A situação delicada de Izalci Lucas (PSDB) na Aliança Alternativa fez com que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que busca nomes para encorpar sua coligação, pegasse o telefone e ligasse para o tucano. “Esse cara é maluco”, diz Izalci sobre o governador. “Se ele fosse gerente da minha cidade já teria sido demitido por justa causa”, alveja. De acordo com Izalci, o chefe do Executivo local tentou atraí-lo para colaborar com o projeto de reeleição. “Ele falou que os outros me sacanearam e que eu devia ir para lá. Eu acho que ninguém me conhece mesmo, apesar de eu já estar na política há alguns anos. Acham que se eu sair da política vou morrer de fome”, emenda.
Não é bem assim
O presidente regional do PSB, Tiago Coelho, confirma o ligação, mas alega que o governador não telefonou atrás de apoio. “Foi uma conversa entre líderes de partido. O governador falou sobre cenários. Comentou sobre a situação de Frejat (PR) e o movimento de Rosso (PSD)”, conta. A evolução para uma coligação dependeria dos próximos gestos do tucano. E pelo visto, Izalci está mais para bicadas.
Rossando
A vida de Izalci não anda nada fácil e é bem possível que hoje ele já não seja mais o pré-candidato a governador de Brasília pela Aliança. Na última semana, de olho no apoio de Gilberto Kassab para sua corrida presidencial, o presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, firmou acordo para retirar a candidatura tucana no DF em prol de um nome do PSD. A bola está no colo de Rogério Rosso, que brinca com ela sem muita preocupação e ainda ganhou o apoio do articulador da coligação, Cristovam Buarque (PPS), para dar a cortada (Leia mais na página 5).
Cândido ato
Cada vez mais isolado, Izalci bate o pé e garante ser um dos poucos pré-candidatos ao governo que sabem como resolver os problemas do DF por meio de projetos concretos. Depois do acordo nacional entre PSDB e PSD, ele disse mantinha contato constante com Rosso e que a ideia original de sair para governador permanecia. Agora, seu tom é mais resiliente ele diz poder ajudar “com ou sem mandato”. Apesar disso, ressalta que sua “determinação e intransigência” para buscar o cargo de governador se deve a acreditar que é a pessoa mais preparada para fazer de Brasília uma cidade com oportunidade para os jovens novamente. Perguntado se aceitaria ser vice na sua chapa, deu a entender que não. “Se eu tivesse certeza que alguém teria condições de fazer o que eu quero fazer com a cidade, abriria mão sem problemas”, respondeu. Por dedução, Rosso não tem.
Tranquilão
Peniel Pacheco (PDT) acabou de aterrissar na disputa por uma vaga ao Buriti, mas teve o fim de semana mais tranquilo dentre os pré-candidatos. Como seu partido ainda não se coligou com ninguém, apesar da pressão vinda da Executiva Nacional para se unir ao PSB, não existe briga de egos para apaziguar. Na confortável posição de observador, Peniel analisa que Frejat , mesmo em caso de retorno ao pleito, “ não vai ter uma situação cômoda”.
Cartas na mesa
Ainda segundo o pré-candidato pedetista, a continuação – ou não – de Jofran deixa o cenário igualmente aberto. “No segundo turno das últimas eleições, os protagonistas foram Frejat e Rollemberg e durante quatro anos eles polarizaram (a opinião pública) entre si. No entanto, não vemos um distanciamento grande (de intenção de voto) entre os que chegaram agora.”, diz.
Vai com quem?
Peniel ainda garante que o momento não é de buscar as fraquezas dos adversários para fazer um movimento para fortalecer as candidaturas do PDT. “Tem gente que faz política explorando frsagilidade de sicrano. Tudo bem, como jogo político talvez funcione, mas será que é isso que as pessoas precisam?”, deixa no ar.
Cheio de charme
A coligação de Jofran Frejat (PR) aguardou com paciência, ao menos em público, o período de reclusão e reflexão do pré-candidato para decidir se continua ou não na disputa pelo Buriti. Ou melhor, aguardava. Postulante ao Senado na chapa, o deputado federal Alberto Fraga (DEM) reclamou da falta de comunicação do republicano com o restante dos partidos e disse que, se Frejat não quiser, ele mesmo vai concorrer ao governo. “Sempre fui o segundo no ranking da turma. Eu abri mão (da chance) por ele”, garante. Segundo o DataFraga, ele entraria na corrida com a mesma intenção de votos que Eliana Pedrosa (Pros) e Rogério Rosso (PSD) e à frente de Izalci Lucas (PSDB).
#Chateado
Fraga ressalta que se magoou com duas posturas de Frejat. A primeira foi anunciar a possível desistência à imprensa e só depois aos representantes dos outros partidos da coligação – atualmente as siglas são PR, DEM, MDB, Avante e PP. A segunda foi uma reunião entre aliados e o pré-candidato ao governo na casa de Frejat, no Lago Sul, no último domingo (15), que terminou com o republicano apenas pedindo mais tempo para pensar. Por isso, o deputado federal adotou a mesma postura e comunicou sua intenção de disputar o Buriti primeiro aos jornalistas, sem consultar Jofran. “Posso até entender as razões que o levaram a falar o que falou. Agora, deveria ter comunicado ao MDB, ao PP, ao Democratas e não a gente ficar sabendo pela imprensa”, dispara.
Embaralho de cargos
Fraga admitiu que sua fala tem contornos de indignação e tentativa de agilizar a decisão de Frejat. Segundo ele, como ainda há tempo para a tomada de decisões – as inscrições para definir o nome nas urnas só acabam em 16 de agosto – é “até bom que as coisas sejam feitas de última hora, porque aí as coisas se resolvem rápido e não fica nesse charminho”.
Atenção, passageiros
O fim da agonia pode estar perto. Hoje desembarca em Brasília o cacique do Partido da República (PR), Valdemar Costa Neto. Uma conversa olho no olho com o manda-chuva da sigla foi a condição dada por Frejat para definir se continua ou não na disputa pelo governo de Brasília. Jofran quer mais autonomia nas decisões internas, principalmente relativas a indicação de nomes para compor a coligação, e espera que Valdemar o ajude a costurar um bom acordo com o outro cacique do grupo, Tadeu Filippelli (MDB). Uma conversa com o ex-governador José Roberto Arruda também deve acontecer.
