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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Não existe trabalho ruim

Arquivo Geral

21/11/2018 7h00

Atualizada 20/11/2018 21h43

Ainda sem muita função no governo de transição, o PPL, que fez parte da coligação pela qual Ibaneis Rocha se elegeu, almeja uma indicação para a Secretaria do Trabalho. O presidente do partido, João Goulart Filho, comenta abertamente o interesse. “Temos tradição trabalhista e queremos ver se podemos colaborar para que não aconteçam as greves e os problemas que vimos com o Rollemberg”, admitiu. Um dos nomes levantados pela sigla é o de João Pedro Ferraz, que foi candidato ao Senado na chapa, mas desistiu pouco antes do fim do pleito.

Amigos, amigos

Ferraz, dono de um grande escritório de advocacia na cidade, aceitou a postulação ao Senado, entre outros motivos, por sua proximidade com Ibaneis. Findo o processo eleitoral, é natural que seu nome, com histórico de atuação em direitos trabalhistas, seja examinado. Faltam duas coisas: o governador eleito dar corpo à ideia e o próprio Ferraz concordar em assumir o pepino.

Cá e lá

A retomada das discussões sobre o projeto Escola Sem Partido na Câmara dos Deputados foi refletida na sessão ordinária da Câmara Legislativa na tarde de ontem, com direito a falas acaloradas. Professores por formação, Israel Batista (PV), que deixará sua cadeira na Casa para assumir como deputado federal, e Reginaldo Veras (PDT) foram os mais veementes ao discursarem no plenário. Veras classificou o projeto como “aberração”.

Dedo na ferida

Especializado em História, Batista foi o que mais recriminou o projeto, introduzido na Casa por Sandra Faraj (PR), com coautoria de Rodrigo Delmasso (PRB), ambos pastores evangélicos. “Pessoas que não entendem o conteúdo programático estão querendo dar pitaco na minha aula. Queria ver se teriam coragem de dar pitaco em uma receita médica, em uma petição de advogado”, disparou o deputado federal eleito.

Liberalismo e a esquerda

Israel Batista prosseguiu, alegando que dar aulas como os defensores do projeto gostariam é inviável. “Quando eu falo do século XVIII eu falo do liberalismo, mas como, nesta mesma aula, vou falar do pensamento de esquerda que nasceu 100 anos depois?”, reclamou, em alusão aos protestos dos conservadores, que querem, toda vez que uma ideologia ou corrente filosófica for apresentada, que se mostre o contraponto dela imediatamente. Geralmente pacato, o deputado do PV foi incisivo e até reconheceu a existência de “professores inexperientes e arrogantes”, mas pediu que não demonizassem a profissão e que não colocassem as exceções como se fossem a regra.

Mas…

Nenhum dos parlamentares que apoia o projeto recuou diante dos relatos de Veras, Batista ou qualquer outro opositor ao Escola Sem Partido. Menos apaixonado pelo projeto que os colegas fundamentalistas, mas ainda assim defensor dele, Raimundo Ribeiro (MDB) não identificou malícia no texto apresentado. Também ex-professor – ensinou Direito em uma universidade particular –, ele leu os seis preceitos básicos da proposta, como o que os mestres “não incitarão seus alunos a participar de manifestações, atos públicos ou passeatas”, e afirmou se tratarem de coisas importantes.

Deus e o mundo

Deputados como Delmasso e Faraj, porém, não escondem a pretensão de combater assuntos como “ideologia de gênero”, a qual eles atribuem a perturbação de crianças e adolescentes. Faraj, que não se reelegeu este ano, chegou a reclamar do ensino de pansexualidade, que identifica pessoas atraídas por parceiros de qualquer gênero, incluindo transexuais. A briga prossegue em esfera federal e distrital.

Ao lado de Ibaneis

Ex-administrador de Taguatinga e ex-secretário de Governo durante a gestão Arruda, José Humberto Pires recusou o convite de Ibaneis Rocha para ser secretário de Desenvolvimento Econômico do DF. A conversa e a recusa aconteceram dias depois da eleição do emedebista. Só que, desde então, em todas as reuniões importantes, inclusive para anúncios de novos nomes, lá está Zé Humberto, marcando presença.

Com fusões

O PRP será incorporado ao Patriota. O PPL se juntará ao PCdoB e, agora, é bem possível que a Rede se una ao PPS. Todos os movimentos visam a sobrevivência das estruturas partidárias, uma vez que, das siglas supracitadas, apenas o PPS não perdeu direito a tempo de TV e Fundo Partidário por conta da cláusula de barreira, após as eleições de 2018. Dos 35 partidos registrados junto ao TSE atualmente, é provável que, na virada para 2019, metade deixe de existir. Aproveitem o tempo restante pra lamentar a perda de siglas do calibre de PTC e PMB, tão importantes para… Bom, para alguma coisa, com certeza.

A primeira conversa

O gabinete de transição de Ibaneis Rocha, no CICB, vai precisar se rearranjar para comportar os 24 deputados distritais eleitos (em alguns casos, reeleitos), que devem visitar Ibaneis hoje, a convite dele. A conversa é um gesto de boa vontade ao Poder Legislativo, mas pode ser importante para moldar a disputa pela presidência da Casa.

De volta para o futuro

Dentre os movimentos que devem acontecer, os deputados, por meio de Rodrigo Delmasso (PRB), entregarão um Plano Emergencial de Recuperação da Economia. Entre outras coisas, querem que as alíquotas internas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recuem aos índices de 2015. Delmasso deu a dica: “Algumas medidas não precisam esperar o inicio oficial dos trabalhos legislativos”.

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