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Do Alto da Torre
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Os novos estão de parabéns

Arquivo Geral

08/10/2018 7h00

Criado há três anos, o Partido Novo conseguiu mandar um deputado para a Câmara Legislativa já em sua primeira eleição. A empresária Júlia Lucy (foto) teve 7.655 votos, o equivalente a 0,52% dos votos válidos. Apesar da quantidade considerada pequena, ela foi a mais bem votada da chapa pura do Novo para deputado distrital. Contra vários prognósticos, a legenda, sem coligações, atingiu o quociente eleitoral (QE), que este ano foi de 61.565 votos, quantidade mínima nas urnas para ter direito a uma cadeira.

Fisgado
O novo distrital Leandro Grass também colocou seu partido, a Rede, no mapa político da capital. A sigla foi criada em 2015, como o Novo, e ele se elegeu com menos votos ainda em relação a Lucy, 6.578. Foi o menos votado dentre os 24 nomes que ocuparão cadeiras na Câmara Legislativa a partir do próximo ano. É como diz o ditado, não existe voto feio, importante é ser eleito.

Mínimo máximo
Com sua votação, Grass teve menos representatividade nas urnas do que 29 outros candidatos. Nomes como o do presidente do SindMédico, Dr. Gutemberg (PR), alcançaram mais de 10 mil votos e não se elegeram por terem escolhido as composições erradas.

Sol…
Fundado em 2005, portanto disputando sua quarta eleição, o PSOL teve boas razões para comemorar. Com a eleição de Fábio Félix, também presidente regional da sigla, o partido enviou seu primeiro parlamentar para a Câmara Legislativa do DF.

…e arco-íris
“O PSOL cresceu porque é uma esquerda sem medo de discutir suas pautas”, argumentou Félix, que também destacou o fato de ser gay como motivo de orgulho. “Mesmo no cenário de crescimento do atraso e do conservadorismo, elegeram o primeiro LGBT orgulhoso de sua orientação no plenário”, comemorou.

Menção honrosa
Uma das resistências que Félix deve ter no plenário é de Daniel Donizet (PRP), que se elegeu pela primeira vez também. Ele faz parte da coligação que deu palanque oficial ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no DF. Antes de Donizet, o PRP havia colocado uma única outra pessoa na Câmara Legislativa. A briga deve ser boa.

Nem tudo são flores
Se no Congresso o DF aumentou sua representação feminina ao enviar Leila do Vôlei (PSB), primeira senadora de Brasília, e cinco deputadas federais, maior quantidade da história – o recorde antigo eram duas –, na Câmara Legislativa houve retrocesso nesse quesito.

Mulheres de menos
De cinco mulheres eleitas para a Casa em 2014, o número caiu para três em 2018: Arlete Sampaio (PT), que retorna à Câmara para o terceiro mandato depois de ter sido eleita em 2002 e em 2010, a empresária Júlia Lucy (Novo), em seu primeiro cargo eletivo, e Telma Rufino (Pros), que deu continuidade ao mandato que já tinha.

Foram-se
Em 2014, os eleitores colocaram Celina Leão (PP), que alçou vôos maiores em 2018 e se elegeu deputada federal, Liliane Roriz (Pros), que não podia se recandidatar este ano, Luzia de Paula (PSB), Telma Rufino (Pros), que retornou, e Sandra Faraj (PR). Com apoio de correntes evangélicas, o não retorno de Faraj foi uma surpresa.

Sem volta
O candidato a reeleição Wellington Luiz (MDB) teve 11.663 votos e foi outro a ser preterido por estar em uma coligação com mais força do que ele próprio. O atual sistema eleitoral tem dessas e cada postulante precisa sempre de um matemático ao lado. No caso de Wellington, atual vice-presidente da Câmara, ele ficou para trás porque seu correligionário Rafael Prudente (MDB) teve o dobro de votos dele.

Polarização sem pólos
Os prognósticos das pesquisas de intenção de voto se confirmaram e Jair Bolsonaro (PSL) disputará o segundo turno contra Fernando Haddad (PT). O candidato de direita se torna o primeiro representante de um partido nanico a estar entre os dois primeiros de um pleito desde 1989, quando Fernando Collor atingiu o feito pelo extinto PRN.

Tradição ameaçada
Já o PT enfrentará a quinta disputa de segundo turno de sua história (1989, 2002, 2006, 2010 e 2014), tendo sido derrotado apenas em 1989, justamente para Collor. Haddad é, portanto, o terceiro presidenciável petista com chances de comandar o País. Lula esteve à frente do Brasil entre 2003 e 2010 e Dilma o sucedeu de 2011 até meados de 2016, quando ela sofreu impeachment e o então vice-presidente, Michel Temer (PMDB), assumiu a cadeira.

Tucano depenado
O resultado também significa um baque para o PSDB, que depois do quarto lugar de Mário Covas em 1989, nunca havia deixado de ter representantes entre os dois mais votados. Em 1994 e 1998, o tucano Fernando Henrique Cardoso venceu ainda em primeiro turno e desde então José Serra, o próprio Alckmin e Aécio Neves enfrentaram nomes petistas em segundo turno e foram derrotados.

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