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Do Alto da Torre
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Arquivo Geral

13/09/2018 7h00

Atualizada 12/09/2018 23h38

As pesquisas de opinião para o Governo de Brasília do Instituto Exata OP (leia mais na página 6) e do Ibope mostram que Ibaneis Rocha (MDB) tem crescido nas intenções de voto. No levantamento do OP, ele se aproxima dos 6%, quase o dobro em relação ao que vinha sendo mostrado nas últimas semanas pelas pesquisas do Datafolha e Paraná Pesquisas. Melhor posicionado, o ex-presidente da OAB-DF vem marcando posição contra as candidaturas de Alberto Fraga e Eliana Pedrosa, fortemente identificadas com velhas figuras (às vezes identificadas como demônios).

Dinheiro tem

Em entrevista recente à Rede Globo, Ibaneis falou sobre a possibilidade de reduzir o preço dos combustíveis, diminuindo a incidência de alguns tributos sobre o produto, e a paridade salarial entre policiais civis e federais. Na visão dele, Brasília é uma unidade da federação rica que tem tido seus recursos mal geridos. Faltam 24 dias para a eleição e o candidato vai ter que falar mais e mais alto se quiser progredir para figurar entre os dois disputantes do segundo turno.

Eu sou rica. Rica!

O limite de gastos com campanha para os postulantes ao Senado é de R$ 3 milhões. Leila do Vôlei (PSB) já tem R$ 40,6 mil a mais do que isso arrecadado e contando. O maior doador é seu próprio partido, o PSB, que lhe concedeu todos os R$ 3 milhões de que ela precisaria. Uma vaquinha online, porém, lhe garantiu o restante do dinheiro, mesmo sem a menor necessidade.


Reabilitar o bandido de rua e de gravata

Ex-administrador do Cruzeiro, com passagens em setores de gestão do sistema penitenciário do DF, o candidato a deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante) acredita em reabilitação. Tanto dos detentos que, como ele lembra, uma hora serão reintegrados à sociedade recuperados ou não, quanto da Câmara Legislativa. “O político não vai deixar de existir”, lembra Sardinha. A favor da paridade entre policiais civis e federais, e crítico da política de segurança pública do atual governo, ele também acredita que pelo menos 50% do Poder Legislativo do DF será mudado este ano.

O Avante não conseguiu eleger ninguém em 2014. Acha que as chances estão melhores agora?
Nossa nominata, pode perguntar para qualquer um, é a mais igualitária, onde todos os candidatos têm chance e vamos, com certeza, eleger um deputado. Espero que seja eu.

Você tem uma passado de atuação no sistema penitenciário. Como tratar desta questão em um eventual mandato?
Quando cheguei à direção do CPP (Centro de Detenção Provisória), tínhamos 154 presos e só quatro estudavam. Antes de eu chegar, houve um incêndio que consumiu metade do galpão e só a outra metade funcionava. Então, não tinha sala de aula e a parte administrativa estava ruim. Com trabalho, conseguimos ampliar a área e, na nossa gestão, em dois anos, viramos o melhor presídio do País, e quem atestou isso foi o CNJ. Saímos de quatro presos estudando para 444. Conseguimos a biblioteca Monteiro Lobato, uma sala de informática com 25 computadores, trouxemos um trabalho desenvolvido com a Funap para ampliar a educação dentro da unidade prisional. Ganhamos um concurso de redação nacional das penitenciárias. Isso me orgulha muito.

Mas existe um estigma de tratar essa questão e de políticas públicas para esse tema…
Aqui no Brasil não existe prisão perpétua, então o ser humano que entra vai ter que sair. É preciso dar condições para que aquela pessoa saia melhor. Temos o lado da moeda do servidor público que trabalha no sistema penitenciário e dos detentos que estão lá. No CPP, atuamos também para melhorar a qualidade de vida do servidor.

Inclusive, os agentes penitenciários têm feito diversas reivindicações nesse sentido ao longo dos anos. Como mudar isso?
O quadro dos servidores prisionais está defasado e existe previsão da construção de mais quatro unidades, então existe a necessidade de o quadro ser reforçado. O governo tem que traçar linhas para recompor os quadros. É a segunda profissão mais degradante do mundo, segundo a Organização Mundial do Trabalho. Chegamos no CPP com 154 detentos e saímos com 850 detentos. Por mais que a sociedade queira esquecer o detento e jogar a chave fora, uma vida salva lá dentro são várias vidas salvas lá fora.

Acha que em um cenário com tanta incitação à violência por parte de candidatos, é preciso trabalhar outra visão de segurança pública?
A segurança pública não pode ser só de resultado. Tem de haver, dentro da segurança do DF, programas para irmos na nascente e sabermos o que acontece no DF que causa violência. Porque o que chega no presídio são os resultados de políticas públicas equivocadas. Temos uma população dependente do assistencialismo, quando não deveria ser. Se conseguíssemos aumentar as escolas públicas integrais para o jovem ter mais tempo dentro da escola, adquirindo princípios, teríamos resultados melhores de segurança pública.

E por que acha que não há sensação de segurança mesmo com o Governo Rollemberg apresentando estatísticas positivas, como a redução da taxa de homicídios?
Não é só a taxa de homicídio (que compõem o quadro da segurança). É equivocado mostrar só isso. Não é que a taxa de crimes está baixando, pelo contrário, existem muitos roubos de celulares, de carro, e muitas vezes a população não registra os crimes, então isso vira dado perdido. A resistência para com os órgãos de segurança pública do DF fazem com que nossa sensação seja de insegurança. Eu moro no Cruzeiro e nunca tinha visto um assalto na minha rua, mas semana passada vi dois.

Como postulante à Câmara, acha que uma eventual renovação vai acabar com o famoso toma lá dá cá?
O Brasil passa por uma renovação e ela passa pela política, porque o político não vai deixar de existir. Virão outros políticos e as velhas práticas vão passar com o tempo. As renovações de cada pleito vão fazer essas práticas deixar de acontecer. O toma lá da cá acontece quando você está inserido na velha política.

Então é possível começar a mudar isso?
A mudança de paradigma começa pela renovação de pessoas. A vida é uma roda e, a cada nova passagem, novas mentalidades surgirão. Vejo que existe a corrente do bem, muitos candidatos na rua abominam essas práticas. Nossa intenção é essa e acredito que 50% da Câmara vá se renovar.

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