Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Na crise da greve dos caminhoneiros, Rollemberg evitou o pior

Arquivo Geral

04/06/2018 9h59

Foto: Elio Rizzo/Cedoc

Quando a greve dos caminhoneiros estourou, o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Valdir de Oliveira, foi um dos primeiros personagens do GDF a entender a situação e qual deveria ser o papel Buriti. Desarmado de preconceitos, sabia que o problema não nasceu em Brasília, mas precisava ser combatido pelo bem da população. E, justiça seja feita, o governador Rollemberg (PSB) e nomes na Casa Civil tiveram o mesmo pensamento. Justamente por isso, Oliveira pode “ajudar” Rollemberg a “se ajudar” no auge da crise. Especialmente, por conhecer o setor produtivo.

Secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Valdir Oliveira. Foto: Breno Esaki

O Comitê de Crise salvou o DF de viver um colapso?

Foi decisivo esse trabalho. O governador puxou para si a responsabilidade na quinta-feira, dia 24. Ele pessoalmente, junto com todos nós do governo. E, sinceramente, foi a salvação. Quando os estados se desesperaram e começaram a montar seus grupos para resolver os problemas e tomar as medidas, nós já estávamos fazendo. Foi uma operação complexa, bem montada, com forte interlocução com o setor produtivo, sindicatos patronais, que permitiu que o DF tivesse apenas um transtorno controlado. Não tivemos um caos.

Quais foram as principais estratégias?

Fazíamos reuniões diárias, longas, pontuando área por área e tomando decisões. O grupo de acompanhamento da área de segurança conseguiu fazer uma coisa nada fácil, que é a interlocução com a Polícia Militar, Polícia Civil, Força Nacional, Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal (PRF), todos em conjunto. Isso também nos salvou. Fizemos mais de mil escoltas para abastecimento, o Exército foi buscar álcool anidro a mais de 400 km de distância. Tudo controlado, mapeado, de manhã, de tarde, de noite e alguns dias também de madrugada. Mapeamos cargas presas nas estradas e fomos buscar em comboio porque o abastecimento de carnes era algo que nos preocupava.

A situação dos postos de gasolina, da falta de combustível, das filas, não foi um caos?

As filas aconteceram porque tivemos uma antecipação de demanda. Todo mundo queria andar de tanque cheio. A curva de oferta e demanda precisa ter equilíbrio e assim a cidade fica tranquila, mas o que tivemos foi que a demanda enlouqueceu pelo que chamamos de “efeito manada”. Na iminência de ficar sem, todos correram para os postos. Trabalhamos com 3,5 milhões de litros de gasolina por dia. Chegamos a colocar 6 milhões de litros no mercado e ainda havia fila. A estrutura de mercado que temos não aguenta o abastecimento da forma que aconteceu.

Quando então a cidade voltará à normalidade?

Cada normalidade dependerá da evolução de cada cadeia produtiva. Combustível já estará normalizado esta semana, assim como o gás de cozinha. As cargas de alimentos, de produtos perecíveis, que era uma preocupação, começam a chegar a partir de hoje, e normalizaremos a parte de hortifruti, carne. Cimento, algo muito importante, conseguimos desobstruir uma carga que estava na DF-150, com 200 caminhões e já retomamos. Ou seja, a partir de hoje quase tudo voltará ao normal.

Quais os prejuízos econômicos desses dias de crise?

Difícil calcular. Não arrisco número, mas sabemos que causou, sim. Teremos uma demora para equilibrar esse mercado novamente, as indústrias paralisaram, retardaram seus processos e vamos ver o efeito disso mais para frente. Nós, no DF, por exemplo, somos exportadores de pintinhos. Tivemos que descartar milhares, mais de 400 mil em um dia. Esses pintinhos farão falta daqui a 40 dias. Não faltará frango, mas pode ter impacto no preço do alimento. E isso vai acontecer em cadeia. O prejuízo para o consumidor ainda virá nos preços.

Alckmin assinou resolução antes do fim do mandato

A resolução que nomeou a nova executiva para do PSDB será oficializada hoje. O documento ganhará validade apenas nesta segunda-feira. No entanto, estava assinado desde a semana passada, quando o presidente nacional da sigla, Geraldo Alckmin, esteve em Brasília, antes mesmo da gestão de Izalci Lucas (foto) chegar ao fim. O mandato do tucano se encerrou no dia 1º de junho e, para que o partido não fique sem comando, a decisão da nacional foi mantê-lo no posto pelo menos até a convenção do PSDB, prevista para início de outubro.

Recado da nacional está claro

A nacional poderia ter feito diferente e convocado novas eleições, já que o processo deliberado por Izalci foi contestado na Justiça e está suspenso. A recondução do tucano é um sinal do apoio da executiva nacional ao nome de Izalci, contrariando o grupo rival, colocado à deriva do processo. Um novo capítulo de briga judicial deve começar.

Força também para pré-candidatura

Com esse desenrolar, outro assunto também foi revisado entre Izalci e a nacional do PSDB: a sua pré-candidatura. O tucano continua sendo o nome da sigla, com respaldo de praticamente 100% da cúpula. Pesquisas de intenção de votos que foram feitas e analisadas internamente ajudaram na decisão. Izalci está seguro em uma vitória ainda no primeiro turno de olho em mudanças que estão por vir. “Ainda estamos na expectativa de que Jofran venha com o gente para disputar o senado. Tem chances de isso acontecer. Assim como a do Alírio voltar. Assim, de fato, venceremos Rollemberg.” Izalci espera anunciar a chapa completa dentro de 30 dias.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado