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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Reguffe chama aumento de contrassenso

Arquivo Geral

06/01/2017 7h00

Atualizada 05/01/2017 22h39

O aumento das passagens de ônibus e metrô, imposto pelo governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), virou uma batalha política no Distrito Federal. E neste embate, o senador José Antônio Reguffe (sem partido) está na trincheira oposta ao Palácio do Buriti. “Acho que isso é um contrassenso e um absurdo. Você teve um índice da inflação oficial do ano passado de 7%. E o governo aplica um reajuste de até 25%. É algo inaceitável. Não é correto. E o pior, justamente, penalizando quem mais precisa. Isso dói mais no bolso de quem mais sofre”, afirma o parlamentar, que foi um dos principais aliados e cabos eleitorais de Rollemberg nas eleições de 2014.

Queda de R$ 0,50

O calendário estampava o ano de 1997. O atual senador Cristovam Buarque (PPS) governava o DF. Naqueles tempos, o político era filiado no PT. Os empresários do sistema de transporte público pressionavam o GDF a aumentar as passagens. “Chamei todos para conversar. E chegamos a conclusão de que era possível reduzir as tarifas a partir do rearranjo das linhas. Tornando-as mais eficientes”, lembra. Segundo o gabinete do parlamentar, o acordo levou a redução de R$ 0,50 no valor da tarifa. Para Buarque, a alta poderia ser evitada por um novo estudo de engenharia de mobilidade para reduzir os gastos e custos do sistema.

Passos tortos

Do ponto de vista de Cristovam, o principal deslize de Rollemberg na discussão das passagens foi a forma como conduziu a questão. “Incomoda muito o fato do debate estar sendo travado agora não antes do aumento. Se ele colocasse um grupo de pessoas para discutir antes, poderia evitaria o constrangimento e suspender o aumento ou até conseguir pessoas que o apoiassem. Mas ele não procura e nem ouve ninguém. Só os assessores, que comentem um erro muito comum: não dizem o que ele precisa ouvir, apenas o que ele quer ouvir. O presidente Michel Temer (PMDB) me ouve. Me consulta algumas vezes. O Rodrigo nunca”, pondera.

Horizonte

“Agora daqui para frente, é preciso que o governo explique exatamente os motivos do aumento. Essa é tipo de coisa que não pode ser imposta. A pessoas têm que ser convencidas de este um sacrifício necessário. Todas as pessoas que consultei que possuem certa experiência na área já me disseram que não existe a necessidade e um reajuste tão pesado”, comenta Buarque. Sobre o debate do peso das gratuidades no sistema, o senador defende que em tempos de crise, o benefício não pode ser mantido para a parcela não carente da população, a exemplo dos estudantes que têm condições de pagar as mensalidades de instituições particulares.

Sala de espera

O líder da bancada brasiliense no Congresso Nacional, deputado federal Izalci Lucas (PSDB) está esperando as explicações do GDF para a alta das tarifas do transporte. Na avaliação do parlamentar, a decisão do GDF foi inoportuna e desproporcional diante da crise atual. “Empresários já estão indo embora do DF. Temos 300 mil desempregados. Como essas pessoas vão procurar emprego agora? Com que dinheiro? Faltou muita sensibilidade do governo”, critica.

Outro lado da gratuidade

Autor do projeto de lei que garante o Passe Livre para alunos dos cursos preparatórios, o deputado distrital Israel Batista (PV) classifica como “falsos” os argumentos do governo contra a gratuidade. “O impacto da nossa lei é enorme para os estudante é mínimo para o estado. Em 2014, tínhamos 28 mil alunos no terceiro ano. Destes, sete mil usavam o passe livre. Destes, vamos chutar, cinco mil fizeram cursinho. Ora isso causou um impacto de 2,27% no orçamento dos transportes. São apenas R$ 150 mil”, conta.

Palavras raivosas

O parlamentar considera às criticas contra a gratuidade são palavras raivosas. “Apenas 25% dos estudantes usam passe livre. A imensa maioria deles é de escolas públicas. Na minha opinião, a equipe técnica do governo não fez as contas. Precisamos dos números e relatórios do sistema. Sou contra este aumento”, completa. Israel ainda considera que todo incentivo à educação, seja de pobres ou para ricos, é uma ferramenta para afastar a juventude da criminalidade.

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