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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Nada de cinzas nas terras de Pandora

Arquivo Geral

01/03/2017 7h00

Atualizada 28/02/2017 22h20

Bem distantes da quarta-feira de cinzas, as brasas da Caixa de Pandora ainda ardem. A Controladoria-Geral do Distrito Federal analisa a situação de 10 empresas envolvidas no escândalo responsável pela implosão do governo de Jose Roberto Arruda, então filiado ao DEM, abalando a reboque importantes instituições da capital. O órgão espera concluir as auditorias no primeiro semestre deste ano. Caso sejam condenadas, estas pessoas jurídicas poderão ser classificadas como inidôneas, perdendo a capacidade de celebrar novos contratos com o poder público.

Sete fora

Neste ano, o controlador-geral do DF, Henrique Ziller, já decretou a inidoneidade de sete empresas envolvidas no caso. As penas foram publicadas no Diário Oficial do DF. Segundo o Portal da Transparência, no cálculo parcial de 2017, 32 empresas receberam diversas punições, incluindo suspensões, advertências e multas. Ao longo de todo ano passado, o número de pessoas jurídicas punidas por diversas formas chegou à 56. Em 2015, foram publicadas 99 condenações.

Superpopulação relativa

Ao falar de falta de água no DF, o presidente do Comitê de Bacias do Paranoá, Jorge Enoch Furquim, levantou uma discussão crucial: a capital está chegando no limite do crescimento. Diante das proporções do quadrilátero federal, dos recursos naturais disponíveis e da falta de disponibilidade de novos espaços para a construção de novas áreas habitacionais, a capital caminha para uma superpopulação. É hora de se repensar as políticas públicas de natalidade e ocupação do solo. Se o brasiliense não discutir e definir objetivos agora, enfrentará outro flagelo social tão grave quanto a crise hídrica.

Vergonha

Infelizmente, a reta final do Carnaval de rua brasiliense foi manchada por brigas. Sem pré-julgamentos das partes envolvidas, estes socos, chutes e empurrões agridem diretamente a construção da cultura de uma folia no DF. Violência afasta foliões, turistas e investidores. Ou seja, gera menos diversão e oportunidades de emprego em Brasília, que já sofre com a pior crise de sua história. Quem desfere golpes no carnaval, machuca a própria cidade. Nestes casos, ninguém ganha.

Quem está do lado de Sandra?

O situação da deputada distrital Sandra Faraj (SD) também não é confortável dentro do governo Rollemberg (PSB). Secretários importantes do Palácio do Buriti não morrem de amores pela parlamentar, acusada de graves atos ilícitos no Legislativo e no Executivo, mais especificamente Secretaria de Justiça. A deputada nega qualquer desvio de conduta. Mas, dificilmente, receberá o apoio de parte do secretariado se a situação esquentar ainda mais.

Arlete acompanha eleições do PT

Arlete Sampaio acompanha atentamente a corrida eleitoral das novas lideranças regionais e nacionais do PT. Em abril, o partido fará a eleição dos diretórios zonais. No mês seguinte elegerá as representações regionais. Em junho, definirá a nova direção nacional. Pertencente a corrente política Democracia Socialista, alinhada com o Campo Muda PT, Sampaio defende a ampliação dos espaço da esquerda nos diretórios e a atualização do programa partidário.

Organização e financiamento

“Temos que fazer o balanço de nossos acertos e erros. E a partir disso, fazer correções de rumo. Para mim, precisamos mudar nos aspectos de organização e financiamento”, afirma. A discussão, para Arlete, também envolve as causas da derrubada do governo de Dilma Rousseff (PT). “Por que um projeto que ganhou as eleições nacionais quatro vezes consecutivas caiu no golpe? Por que chegamos a este ponto? Em janeiro de 2015, erramos na adoção da política econômica. Ela não foi adequada ao nosso projeto e atacou de frente a base que nos elegeu, facilitando o trabalho da oposição, com ajuda declarada da mídia”, argumenta.

Falta de protagonismo

Em 2013, quando o país entrou em ebulição em função da onda de protestos detonada pelo aumento das passagens de ônibus em São Paulo, o PT também tomou o caminho errado, na avaliação de Arlete. Na leitura da ex-deputada distrital e ex-vice-governadora do DF, o Palácio do Planalto acertou quando elaborou um conjunto de propostas para responder às reclamações populares, mas pecou ao não concretizar as propostas. Ou seja, leu o problema, mas não resolveu de fato. Faltou protagonismo.

Autofinanciamento e voto em lista

Segundo Arlete, o partido não deve mais abrir espaços para financiamentos de empresas. Tendo, aproximadamente 1,2 milhão de filiados, o PT deveria montar uma estrutura financeira independente baseada nas doações dos correligionários. Do ponto de vista de Arlete, o PT deveria defender a mudança das votações proporcionais para o modelo do voto em lista. “Devemos votar em projetos e não em pessoas”, explica.

Papel

Perguntada se estaria pensando em disputar a presidência regional do partido no DF, Arlete respondeu: “Olha, não me furtarei, se for o caso. Mas não vou entrar em disputas. Não estou à caça de cargos no partido. Até o momento, eu não cogito, não tenho essa ambição, não estou a fim de disputar”.

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