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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Pode vir, Ciro!

Arquivo Geral

03/08/2018 7h00

Atualizada 02/08/2018 22h33

Eliana Pedrosa (Pros, foto) tem aproveitado a instabilidade das outras coligações para vender seu peixe. Ontem, ela tomou um café da manhã com o presidente do PDT-DF, Georges Michel, e deixou seu grupo de portas abertas para a vinda dos pedetistas ao seu palanque. Sem ter declarado apoio a nenhum presidenciável até o momento, ela oferece o que o partido dirigido por Carlos Lupi mais quer no momento: um ninho para Ciro Gomes no DF. “O Rollemberg disse que poderia ser palanque do Ciro aqui em Brasília (lei na página 6), mas nós também podemos ser”, alardeia.

Sem malícia
O presidente do PDT-DF, Georges Michel, assegurou que o papo durante o café da manhã com Pedrosa foi só “uma conversa política”. “Eu converso com a Eliana, com o (Rogério) Rosso, com o Cristovam (Buarque), mas fechar uma aliança só mesmo na convenção regional, este fim de semana. Temos um candidato próprio”, despista.

Se combinar direitinho…
Na proposta que fez ao PDT, Eliana ofereceu, a princípio, uma vaga ao Senado e duas para deputado federal, além de espaço para os distritais se encaixarem. Por mais que não seja visto como o cenário ideal pelos caciques pedetistas, é uma alternativa de sobrevivência política sem precisar contrariar uma corrente do partido que rejeita se aliar a Rollemberg. “Se o PDT fosse avançar com a candidatura própria, OK. Mas se em algum momento pensarem em coligação, espero que analisem a proposta do Pros”, pede Eliana.

Só flerte
Líderes do PDT consideraram que a repercussão do encontro com Eliana Pedrosa foi exagerada e que as partes não estão tão próximas. Um deles foi o pré-candidato ao Buriti da legenda, Peniel Pacheco, que alegou não ter sido diretamente contactado pelo Pros sobre uma possível coligação e deixou claro que não existe movimento concreto, sequer sinalização. “Estranho seria estabelecer pacto de silêncio e ninguém falar com ninguém”, irritou-se. Segundo ele, a fofoca e a especulação entre todas as chapas são naturais e os convites para conversas não significam a criação de alianças.

Presidentes dos governadores
Até o momento, há 12 nomes dispostos a brigar para ser governador (ou governadora) do DF. No cenário atual, a única que não declarou apoio a nenhum presidenciável foi justamente Eliana Pedrosa, que agora esboça usar essa condição como moeda de troca. Todos os demais têm preferências, algumas dúbias. Ciro Gomes é o único que conta com dois palanques declarados, mas Bolsonaro pode ter o mesmo número e um terceiro informal, bem como Alckmin. Os outros concorrentes ao Planalto, à exceção de Álvaro Dias (Podemos), Marina Silva (Rede) e Manuela D’Ávila (PCdoB), têm pelo menos um apoiador encabeçando chapa. Curiosamente, Marina foi a candidata mais votada no DF em 2014.

Puros serão fiéis
Alexandre Guerra (Novo), Fátima Sousa (PSOL), Júlio Miragaya (PT) e Antônio Guillen (PSTU), todos cabeças de chapas puras, apoiarão os presidenciáveis de seus partidos: João Amoêdo, Guilherme Boulos, Lula e Vera Lúcia, respectivamente. O general Paulo Chagas (PRP) já declarou lealdade a Jair Bolsonaro (PSL). Também à frente de uma chapa pura até o momento, o major Paulo Barreto (PRTB) aguarda para saber se haverá candidatura
própria da sigla com o general Mourão ou com Levy Fidelix. Ele também pode dar apoio a Bolsonaro, caso sua legenda indique o vice para o candidato do PSL.

Mistos nem tanto
Nas coligações desenhadas, Geraldo Alckmin (PSDB) pode ganhar palanque em duas. O grupo que recém-anunciou Alberto Fraga (DEM) como postulante ao Buriti e Izalci Lucas (PSDB) como pré-candidato ao Senado está ao lado do presidenciável tucano. Da mesma forma, a chapa encabeçada por Rogério Rosso (PSD) deve ser leal a Alckmin. No caso de Fraga, porém, o apoio não seria orgânico, apenas combinado, porque o democrata já declarou mais de uma vez preferência por Jair Bolsonaro. Rosso, por sua vez, segue orientação partidária, mas não faz o tipo que vai mexer mundos e fundos para agradar o tucano. A chapa que conta com Ibaneis Rocha (MDB) como nome para disputar o Buriti dificilmente fugirá da lógica de apoiar Henrique Meirelles (MDB).

Mas pode misturar
Com as convenções nacionais e regionais ainda em andamento, tanto as composições locais quanto nacionais podem mudar completamente. Conforme o TSE, esse tipo de evento só pode acontecer até este domingo (5) e os registros das candidaturas devem ser entregues à Justiça Eleitoral até as 19h de 15 de agosto.

Aí entra o dindim
O Tribunal lembra que, a partir daí, os partidos podem começar a mexer nas cifras que sustentarão os 45 dias de campanha permitidos este ano. “Com a homologação das convenções, é permitida a formalização de contratos que gerem despesas e gastos com a instalação física e virtual de comitês de candidatos e de partidos políticos. No entanto, o efetivo desembolso financeiro somente pode ocorrer após a obtenção do número de registro de CNPJ do candidato e a abertura de conta bancária específica para a movimentação financeira de campanha e emissão de recibos eleitorais”, detalha o TSE.

Herói que não veste capa
O secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Antônio Valdir Oliveira, foi um trunfo de Rollemberg para acalmar o setor empresarial da cidade, e conseguiu. Durante homenagem feita pelo Grupo Empresários Em Ação, ele elogiou o setor produtivo. “Se temos um herói no Distrito Federal, ele não está no setor público, ele está no setor privado e são vocês que geram emprego e renda”.

Vice do bem
Dilma Rousseff (PT) viu seu vice assumir o poder em seu lugar, aliando-se a quem ela derrotou nas eleições de 2014. Rollemberg foi minado de dentro da vice-governadoria por Renato Santana e por todo o PSD nos últimos dois anos. A escolha do vice nunca esteve tão em evidência quanto nos tempos recentes e, exatamente por isso, o governador esteve mais do que satisfeito em anunciar alguém próximo e mais tranquilo de controlar, Eduardo Brandão (PV), para estar ao seu lado na tentativa de reeleição.

Bem do vice
O próprio Eduardo Brandão, que também é o presidente regional do seu partido, reconhece que seu posto estará em evidência. “A população vai prestar mais atenção em quem é o vice”, brinca, mas contemporiza: “A questão de eu ser ou não o vice não é mais importante. A importância é uma união pelo bem da cidade”. União tranquila, pelo visto.

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