PSB anda cada vez mais afastado das esquerdas, da Rede, de Marina Silva – e mais perto de uma candidatura presidencial tucana, preferencialmente Alckmin, com tudo o que representa, inclusiva a dúbia relação com o governo Temer.

Agaciel sim, Joe não

O afastamento da aliança original que sustentou a candidatura Rollemberg fica claro com o que surge como veto informal ao seu antigo secretário Joe Valle, hoje no PDT. As relações entre ambos nunca foram cordiais, nem mesmo quando Valle estava no PSB. Pioraram durante a presença do distrital no governo. Embora em uma supersecretaria, Valle nunca contou com recursos para dar marca à sua administração. Sequer costumava ser recebido pelo governador. Voltou à Câmara, lançou-se candidato e, para complicar, tem boas chances de se eleger, pois contará com oposicionistas e dissidentes antes dispostos a reconduzir a presidente afastada Celina Leão.

No segundo turno

Com a candidatura de Sandra Faraj, é provável que haja segundo turno entre Agaciel e Valle. Será um duelo complicado. A competência política de Agaciel não pode ser minimizada e o peso do Buriti também não. Mas Celina tem força para, ao menos, equilibrar esse jogo. Pode ser até que a palavra final caiba aos três petistas.

Opções para 2018

Aos presidentes de partido, Rollemberg disse que Agaciel Maia será candidato a deputado federal. Pode até ser. Mas, por todos os motivos, o ex-diretor-geral do Senado gostaria de retornar à casa que administrou durante mais de uma década. Agora, claro, como senador. Sim, poderia ser na chapa de eventual reeleição de Rollemberg. Com o trânsito que tem, porém, reuniria todas as condições para fazer parte de uma coligação encabeçada por partidos que hoje fazem oposição no DF.

Sem paciência

Representante de São Sebastião, o deputado distrital Lira (PHS) tem sido constantemente criticado nas redes sociais – principalmente pelos moradores da região administrativa. E tem perdido a paciência com os seguidores. Quando postou fotos e vídeo ao lado de um buraco que ele teria conseguido articular para ser tampado, os internautas criticaram a postura dele em “inaugurar” a reforma. Ele, então, se excedeu nos comentários, acusou os seguidores de agir a mando de opositores e enviou até mensagens privadas. Os internautas se sentiram ofendidos.

Sem filtro

Em uma das mensagens, ele diz que a pessoa “vai engolir” as palavras de críticas a ele. E quando confrontando por internauta, que afirmou que ele jamais será eleito, ele provocou: “Será?”

Com emenda

Em nota, cujo título é “Espírito Zagallo”, o deputado afirma que, quando disse “engolir”, quis dizer que, “mesmo a oposição e perfis fakes querendo ou não, vou continuar morando em São Sebastião e destinando recursos para a cidade”. Lembra que mora lá desde 1986 e garante que não fugirá dos compromissos com a comunidade. “Para as pessoas que estão me caluniando, nas redes sociais, vão ter que engolir, sim, todas as melhorias que ocorrerão até o término deste meu primeiro mandato”, diz ele, tentando fazer uma emenda.

Substitutivo anticorrupção

Um dos líderes do movimento que barrou no Senado a tentativa de Renan Calheiros para aprovar às pressas a lambança vinda da Câmara, Cristovam Buarque já traçou os próximos passos dos rebeldes. Hoje majoritários – conseguiram 44 votos ao enfrentar Renan – eles pretendem aprovar um substitutivo que, na medida do possível, restaure a lógica do texto original, as dez medidas de combate à corrupção. Se não der, ao menos segurarão indefinidamente o projeto deturpado pelos deputados.

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