Ao mesmo tempo que faz propaganda da desativação do Aterro Controlado do Jóquei, o conhecido lixão da Estrutural, o Governo do Distrito Federal autoriza a contratação emergencial de serviço de monitoramento e manutenção do Aterro, no valor de R$ 7,4 milhões. O serviço é para a execução de atividades de manutenção dos dispositivos e sistemas de drenagem de águas pluviais, monitoramento topográfico, ambiental, implantação de drenos e canaletas de captação de águas pluviais; recebimento e aterramento de resíduos sólidos da construção civil.
Dispensa
O governo justifica que ainda precisa dar andamento a todo o processo de aterramento definitivo e, posteriormente, produzir uma avaliação do que poderá ser aproveitado com o resíduo orgânico que resta no lixão. A urgência é tamanha que o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) dispensou a licitação. A empresa que receberá o recurso para executar serviço em um prazo de seis meses será a Valor Ambiental, que controla o serviço de coleta de lixo no DF desde 2009.
Lixo milionário
Rollemberg foi o que mais engordou os cofres da Valor Ambiental dos últimos três governos. José Roberto Arruda autorizou o pagamento de R$ 69 milhões para os serviços de coleta de lixo. Agnelo Queiroz (PT), R$ 367,055 milhões. Rodrigo Rollemberg, cerca de R$ 490 milhões nos três primeiros anos do governo.
Economia cara
A Lei Orçamentária Anual (LOA) deixada pelo ex-governador petista Agnelo Queiroz registrou dotação inicial de R$ 57 milhões para o que chamam de Obras de Artes Especiais. Traduzindo, são pontes e viadutos, como o que desabou na terça-feira, no centro da capital federal. Apesar do caixa gordo, Rollemberg economizou e só empenhou R$ 17,7 milhões durante o exercício de 2015. Agora precisou tirar mais R$ 50 milhões da reserva de contingência para consertar o estrago.
Investigação
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) enviou ofício ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) pedindo cópia do processo que trata da destinação de recursos para obras e manutenção de bens públicos do DF. Vai instaurar inquérito para apurar se houve improbidade administrativa na queda do viaduto do Eixo Sul. Em 2016, O Ministério Público já havia requisitado providências a diversos órgãos.
Enquanto isso…
A Câmara Legislativa dá andamento às discussões do grupo técnico do projeto do Código de Obras do Distrito Federal.
A voz do povo
Chico Vigilante (PT) está ansioso para que as votações comecem na Câmara Legislativa. O distrital espera conseguir o apoio de outros 12 parlamentares para derrubar o veto do governador ao projeto de sua autoria, que pretende criar mecanismos de participação popular nas indicações dos administradores regionais. Rollemberg chegou a prometer a alteração do processo de indicação dos administradores na época de campanha, mas não está disposto a facilitar a mudança.
Reduto eleitoral
Hoje, os administradores são indicados, pelo menos a maior parte deles, pelos deputados distritais, que comandam as regionais por meio da ocupação de vagas por aliados políticos. No início, a estratégia sai a mil maravilhas. Quanto mais perto das eleições, a crise aumenta. Tem distrital chateado com o tratamento recebido pelos administradores. O deputado Bispo Renato (PR) usou todo o tempo de fala em plenário para acusar os apadrinhados. “Muitos, porque serão candidatos nas próximas eleições, traem os próprios deputados que os indicaram. Viram concorrentes de quem os indicou. Sequer nos recebem nas administrações”, reclamou.
Caravana das satélites
O PTB e o Partido da Mulher Brasileira (PMB), partidos que trabalham Gondim Carneiro para a disputa ao Palácio do Buriti, devem tornar a aliança oficial em um encontro marcado para o final de fevereiro. Esta semana, o presidente do PTB, Alirio Neto, se reuniu com a executiva regional do PMB para fechar detalhes de um projeto para Brasília, o Mais Cidades menos Satélites. A ideia é sair em caravanas pelas cidades do DF e Entorno em busca de votos.
Mudança de ventos
O tucanato quer decidir com calma o futuro do diretório regional do PSDB no DF. O presidente nacional do partido e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não permitiu a discussão do tema na reunião de ontem da Executiva Nacional. O pré-candidato ao Palácio do Planalto quer decidir o futuro de Brasília com serenidade.
Sorrisos e sangrias
O movimento favorece o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e a ex-governadora e secretaria de Projetos Estratégicos na busca por uma nova direção com o objetivo de formar uma chapa majoritária para outubro. E também escancara a sangria do atual presidente provisório, e pretendente ao GDF, deputado federal Izalci Lucas. Sem ter a certeza da continuidade do controle do partido, Izalci perde potência para negociar com outros partidos. A situação de Izalci tornou-se extremamente desconfortável na sigla.
