As pesquisas recentes mostram que mulheres estão bem cotadas para bater um recorde na Câmara Federal pelo DF. Se pelo menos três candidatas do sexo feminino forem eleitas este ano, será a maior quantidade de deputadas brasilienses na Casa desde que ainda era Assembleia Nacional Constituinte, em 1986. Em pesquisas recentes, os nomes de Celina Leão (PP), Érika Kokay (PT) e Flávia Arruda (PR) foram bastante lembrados pelo público, com nomes como Paula Belmonte (PPS), dona de uma campanha de muitos recursos, e Abadia (PSB), tentando o terceiro mandato, também com chances.
Clube do Bolinha
Em 1986, Abadia, eleita pelo PFL, e Márcia Kubitschek, então no PMDB, foram as representantes. Brasília teve duas deputadas na Câmara uma única vez depois disso, em 2010, quando Jaqueline Roriz, à época no PMN, e Érika Kokay (PT) se elegeram. Contando, portanto, a Assembleia Constituinte, foram 56 candidaturas masculinas eleitas pelo DF, contra apenas 9 femininas. Em 2006, Brasília não elegeu nenhuma mulher para a Casa. Não à toa, as postulantes estão enraizando suas campanhas em tentar fazer essa compensação histórica com pautas segmentadas.
A meia dúzia
Considerando que das 9 candidaturas de mulheres eleitas por Brasília, 3 foram reeleições, apenas 6 mulheres diferentes já representaram o DF no Poder Legislativo federal. Foram elas: Abadia, pelo PFL em 1986 e pelo PSDB em 1998; Márcia Kubitschek, pelo PMDB em 1986; Maria Laura Pinheiro, pelo PT em 1990 e 1994; Maninha, pelo PT em 2002; Jaqueline Roriz, pelo PMN em 2010; e Érika Kokay, pelo PT em 2010 e 2014.
Cristovam e Bolsonaro?
Agora que Rogério Rosso (PSD) fez juras de amor a Jair Bolsonaro (PSL), durante um ato de campanha em Vicente Pires, na manhã de ontem, o senador Cristovam Buarque (PPS), que tenta a reeleição, caminha ao lado de dois bolsonaristas confessos em sua chapa majoritária. O seu companheiro de postulação ao Congresso, Fernando Marques (SD), já havia acenado para Bolsonaro, o que torna Buarque um progressista, autointitulado vanguardista, no meio de dois liberais conservadores. A política é complexa mesmo.
Podemos conversar?
O presidente regional do Podemos, Marcos Pacco, que, no momento, ocupa a cadeira de Rosso na Câmara Federal como suplente, disse estar perplexo com a notícia. Segundo ele, Rosso não conversou com a coligação sobre a troca de apoio. “Vamos reunir a Executiva do partido, comunicar à Nacional, e esperamos que não seja simplesmente um ato político para atrair votos sem comunicar aos aliados. Seria no mínimo indelicado”, repudiou Pacco. O presidente do Podemos espera, porém, ouvir da boca de Rosso a oficialização da troca de apoio para depois agir.
Na cola do bacana
Rosso tem falado muito sobre “defender a família cristã” e coisas que se encaixam no discurso de Bolsonaro. Há cerca de um mês, o Podemos se gabava de que, apesar de ser uma legenda pequena, tinha emplacado apoio a Álvaro Dias enquanto nomes como Geraldo Alckmin (PSDB) lutavam por penetração no DF. Certamente as intenções de voto abaixo da crítica do candidato do Podemos, ante a popularidade e Bolsonaro no DF, tiveram sua culpa na perda do suporte. Assim, na chapa de Rosso, Bolsonaro, Álvaro Dias e Marina Silva têm apoio de algum dos integrantes.
Em busca de uma vaga
Fadi Faraj (PRP) tem seguido as orientações dos conservadores Magno Malta (PP), senador pelo Espírito Santo, e Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência, para moldar a própria candidatura ao Senado. Nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, ele aparece em sexto lugar, com 6%, empatado, no limite da margem de erro, com Wasny (PT), que tem 11%, e Fernando Marques (SD), que tem 3%. “Essas pesquisas não refletem a realidade porque meu público é muito segmentado”, garante Faraj, que aposta em uma “grande surpresa” no dia 7 de outubro.
Cobra mais do que dá
Uma plataforma política defendida por Fadi Faraj é da redução da carga tributária. Ele garante que em 20 anos é possível represar os problemas atuais e resolver a questão. “Foram outros 20 anos de ideologias erradas no governo, que nos levaram a essa situação, que mantiveram as pessoas na pobreza. É preciso gerar mais emprego, mais renda para as famílias, porque a família é a base desse país, assim não precisaremos subsidiar tanto esses bolsa isso e bolsa aquilo e reduziremos a carga”, discursa.
Desde antes
Fadi se orgulha de apoiar Jair Bolsonaro “desde o começo”, antes de os outros candidatos passarem a atrelar suas imagens ao presidenciável do PSL por conveniência eleitoral – Rogério Rosso (PSD) foi o último a fazer isso. Faraj repete o discurso de “defesa da família”, argumentando que há doutrinação ideológica nas escolas e que é contra a “teoria de gênero”, que seria confundir a cabeça de crianças e erotizá-las. Veja mais na entrevista abaixo.
Wellington não veio…
Agendado para uma sabatina no JBr, com previsão de transmissão ao vivo nas redes sociais do Jornal, o deputado distrital Wellington Luiz (MDB), que quer renovar seu mandato na Câmara Legislativa, cancelou a entrevista de última hora. Conforme anunciado na coluna ontem, ele seria sabatinado às 15h, mas alegou “compromissos de campanha” que o impediram de comparecer. No mesmo horário, ele foi convocado pelo postulante ao Buriti do partido, Ibaneis Rocha, mas Wellington assegurou que o chamado não foi o real motivo do cancelamento. Não existe previsão para tentar novamente a sabatina.
… mas Abrantes virá
O deputado distrital Cláudio Abrantes (PDT), outro na luta para retornar à Câmara, será sabatinado hoje, a partir das 15h, nas mesmas condições que Wellington Luiz seria. Abrantes é outro opositor do governo Rollemberg, apesar de seu partido fazer parte da coligação do atual Chefe do Executivo.