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Do Alto da Torre
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O tempo não para

Arquivo Geral

20/09/2018 7h00

Atualizada 19/09/2018 22h18

A campanha rola solta e as promessas e compromissos políticos dominam qualquer discussão sobre os problemas da cidade. Só que em Brasília falta emprego. Na próxima semana, a Codeplan vai liberar o resultado da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) referente a agosto para descobrirmos se haverá confirmação da tendência de redução da exorbitante taxa de desocupação, que está um pouco abaixo dos 19% – são quase 310 mil desempregados.

Hora de moderação

Como as atenções estão voltadas para o período eleitoral e as secretarias do GDF têm restrições para comentar assuntos, por temor de desrespeitar a legislação do período, o que a Secretaria-adjunta de Trabalho pode fazer é culpar a crise no País e dizer que a pasta investe em qualificação. “Uma mão de obra melhor determina o sucesso do trabalhador para conseguir o primeiro emprego ou voltar ao mercado”, resume o subsecretário de Atendimento ao Trabalhador e Empregador, José Eduardo Corrêa. Ele citou parcerias com o Ministério do Trabalho, mas não fez menção a qualquer uma das iniciativas descritas no plano de governo de Rollemberg.

Perspectivas

Corrêa ainda acredita que o ‘boom’ de trabalhos informais na cidade – 125 mil trabalhadores aderiram a essa condição na comparação entre julho de 2017 com julho de 2018, segundo o IBGE – é reflexo de recuperação, não de crise. Para ele, a informalidade é o primeiro passo de uma economia que demonstra reação, por exigir menos investimento. Ele tem fé em que, depois de algum tempo – não há como precisar quanto – os empregos de carteira assinada também retornarão.

Esperando na janela
Mas eles precisam vir logo, porque segundo a última PED, o rendimento médio dos trabalhadores informais caiu mais de 5% em julho, enquanto aqueles com CLT tiveram ganhos de 3%.

Uma vez basta
Se as atuais pesquisas de intenção de voto para 2018 se confirmarem e Rodrigo Rollemberg (PSB) for derrotado ainda no primeiro turno, vai ser, portanto, o terceiro governador da história do DF a perder uma reeleição direta – os outros foram os petistas Cristovam Buarque, em 1998, e Agnelo, em 2014. O único outro chefe do Executivo a disputar reeleições no DF desde 1990 foi Joaquim Roriz, e ele saiu vitorioso em 2002. A história diz que a situação tem muito o que temer para o pleito atual.

Máquina a perigo

Rollemberg, obviamente, tem o melhor retrospecto recente dentre seus concorrentes. Recebeu 692,8 mil votos no primeiro turno em 2014 e 812 mil no segundo, vencendo o pleito. Se todo esse capital político não vingar este ano, será o segundo governador em sequência que não tem sucesso político na capital. A situação abriu margem para o recorde de concorrentes ao Buriti, a maioria sem experiência em cargo eletivo.

Nada é tudo

Dos 11 candidatos ao Buriti, menos da metade tem algum capital político-eleitoral para ostentar. Alexandre Guerra (Novo), Ibaneis (MDB), Fátima Sousa (PSOL), Júlio Miragaya (PT), General Paulo Chagas (PRP) e Renan Rosa (PCO) não haviam concorrido a cargos eletivos no DF. A ressalva fica para Miragaya, que já havia concorrido a um cargo proporcional no Rio de Janeiro, e Renan Rosa, que tentou ser segundo suplente de senador em 2010. O que seria desvantagem tem sido explorado por esse grupo para pregar renovação e desqualificar o restante dos adversários.

Alguma coisa pode virar tudo

Dos concorrentes com experiência na vida política, os retrospectos são os seguintes: em 2014, Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa, então no PPS, e Rogério Rosso (PSD) concorreram para deputado federal. Fraga se elegeu como o mais bem votado do DF, com 155 mil votos; Rosso também entrou com 93,6 mil votos e Pedrosa ficou de fora, com 55,3 mil votos. Guillen (PSTU) foi vice de Toninho (PSOL), que recebeu 34,6 mil votos na disputa pelo governo e terminou em quinto lugar.

Leite com nata

O candidato a senador Chico Leite (Rede) conseguiu uma vitória nestas eleições, desta vez na Justiça. O ator e ativista da direita Alexandre Frota (PSL) compartilhou imagens que associavam a Leite falas sobre querer prender o juiz Sérgio Moro e outras declarações que, segundo o deputado distrital, jamais foram proferidas. Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) condenou Frota a pagar R$ 5 mil em multa pela propagação das fake news. Em julho, Chico Leite já havia conseguido derrubar a postagem e agora conseguiu se prevenir definitivamente da campanha negativa.

Eleição em tudo

É período de campanha também na Confederação Nacional do Comércio (CNC), que deve escolher seus próximos representantes em 27 de setembro. Ontem, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público de Contas, pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que suspendesse o pleito por “denúncias de inelegibilidade da chapa da situação e vícios no processo eleitoral”. O candidato José Roberto Tadros, que pretende dar continuidade à gestão do atual presidente, Antônio Oliveira dos Santos, teria cometido irregularidades à frente do Sesc e do Sebrae do Amazonas, controladas pela CNC. Quem pode se beneficiar disso é o candidato da oposição, o representante da entidade no DF, Adelmir Santana.

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