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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

O teto Universal

Arquivo Geral

22/10/2018 7h00

Atualizada 21/10/2018 23h09

A influência das igrejas evangélicas em período eleitoral é algo imenso. Durante o período de pré-campanha, todo candidato sabia que Júlio Cesar (PRB, foto) estava virtualmente eleito para a Câmara Federal por conta de seu trânsito na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). O distrital eleito com maior quantidade de votos este ano, Martins Machado, também surpreendeu a pouca gente, justamente por ter tido o mesmo tipo de conexão. Apesar dos bons resultados, as últimas eleições também mostraram que existe um limite claro para os candidatos que se apoiam nessa muleta religiosa.

Foi bom, mas nem tanto

Em 2014, o candidato da Universal para a Câmara dos Deputados foi Vítor Paulo (PRB), que teve 71 mil votos e não se elegeu, ficando atrás de Érika Kokay (PT), Rôney Nemer (PP) e Ronaldo Fonseca (então no Pros, hoje no Podemos) na coligação criada à época. Ele até assumiu como suplente de Fonseca, mas não tentou reeleição. Desta vez, Júlio Cesar representou a Universal e apesar de uma campanha com bem mais empenho, tendo ainda a vantagem de ter sido deputado distrital, obteve “só” oito mil votos a mais que o antecessor, atingindo 79 mil.

Fézinha

A título de comparação, se Júlio Cesar (foto) tivesse tido essa mesma votação em 2014, e fizesse parte da mesma coligação que Vítor Paulo, ele não teria sido eleito, pois naquela ocasião os três deputados eleitos pela coalizão tiveram acima de 82 mil votos. Júlio foi favorecido, portanto, pelo composição da chapa proporcional, montada toda em torno da candidatura dele, e pela pulverização maior dos votos em 2018. Tudo isso mostra que a base evangélica é forte, mas não é tudo, e com os resultados atípicos mostrados pelo Brasil, é bom os pastores e missionários abrirem bem os olhos em período eleitoral.

Uma luz

O Ministério do Trabalho revelou que o salário médio real das mulheres no Brasil cresceu 2,6% em 2017, na comparação com o ano anterior, alcançando R$ 2.708,71. O resultado, constatado com dados colhidos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), mostra que as trabalhadoras do sexo feminino tiveram maior evolução no comparativo com os homens, que cresceram 1,8% no mesmo período. No geral, o salário médio no País cresceu 2,1%.

Porém…

Como ressalva, a diferença salarial entre homens e mulheres segue alta, e mesmo com o salto na remuneração feminina no ano passado, as trabalhadoras seguem ganhando o equivalente a 85,1% do contracheque masculino. O consolo é que em 2015 esse percentual era por volta de 83%, portanto houve progresso.

Quente fervendo

Na última sexta-feira, Ibaneis (MDB, foto) e Rodrigo Rollemberg (PSB, foto), que disputam o segundo turno pelo Governo de Brasília, voltaram a se enfrentar no debate da Record Brasília, sediado no Museu Nacional e transmitido ao vivo das 18h às 19h30. Houve pouca novidade nas estratégias adotadas pelos candidatos, mas o evento serviu para eles tornarem ainda mais pessoal a disputa entre eles, com citações aos respectivos casamentos e famílias.

Sua filha, sua esposa

O segundo turno da disputa pelo Governo de Brasília transformou as divergências entre Ibaneis (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) em rusgas pessoais. Durante o debate da Record Brasília, iniciado às 18h da última sexta-feira (19), além das reiteradas acusações de arrogância entre eles, as personalidades e até os casamentos de ambos virou assunto.

Desagravo a Barbosa

Rollemberg iniciou os trabalhos questionando Ibaneis sobre o motivo de o emedebista ter sido contra a entrega de uma carteira da OAB para o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. Presidente regional da Ordem à época, o candidato do MDB alegou ter apenas defendido sua categoria por Barbosa ter proferido comentários supostamente ofensivos sobre advogados. Ibaneis lembrou ainda que a filha de Rollemberg, Gabriella Rollemberg, conselheira da OAB-DF, também foi a favor do desagravo contra Barbosa.

38 a dois

O governador reagiu ostentando os 38 anos de união com dona Márcia Rollemberg e acusando o adversário, que está no segundo casamento, de ser contra “a família”. O emedebista repudiou a manobra do Chefe do Executivo e minimizou a questão. Depois de tantas farpas, houve calmaria quando os jornalistas começaram a fazer perguntas e os candidatos até concordaram sobre políticas de mobilidade urbana. No momento seguinte, porém, partiram novamente um para a jugular do outro.

Estádio sem fim

Seguindo a estratégia traçada desde a virada para o segundo turno, Rollemberg associou Ibaneis a Tadeu Filippelli, presidente do MDB-DF, e tentou atrelar a figura do adversário ao superfaturamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. Ibaneis rebateu lembrando que quem tinha mandato durante a construção da arena era Rodrigo, senador à época, não ele. Restam seis dias para as eleições em segundo turno.

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