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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Promessa de equiparação salarial entre polícias chama a atenção

Arquivo Geral

14/01/2019 7h00

Atualizada 13/01/2019 19h29

Lançamento do programa SOS Segurança, na Praça do Buriti. Foto: Vitor Mendonça/Jornal de Brasília

Depois do SOS Saúde, no começo da semana passada, o governador Ibaneis (MDB) lançou, na última sexta-feira, iniciativa similar no âmbito da segurança pública. O intuito é o mesmo: priorizar ações emergenciais para reestruturar o setor. Dentre os pontos operacionais e estratégicos desenhados, o que mais chamou atenção dos militares presentes na solenidade de assinatura do SOS Segurança foi a promessa de equiparação salarial de Polícia Militar e Civil com a Polícia Federal. A equipe econômica do governo frisou, contudo, que os reajustes podem acontecer escalonados, parcelados ou de maneiras que não impactem de uma só vez a folha de pessoal. Resta formular melhor a questão, mas a proposta às corporações foi formalmente e publicamente feita.

Bônus contra o ônus

No seu discurso após a assinatura, Ibaneis se dirigiu por diversas vezes aos agentes de segurança presentes. Ele fez o compromisso de aumentar a gratificação de trabalho voluntário dos policiais militares de R$ 300 para R$ 400, como parte de um pacote de investimentos no setor na ordem de R$ 300 milhões. “Serão 25 mil horas a mais para combater a criminalidade na cidade”, alegou o chefe do Executivo. Segundo o governador, a medida deve valer também para policiais civis tão logo o projeto de lei sobre o tema seja tramitado na Câmara Legislativa, o que permitiria a reabertura de todas as delegacias de Brasília.

Escadinha

O governador também colocou à disposição a Procuradoria-Geral do DF para atender aos policiais em ações jurídicas a que tiverem de responder por atitudes em serviço. “Todos que estiverem dentro da lei serão defendidos pelo DF”, assegurou. A mão que afagou foi a mesma que cobrou. Em meio ao discurso, ele também exigiu compromisso dos presentes. “Vou tratar as forças de segurança com muito carinho e dedicação, mas espero muita subordinação e hierarquia”, deixou claro. Segundo ele, isso será obedecido “na figura do secretário de Segurança (Anderson Torres) e de seus auxiliares”.

Entre amigos

Se Ibaneis estiver em algum evento, pode procurar um pouquinho que logo logo Celina Leão (PP) aparecerá. A deputada federal eleita tem ficado coladinha no governador e comparecido a boa parte da agenda dele. Na solenidade de assinatura do SOS Segurança não foi diferente, mas antes de rasgar os tradicionais elogios à aliada, o chefe do Executivo a colocou em uma saia justa ao chamá-la de desempregada.

Brincadeirinha

O mandato de Celina na Câmara Legislativa do DF se encerrou na virada do ano e ela só assume sua vaga na Câmara dos Deputados em 1º de fevereiro. Então, tecnicamente, Ibaneis está certo. Claro que tudo não passou de brincadeira do governador. Logo em seguida, ele emendou que a Leoa tem “prestado auxílio, fazendo um relacionamento (com o governo federal) digno de uma deputada”.

Escreveu, não leu

Muitos secretários, autoridades policiais, diretores de sindicatos e até deputados compareceram ao lançamento do SOS Segurança. Alguns, contudo, tinham a expectativa de falar ao microfone, mesmo que breve, e foram frustrados pelo formato do evento. Apenas o cerimonial, o secretário de Segurança, Anderson Torres, e o governador Ibaneis tiveram direito à palavra. Um parlamentar ligado à polícia tinha escrito até um discursinho para levar a tiracolo. Virou bolinha de papel.

Vem pra cá

O secretariado presente na assinatura do SOS Segurança trocou muitas figurinhas entre si e com os colegas. Em dado momento, o diretor-geral do Detran-DF, Fabrício Moura, conversou com a secretária da Mulher, Ericka Filippelli (MDB), sobre a possibilidade de a pasta dela ocupar algum espaço no Shopping Popular. Não houve o menor interesse, mas valeu a tentativa.

Tábua de salvação

Atualmente, a presença do Detran no Shopping Popular é a única coisa que sustenta a clientela do local. Os estandes estão, em sua maioria, abandonados e as vendas de quem resiste por ali são risíveis. Trazer outros órgãos para lá seria uma alternativa de gerar investimentos. Falta alguém, de fato, se interessar.

Instalado no DF

Quando se evidenciou que nenhum brasiliense de peso aceitava o risco de disputar o Buriti pelo PT, o deputado Chico Vigilante buscou um nome de fora. Fez de tudo para convencer o ex-ministro e ex-deputado Ricardo Berzoini a ser o candidato petista. Nem Berzoini aceitou. Sua transferência política para o Distrito Federal, porém, acabou concorrendo. Berzoini, que já foi até presidente nacional do PT, deve assumir esta semana a chefia do gabinete do próprio Chico Vigilante. Não é nada, não é nada, o salário chega a R$ 19.760.

Ciclismo indoor

O governo atual acusa o ex-chefe do Executivo, Rodrigo Rollemberg (PSB), de ter cometido as famigeradas pedaladas fiscais, em situação similar à que deu argumentos para o pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT). Segundo a equipe econômica de Ibaneis, Rollemberg deixou pelo menos R$ 1,1 bilhão do orçamento de 2019 para cobrir a folha de pessoal do GDF referente a dezembro. “Vamos remeter essa situação aos órgãos responsáveis “, prometeu Ibaneis

Mas todo mundo faz

O secretário da Fazenda do DF, André Clemente, revelou que mais pedaladas devem ser desvendadas até o fim do mês. Isso porque foi dado um prazo de 30 dias para as secretarias informarem toda a situação financeira dos órgãos, e ele acaba assim que fevereiro começar. Perguntado se não havia um alarde na acusação de pedalada, Clemente reconheceu que é uma prática costumeira de governos estaduais, “mas não em valores tão altos”, justificou. O novo governo tem prometido revelar varias outras supostas irregularidades ao longo do semestre.

Cruzando a fronteira

Egressos do governo Rollemberg continuam se reposicionando no mercado de trabalho das secretarias e órgãos públicos de diferentes gestões eleitas e outros estados. Leany Lemos (PSB), ex-secretária do Planejamento e também suplente da senadora eleita Leila do Vôlei, assumiu função similar no Rio Grande do Sul. Cristiano Sampaio, ex-chefe da pasta de Segurança, terá o mesmo cargo em Tocantins. Na última sexta, o ex-controlador-geral do DF, Henrique Ziller foi mais um aliado de Rollemberg a se reposicionar. Ele será controlador em Goiás, a convite de Ronaldo Caiado (DEM).

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